Capítulo 2 - O Esquimó

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Quando Lance acordou, seu corpo inteiro latejava com uma dor descomunal, os gemidos que que saíram da garganta foram angustiantes, mas de alguma forma, ele sabia que ninguém o ouviria. O silêncio era o único presente além do chiado agudo da brisa. Tinha sorte de que estava praticamente afundado em uma massa de neve e não em rocha ou mesmo em terra - onde provavelmente estaria morto. A tempestade tinha acabado e estava começando a clarear o dia.

Notou que amanhecia e ele estava congelando... mesmo em suas roupas grossas. Buscou se sentar, amaldiçoando a dor horrível em seu braço direito, que irradiava em seu pulso e pelos dedos. Sentia que trincou em alguma parte, mas não tinha certeza onde.

Queria gritar por socorro, mas algo lhe dizia que ninguém viria por ele.

Suas pernas também latejavam, mas ele as testou e pelo menos funcionavam. Havia sangue em seu rosto, sangue seco, e com muita sorte não havia feridas piores do que os arranhões onde em suas vestes estavam rasgadas.

Levantou-se arrastando seu corpo a cada passo dolorosamente. Notou que estava no alto de um monte. Há alguns metros para baixo de uma rampa de gelo, era uma floresta de pinheiros, coberta pelo branco. Onde pisava, seus pés afundavam quase meio metro de neve afofada.

E o avião, este era coberta por gelo da última tempestade e estava mais a sua esquerda. Aos destroços.

Lance mal pode segurar o que estava em seu estômago, praticamente bile, com a cena aterradora de quando se aproximou do avião. Embora tudo estivesse coberto por neve, ele sabia... todos estavam mortos.

Lutou para se aproximar dos corpos, pois tinha que ter certeza sobre os outros, se eles realmente perderam suas vidas. Alguns deles, como o piloto e copiloto, ele nem mesmo precisou se aproximar. Estavam dilacerados.

Nancy, o professor, Malcom, todos os outros, foram mortos e seus cadáveres eram horríveis. Lance gritou muito profundo da sua mente, seus olhos arregalados, notando a perda, tendo o conhecimento de que estava sozinho em um lugar que ele não fazia ideia de onde era. Apenas gelo e montanhas.

Procurou por suas coisas no avião, apenas usando a mão boa. Chorava e enfraquecia a cada minuto, mas se fosse para desmaiar, que fosse longe deste lugar horrível.

Precisava ao menos de suas coisas, pois tinha que sobreviver.

Puxou para fora sua única mala que encontrou e as malas que não estavam perdidas completamente. Não imaginava como carregaria todas elas consigo, mas foi arrastando-as o máximo que pode. Suas próximas horas foram foram perdidas em salvar o que lhe restou da viagem.

-*-*-

A próxima vez que a mente de Lance despertou de seu modo meditativo, onde não houve sonhos ou pesadelos, apenas o simples fato de que apagou com um desmaio, notou que algo estava estranho.

Não fazia aquele frio congelante. Estava envolvido com algo quente e confortável.

Um corpo.

Seus olhos se abriram em brechas, ainda muito sonolento, mas já não tão cansado como antes. Tudo indicava que o local onde estava era uma caverna. O chão era composto por rochedo e grama e não somente neve como lá fora. Haviam luzes e seus olhos captaram um fogaréu em um amontoado de madeira.

E sim, alguém estava abraçado a ele. E esse corpo se afastou, se mostrando um rapaz - o mais belo que seus olhos já viram - olhou diretamente para ele com preocupação.

Aquilo era um sonho? Ele precisava se beliscar, mas sua mão direita estava muito dolorida, e a outra, dormente. Entretanto, seu braço tinha sido enfaixado grosso e parecia estável, não com aquela dor horripilante de antes.

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