Zeca, oh zeca
Não imaginas como está a nossa boneca
Agora ela gorjea livremente à janela
Todas as tuas canções
Como se ela fosse um pássaro azul
Que está a passo de ser livre
O medo, ainda persiste
Pois em sua mente
A memória dos abusos reside
Mas ela luta, inteligentemente
Tal como fizeram os capitães de Abril
Visto que o desassossego
Obriga as pessoas
A marcharam contra os seus próprios pensamentos
Todos temos em nós um velho do Restelo
Mas todos, podemos ser
Um Martins Moniz, o fado
Não é só para ser cantado por Amália
Logo a vida acaba
E se não a tocas
Nunca serás tocado
Liberdade, sempre saberá a pouco
Aquilo que queremos ainda não tem nome
Por isso meu amor
Não sejas só livre
Sê, tudo aquilo
Que tu sonhaste ser
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Amniótico
PoesíaEstá no âmago do poeta, ser um fingidor Então por isso vou fugir da minha essência E só falar verdades