SOL

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Pensa na Sol chegando assim kkkkkkkk


Eu sei que o capítulo é pequeno... Peço perdão... Mas prometo que vou tentar postar outro ainda hoje, viu?

Boa leitura =)

SOL

A linguagem do corpo diz tudo sobre você. Se você transparece nervosismo, o corpo facilmente demonstra. As pessoas percebem isso, mesmo que a nível inconsciente, e você acaba sendo taxado como alguém inseguro, ou qualquer coisa do tipo.

Então se eu queria demonstrar que a Fiork pertencia em grande parte a mim, eu deveria agir como tal e demonstrar que eu estava disposta a tomar aquela empresa como minha. E foi o que fiz. Quando sai do Uber black com saltos scarpin, calças de boca larga e uma blusa branca de renda, as pessoas na rua pararam somente para me olhar. O mundo, de repente, para mim, pareceu ficar em câmera lenta. Puxei meu óculos escuros da cabeça e coloquei os, andando em passos largos pela rua antes de adentrar a Fiork. Por alguns segundos eu tinha certeza de que poderia fazer o que bem quisesse. Adentrei o estabelecimento e só parei quando entrei na sala que antes pertencia a Caio. Tirei a plaquinha com o nome dele na porta e me virei para o chef que me seguia embasbacado para falar:

― Agora essa sala é minha. Diga a Caio que ele pode buscar as coisas dele no fim do dia. E depois reúna todos os empregados, tenho algumas coisas para falar com vocês. ― O homem arregalou os olhos, completamente assustado pelas minhas palavras. E logo percebi por quê. Ele não estava acostumado a ser mandado por uma mulher.

― Mas senhorita, o Caio é o responsável da empresa. Só posso cumprir ordens dele. ― O encarei pensando se matava aquele chef agora ou daqui a pouco. Decidi pelo daqui a pouco. Eu precisava esclarecer algumas coisas antes. Abri minha bolsa pegando o papel determinado pelo juiz e estendi na cara daquele babaca que achava que eu não tinha direito de mandar nos empregados da empresa.

― Tenho mais de cinquenta por cento da empresa, senhor... ― Voltei minha atenção para seu crachá torcendo o nariz. ― Nico. Portanto, você pode cumprir ordens de Solange Novais, ou seja eu, sim. Na verdade, deveria se preocupar em cumprir mais as minhas ordens, pois como sou maioria da empresa, posso decidir por quem quero demitir. ― O homem arregalou os olhos, tremendo de medo das minhas palavras. Uma gotícula de suor escorregou pela sua testa e ele assentiu, concordando com o que eu havia dito.

― Sim senhora! Eu farei isso imediatamente. ― E o homem sumiu das minhas vistas. Entrei na sala com o máximo de controle emocional possível e tratei de trancá-la. Não queria que ninguém me encontrasse do jeito que eu estava. Escorreguei pela porta para o chão, minhas pernas decidindo tremer agora que o momento de tensão havia passado.

Eu nunca havia comandado tantas pessoas ao mesmo tempo. Eu não era uma pessoa de pulso firme. Ainda bem que eles não sabiam disso, porque se o chef Nico continuasse me apertando, eu certamente teria cedido, com lágrimas e tudo. Eu estava assustada, ainda mais porque aqui me lembrava de Caio, da sua possessão em me ter, e do medo que percorria minhas veias de que ele continuasse com aquele plano diabólico.

De repente, senti como se o ar estivesse faltando no meu corpo. Inspirei profundamente, tentando me acalmar, mas eu só conseguia sentir a falta de ar. Apertei meu pescoço tentando buscar o ar que parecia não vir, mas tudo em vão. Estava presa naquele pesadelo sem fim.

― Senhora Solange. Os funcionários já esperam por ti. ― Finalmente o ar pareceu voltar ao meu corpo e eu ainda precisei de alguns segundos para achar a minha voz.

