Capítulo 29- Tulipa

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Lisbela

Dia do casamento...

Acabei de acordar e o mundo está correndo ao meu lado, tenho certeza que eu deixei claro que seria um casamento pequeno, mas parece que a Terra inteira tá movendo esforços pro dia de hoje. E eu só queria sentar e tomar meu café da manhã sentadinha. O negócio é o seguinte, viemos pra uma casa de campo em Valência quando Benjamin me convenceu de que um casamento em Londres seria muito exposto, então alugamos uma casa pros nossos convidados e o casamento em si seria no campo e a festa em uma tenda. Até aí tudo bem, organizamos tudo bem simples,como eu queria, poucas pessoas, sem referências religiosas, sem exageros, etc. O problema é que um casamento simples é caótico, casamentos são o caos na Terra!

Acordei sem Benjamin ao meu lado, só um bilhete que falava "Bom dia meu amor, nos vemos de tarde, seu Benjamin" e eu só queria ficar abraçadinha nele, só um pouco, talvez muito, e isso não é pedir muito. Mas assim que acordei um furacão chamado Vikanda saiu invadindo meu quarto, me entregando uma vitamina que ela diz ter um monte de coisas boas.

-Vika eu quero comida! -falei me negando a beber aquela coisa.

-A nutricionista falou pra você beber isso se quiser recuperar a forma depois da pequena nascer. -fiz uma cara feia pra ela que parou o que estava fazendo e me olhou- Você precisa estar bem gostosona pra ser uma super heroína maravilhosa nos cinemas.

-Por favor, eu não tenho o Benjamin aqui e hoje o dia é cheio, eu quero comida de verdade. -fiz cara de brava.

-Hoje não meu anjo, hoje você tem que estar impecável.

E o dia passou todo assim, parecia que ao invés de ser o meu dia era o dia do Mark e da Vika, eu só ouvia eles gritando e tagarelando pelos cantos e falando que tudo tinha de ser perfeito, eles tinham se esquecido de mim e naquele momento eu só queria fugir pras montanhas e nunca me casar na vida.

Eu sempre tive certo receio em relação à casamentos, nunca fui muito fã deles, sempre achei que era um jeito de ostentar pro mundo que você está com alguém e não vai mais ser solitária, como se casamento fosse seguro de alguma coisa, por mim eu e Benjamin não precisávamos de alianças pra comprovar que nos amamos.

E é por isso que eu estou aqui fugida, vestida de noiva e faltam exatos 20 minutos pro começo da minha cerimônia então resolvi ter um momento de paz antes de ter que espalhar sorrisos pra um monte de gente durante algumas horas. Resolvi caminhar até um vinhedo que eu e Benjamin tínhamos visitado um dia antes.

Aquela vista tinha me conquistado assim que a vi e Benjamin tinha sentido o mesmo, pois assim que a vimos pela primeira vez paralisados admirando aquele lugar.

-É ótimo saber que nossa conexão não diminuiu. -me arrepiei toda ao ouvir aquela voz.

-Nunca. Isso nunca vai acontecer. -me virei me deparando com o homem da minha vida ainda mais perfeito vestindo um terno de cor clara e os cabelos um pouco maiores estavam penteados pra trás, não contive um suspiro de admiração ao vê-lo.

-Você está impecável, meu amor. -me puxou pra si e me deu um beijo estonteante -Eu estava morrendo de saudades.

-Não acredito que vou ser melosa assim, mas foi horrível acordar sem você. -ele deu uma risada divertida.

-Olá princesinha, papai promete não deixar mais a mamãe tristinha, tá bom? -falou com a filha com um sorriso de orelha à orelha.

Ficamos ali só desfrutando da presença um do outro, sem nos importar com o fato de que iremos nos casarem alguns minutos e provavelmente a terra inteira estaria atrás de nós dois.

Se Shakespeare Escrevesse Nossas VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora