Dispensada

6 0 0
                                    


Já haviam percorrido uma distância gigantesca do local do confronto com as forças de Abbalar, cruzaram o continente cavalgando em direção ao norte com o objetivo de chegar na Floresta Azul ainda naquela noite, um lugar inóspito, imprevisível e pouco explorado, seria ideal para esconder algo, pois a própria natureza se encarregaria de enterrar ali qualquer segredo.

- É Logo ali na frente, a beira do Rio-dos-gatos.  - Disse ele ofegante mas assertivo.

- Poderíamos ter ficado Tomás, poderíamos ter lutado... ter continuado nas frotas de defesa - Disse com tom raivoso, ela de fato estava arrependida de suas escolhas pois todas elas a levaram para longe do que amava.

- Eleonor, você deixou de ser um soldado no momento que engravidou, todos sabemos que guardiões são proibidos de ter qualquer tipo de relacionamento, a não ser a proteção da Rainha.

Tomás segurou as rédeas e o cavalo parou de forma brusca.

-Desça, é aqui que você precisa ficar.

Sem entender assim ela fez, andou em direção do rio que circundava uma árvore gigante, semelhante a uma torre, com uma copa grandiosa como uma cidade verde. No rio ela viu o seu reflexo, ainda estava com sua armadura de metal negro com os famosos detalhes em onda, embora ainda fosse um manto belo, ele não resplandecia mais,  não era mais um manto,  não passava de uma armadura bonita sem qualquer tipo de poder.

Ele andou em sua direção, tocou-lhe os ombros.

- Essa nova vida está absorvendo suas energias até o dia que ela chegará a este mundo, então você poderá ser o que era.

Ela viu o reflexo de Tomás no rio, seu manto rosa ainda brilhava, os detalhes de pétalas que cintilavam com vida, com as mãos dele no seu ombro ela sentia um calor e um pequeno choque que fluía percorrendo  seu corpo, até mesmo a água próxima do rio se agitava. Sentiu inveja, sentiu tristeza e arrependimento, sentiu seu mundo desmoronar.

- Eu não o amo. Disse desabafando quase que como um sussurro.

Tomás sentiu seu coração despedaçado, se comoveu, mas o que ele poderia fazer? Jamais entenderia o mundo que desmorona quando se é mãe, de todo o poder que ele tinha como guardião ele só pode tomar uma atitude: Abraçá-la.

- Pense um pouco mais, pense que não será para sempre, por agora, você não pode voltar para a a fronteira do Polar da Alvorada.

Ela concordou com um movimento tímido de cabeça e virou-se para ele.

- Você precisa voltar, levará mais 9 dias à cavalo.

Ele sorriu.

- Eu deixei a Brisa da Primavera no meu nível.

"Os guardiões costumam dar nomes as suas armas, quando um guerreiro chega o nível de guardião a arma a qual ele tem mais habilidade absorve parte de sua energia e se torna um membro de seu próprio corpo, ela canaliza sua energia e se torna um objeto íntimo e que expressa a personalidade de seu dono, tanto que ganham nomes. São tão importantes quanto os seus mantos - As armaduras que somente guardiões podem usar - Sendo que os mantos se manifestam antes das armas, há guerreiros com mantos sagrados, mas somente guardiões possuem as chamadas Armas de Virtude."

- Você se arriscou, se alguém destruí-la o que será de você?

- Ela está bem guardada, agora precisamos pensar na sua estadia aqui.

Ele se afastou e ficou andando ao redor da árvore gigante, tocando-a como se fosse um espécime extraordinário, afinal era mesmo, sua altura fazia  Tomás parecer uma formiga ao seus pés,mesmo ele tendo mais de dois metros , precisaria de no mínimo dez homens do tamanho dele para abraçar o caule.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 02, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

As 12 VirtudesOnde histórias criam vida. Descubra agora