― Ok. Estou indo. ― Disse e percebi que minha voz saiu levemente mais rouca do que o normal. Levantei-me do chão e arrumei minha roupa, tentando voltar a linguagem corporal de quem estava bem. Por fora vesti minha casca de esnobe. Eu sempre utilizava da minha casca podre, da qual eu não me orgulhava, para não ser massacrada.

Quando abri a porta e sai, tranquei a sala e acompanhei Nico até a cozinha. Ali, de fato, estavam todos os funcionários e eu sorri ao perceber que poderia ter uma conversa decente com eles.

― Eu os reuni para informá-los que a Fiork pertence em mais de 50% a mim. Não quero que tentem me bajular a partir de agora ou coisa do tipo. Aprecio um trabalho bem feito, porque um dia já estive no lugar de vocês. Sim. ― Os funcionários me encaravam sem entender nada. Pareciam negar tudo o que eu dizia apenas com o olhar. Eu tinha a casca de uma esnobe, pelo menos até conhecer Danilo. Tudo mudou desde então. Ter passado pelo fim do poço nos fazia lembrar que éramos gente como todas essas gentes. E que não havia ninguém melhor ou pior. A questão financeira era apenas uma questão de oportunidade e todos tinham conhecimento e, com uma boa vontade, conseguiriam o que quisessem assim. Eu não precisava ser esnobe. Eu não precisava parecer uma chefe terrível para eles.

Naqueles segundos que minha mente trabalhava numa velocidade alucinante, percebi que eu poderia ser uma chefe de mão firme, mas sem ser uma carrasca. Talvez por isso o ataque de pânico naquela sala. Porque eu estava fugindo de tudo o que eu havia aprendido em uma semana de contato com Danilo.

― Eu já fui uma simples doceira, que ganhava a vida com muito esforço para sobreviver. Eu sei o que é precisar trabalhar, eu sei o que é precisar de dinheiro e não ter. Eu entendo vocês. Assim sendo, quero esclarecer que todas as ordens que antes vocês passavam para o Caio, tem que antes passar por mim. Eu não vim aqui para ser carrasca de ninguém, mas haverão retaliações para aqueles que não seguirem o que acabei de explicá-los. ― Os funcionários continuavam quietos me olhando. Eu não saberia dizer o que diabos estaria passando na cabeça deles. Continuei: ― Eu quero que vocês confiem em mim, assim como eu confiarei em vocês. Qualquer coisa que precisarem, não se acanhem. Não sou um ser impossível de ser alcançado. Quero que a Fiork seja para vocês um Porto Seguro, onde seus empregos permanecerão garantidos conforme trabalhem e qualquer coisa que precisarem, tem permissão de chegar até mim.

Umedeci os lábios tentando transmitir segurança no que eu falava, porque, de fato, não eram palavras da boca para fora. Era o que eu seguiria como filosofia de vida pela frente. Seria uma pessoa melhor, mas ainda firme.

― Enfim, eu agradeço que todos tenham me ouvido. Bom trabalho pessoal! ― E para minha surpresa que esperei que os funcionários ficassem quietos até o momento que eu saísse, recebi uma salva de palmas enquanto sorrisos aliviados pareciam sair. Certamente ninguém ali ficava confortável com Caio. Eu também não ficava mais.

Voltei para a sala decidida a fazer a Fiork decolar. Meu trabalho deveria começar então. Fui atrás das planilhas e era a hora de eu pensar em como fazer com que a Fiork pudesse ser ainda melhor do que ela já era.

***

Eu sei que o capítulo é pequeno e devo uma explicação para vocês, mas vou tentar fazer isso mais tarde, quando postar o próximo capítulo... Ainda estou com muitas coisas sendo decididas no dia de hoje... Paradigmas sendo consultados e objetivos sendo traçados... É o que posso falar... Acho que 17h consigo postar o outro e aí explico melhor para vocês =)

Bjinhoos

Diana.

Ajude-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora