Nem todos os meses
São Outubro, nem todas as folhas
São provenientes do caderno
Mas todas meias noites
Pertencem ao luar
Provavelmente, não percebes
Mas isto é como a chuva
Não tens que perceber
Apenas saber, que ela molha
Não apludas, isto não é teatro
Aqui, o ato nunca acaba
Eu sempre realizo e atuo
Shakespeare? Quem és tu?
Hamlet ou Romeu?
Já eu? Serei Clarice ou Pessoa?
Se Camões é o pai
Serei eu a mãe?
Logo eu que cuido tão mal
Do meu filho, a sorte que o meu pai
É o Mundo, foi ele
Que começou a cavar
Essa cova, que eu cavo
Não existe melhor poeta
Que o meu pai, se não fosse eles
O meu maior pesadelo
Seria realidade, mas hoje
Sempre que acordo
Parece que vivo um sonho
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Amniótico
PoesíaEstá no âmago do poeta, ser um fingidor Então por isso vou fugir da minha essência E só falar verdades