Capítulo 28- Superpoder da Mamãe

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Lisbela

1 semana depois...

-Você tem mais algumas horas de vida Benjamin, aproveite para dormir. -falei divertida e ele soltou uma gargalhada gostosa.

-Seu pai não vai matar o pai de sua netinha, amor, pelo menos esse é o seguro de vida que eu tenho. - ele falou e dessa vez eu que ri da careta que ele fez enquanto falava.

-Relaxa idiota! Ele não é tão ruim assim. -beijei seu rosto e ele riu.

Estávamos voando para o Rio de Janeiro para dar a grande noticia a minha família, uma vez que já tínhamos feito isso com a familia dele a dias atrás e como o previsto foi tranquilo, eles ficaram eufóricos, Sarah dava gritinhos animados, Rute insistia em contar para todos que foi ela que descobriu, Marvin demonstrava orgulho do seu filho, e Pipper chorou copiosamente me abraçando e me agradecendo por, segundo ela, ser "a melhor coisa que aconteceu pro Benjamin". Aquele momento me deixou tão feliz que eu chorei todo o caminho de volta de emoção.

Agora Benjamin estava se roendo de ansiedade e medo de ter que enfrentar meu pai, ele sabia que não ia ser fácil assim. Na verdade eu também estava morrendo de medo da reação dele, mas respirava fundo e mantinha a calma pela minha bebê, e é claro que nunca perderia a oportunidade de tirar um sarro do amor da minha vida.

Ao desembarcarmos no Brasil minha mãe e minha irmã nos esperavam no aeroporto que, por ser a madrugada de sexta pra sábado e pela nossa viagem não ter nada a ver com o trabalho de nenhum dos dois estava tudo bem tranquilo, mesmo assim pude reparar em algumas pessoas tirando foto de longe.

Minha barriga estava disfarçada numa roupa larga que conseguia esconder bem as mudanças no meu corpo.

Depois de nos cumprimentarmos seguimos direto pro carro, ficaríamos na casa dos meus pais na nossa estadia, dessa vez não tinha um monte de parentes lá em casa. Meu pai tinha ido pra Búzios à trabalho no fim de semana, ele era responsável por uma empresa de segurança e estava em uma evento lá.

Descemos do carro e Benjamin fez questão de carregar todas as malas pro meu antigo quarto e eu não pude nem contestá-lo, afinal ele deu uma olhada pra minha barriga e eu me calei na hora.

-Filha, vocês devem estar morrendo de fome. -minha mãe gritou da cozinha.

-Com certeza estou, o Ben vai falar que não, mas também tá. -nessa hora ele chegou a sala sentando ao meu lado.

Me deu um beijo e recostou colocando o braço nas costas do sofá, atrás de mim e eu me apoiei no corpo dele me aconchegado e demostrando meu sono.

-Minha mãe vai trazer comida pra gente. -levantei a cabeça pra falar e depois voltei a me recostar nele.

-Parece que as coisas mudaram por aqui né.- falou em Ben de brincadeira comigo e eu fiz uma cara de dúvida olhando pra ele de novo- Você é quem só pensa em dormir agora.

-Dormir e comer, me respeita. -fiz bico e ele riu.

-Aqui crianças, fiz alguns sanduíches pra vocês. -ela colocou os sanduíches e o suco na mesa e sentou no outro sofá.

Não fiz cerimônias, me ajeitei cruzando as pernas de índio e peguei um com a mão mesmo e comecei a comer. Eu já amava comer antes, mas parece que agora minha filha multiplicou meu apetite por 3.

-Então, aproveitando que sua irmã já foi dormir...- minha mãe começou a falar enquanto eu e Benjamin comiamos, ele como um gentlemen e eu parecendo um t-rex- Quando vocês vão me contar o que eu já sei. -ela falou em inglês fazendo Ben se engasgar.

Se Shakespeare Escrevesse Nossas VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora