Denali [Romance Gay]

Capítulo 8 - Companheiros

Logo duas semanas se transformaram em dois meses.

Marcus havia se tornado cada vez mais um amigo importante cuidando de sua vida. Eles não tinham qualquer sentimento além da amizade, Marcus sempre deixava isso bem claro para ele, parecendo cada vez mais preocupado consigo.

Entretanto, Lance não estava conseguindo melhorar. Imaginou que com o tempo esqueceria Lucca e a aldeia de Ahlec, e que assim poderia sorrir novamente, mas infelizmente não foi possível.

Enquanto caminhava pelas calçadas movimentadas de Nova Iorque, pensava sobre como em tão pouco tempo as coisas haviam mudado para ele. Sua vida deu um salto depois que voltou do Alasca. Mesmo após ter perdido o trabalho e iniciado em um zoológico, ainda em Saint Paul, novamente o centro de pesquisas convidou Lance a se tornar dois cargos a mais superior do que havia sido. Finalmente alcançando seu tão almejado sonho de crescimento financeiro.

Ele recusou a oferta.

Não demorou uma semana para que o Centro de Pesquisas em Nova Iorque o chamasse. Desta vez um cargo de Biólogo em que ganharia praticamente o dobro do salário que estava acostumado na outra instituição. Entretanto, não significou felicidade a Lance, mas sim um motivo para sair de Saint Paul e começar uma nova vida. Tão surpreso ficou quando Marcus resolveu ir com ele, na desculpa de que não aguentava mais sua vida entediante, estar sem emprego e infelizmente tendo que trombar quase todos os dias com seus ex-namorados.

Lance encontrou com seu melhor amigo em um restaurante mexicano. Antes, olhar para o menu sempre pareceu apetitoso e fazia seu estômago grasnar, contudo, desta vez não pareceu nem um pouco importante.

Seu suspiro deixou Marcus olhá-lo como se tivesse três cabeças.

— Bem, vamos lá. Desmanche tudo isso o que você chama de "omissão", e entregue toda a verdade a mim. Encontrarei a solução para o seu problema. — Marcus ofereceu com uma altiva expressão de "adivinha". Lance sorriu, mas sem realmente querer sorrir.

— Eu te disse que conheci alguém na minha viagem para o Alasca. — E estava tão deprimido que poderia morrer.

— Muito bem. Isso você me contou. Disse que ele era maravilhoso, lindo e todo perfeitinho. — Marcus dramatizou. — No entanto, estou aqui me corroendo de pena por você, por vê-lo desta forma tão deprimente e saber que nada posso fazer para ajudá-lo. — Ele xingou alguns palavrões feios enquanto voltava a olhar em seu cardápio.

— Marcus, não é como se algo pudesse ser feito. Eu simplesmente preciso superar isso. — Lance disse com naturalidade. O garçom veio para ele e anotou seus pedidos, terminando com uma piscadela para Lance.

Marcus zombou.

— Superar como? Indo ao psicólogo? Um psiquiatra talvez? — Marcus caiu para trás em sua cadeira com um enorme suspiro de desgosto. — Quem sabe, acho que você deveria consultar a mim. E se eu estou dizendo isso, é porque realmente me preocupo contigo e estou disposto a ajudá-lo.

Lance o olhou com uma sobrancelha arqueada.

— Uau. Você realmente é um grande amigo.

— Eu sempre fui. Você que nunca percebeu. — Ele corou as bochechas olhando para o vitral e para a rua. Disfarçando suas emoções.

Ele tinha razão. Lance nunca o tinha olhado como além de um vizinho amigável que oferecia parte de seu almoço de domingo ou pedia pizzas todas as quartas-feiras frustrantes à noite. Marcus já tinha mostrado ser um grande amigo e ele não deu valor a isso, simplesmente olhando superficialmente sobre tudo.