SOL

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Prometo que se não hoje, esse fim de semana mesmo eu posto outro para compensar a minha demora...

Boa leitura =)





SOL

Um estrondo, algumas vozes, uma ordem. Não sabia dizer em que ordem havia acontecido, mas entre as dores perfurantes eu ouvi:

― Parados! Um movimento e atiramos. ― Imediatamente vi mãos se levantando e inclusive uma arma caindo no chão. A minha pele ardia como se brasa quente houvesse a tocado, mas minha mente parecia se concentrar no como eles tinham me achado? O que estavam fazendo ali? E a confusão mental continuava.

― Vocês estão presos em nome da lei. Afastem-se da sequestrada. ― O homem que falava continuou.

Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu vi Danilo se levantando junto de outros policiais que pareciam atentos para caso algo acontecesse a ele. Por alguns segundos os nossos olhares se cruzaram, o alívio tomando conta de cada uma das minhas células. Eu finalmente estava segura. Ou ao menos era no que eu queria acreditar, vendo que Danilo havia me achado. Ele estava ali. Eu não estava mais sozinha.

No outro segundo, as coisas continuaram tormentosas. Caio abaixou a mão o suficiente para colocar algo na boca e no mesmo momento que seu corpo pareceu reagir ao possível veneno, Fabiana gritou enraivecida, vindo com toda agilidade na minha direção.

Ali estava Caio abandonando ela para o mundo, morrendo covardemente, algo que aparentemente ele sempre fora, e ali estava a corajosa Fabiana que com um movimento rápido e muitos gritos, enfiou uma faca no meu ombro, no mesmo lugar onde ainda ardia em brasa por conta do chicote. E as coisas continuaram piorando para minha visão, alarmada com tamanha loucura que havia se transformado a minha vida.

Um dos policiais no choque atirou na perna dela, mas, aparentemente, tinha pego a artéria femural dela, porque um jato de sangue começou a inundar o ambiente e Fabiana, dando-se conta de que se não perdesse a perna, morreria, retirou a faca do meu ombro, enfiando na sua própria barriga como um ato de suicídio tal como os samurais japoneses o faziam, caindo no chão, já praticamente morta. Tudo na minha frente.

Meus lábios tremiam. Eu sequer sentia o meu ombro, sangrando, já que estava apavorada com tamanha violência, com tudo o que meus olhos estavam captando e em como as coisas pareciam em câmera lenta, marcando-se na minha memória.

Caio no chão, morto. Fabiana no chão morta. Um monte de bandidos presos. Vultos vindo na minha direção. Tudo em uma letargia incomum. Até o meu coração parecia ter se desacelerado. Ou será que eu estava desacelerando o mundo?

― Sol? Sol, minha linda, você está aí? ― Ouvi uma voz desesperada me perguntar. Meus olhos não conseguiam se desviar das imagens bem na minha frente, o sangue espichando agora no chão.

― Ela está em choque. Vamos, preciso de uma ambulância! ― Ouvi alguém gritar, mas já não reconhecia vozes. Então o que eu estava sentindo era chamado de choque? Porque para mim parecia a constatação da efemeridade da vida. A facilidade com que as pessoas nos deixavam.

O corte no meu ombro seria o suficiente para que eu abandonasse outras pessoas também? Não, meu cérebro constatou por fim. Eu não ia morrer. Mas a imagem continuaria na memória. Ainda que o pesadelo tivesse fim, uma coisa me assustava: o como mais pessoas, além de Fabiana e Caio, podiam me odiar. Outros bandidos, por exemplo.

― Sol. ― Senti meu rosto ser puxado na direção de alguém e meus olhos finalmente enxergaram um rosto e não mais um vulto. Os olhos cristalinos de Danilo pareciam desesperados. Se mexiam em todas as direções procurando algo de estranho em mim, mas como ele podia achar algo estranho se eu sabia que essa coisa estranha havia se perdido dentro de mim?

― Você precisa respirar. Você precisa responder o que os médicos te perguntarem. Você entendeu, Sol? ― Ele me perguntou e a mesma mão que havia puxado o meu rosto na sua direção, acariciou a minha bochecha. Instantaneamente, os meus olhos encheram-se de lágrimas. A outra mão dele, percebi em seguida, estava apertando uma blusa no meu ferimento. Como não sabia se eu tinha voz, me limitei a balançar a cabeça concordando com Danilo. Isso pareceu trazer algum alívio para ele, que assentiu e me beijou na testa. Eu não sabia porque ele estava fazendo aquilo, mas eu estava anestesiada demais para entender alguma coisa.

Lara apareceu no meu campo de visão correndo com alguns homens. Cuidadosamente fui colocada numa maca e Danilo me acompanhou até dentro da ambulância. Meus olhos só o viam. Quando os médicos pediram para que ele saísse, que dali eles cuidariam, meu coração deu sinal de vida, agitando-se, o medo de que ele me deixasse e que eu fosse raptada novamente. Mais lágrimas, mas dessa vez uma ação. Minha mão procurou desesperadamente a sua, apertando seus longos dedos entre os meus pequenos, implorando para que ele ficasse, implorando que não me deixasse. Era a minha única forma de dizê-lo isso, já que eu não conseguia arranjar forças para falar.

― Senhorita, nós precisamos... ― Começou um homem. Outro já empurrava Danilo para fora, minha mão desgrudando da sua, o olhar de Danilo que parecia captar toda a minha dor. Parecia captar tudo o que eu quis dizer com aquele aperto. O pavor ao ver Danilo sair da ambulância me fez tentar sair daquela maca. Não! Eu não podia ficar sozinha! Não! Eu... ele...

Os médicos pareciam incomodados com meu movimento, outros diziam que eu estava sem respirar, mas quem tomou a palavra foi, na verdade, uma médica que dirigindo a palavra a mim, me perguntou:

― Se ele ficar naquele canto, sentadinho, você deixa a gente trabalhar em você? ― Minha atenção se voltou a ela. Nossos olhos se encontraram. Os olhos negros da médica pareciam esperar uma resposta. Mas novamente eu só consegui assentir e ela me entendeu com um suspiro.

― Fica ali, senhor. ― E para meu alívio Danilo voltou para dentro da ambulância, que fechou as portas e começou a se movimentar, enquanto os médicos, finalmente, passaram a cuidar de mim.

Meus olhos encontraram os de Danilo, aflitos mais uma vez, e minha mente conseguiu captar o que eu sussurros ele dizia tão distante de mim, já vagueando pela minha mente leve:

― Eu não vou te abandonar.

E em meio a certeza daquelas palavras e o sono que se configurava como agradável para meu corpo, eu pude finalmente relaxar e me entregar ao escuro do sono, esperando, ansiosamente, que ao acordar eu pudesse o ver perto de mim, novamente.


*~*~*

UFFA! Finalmente respiramos desse conflito... Mas outro surgiu...

Será que a Sol vai conseguir se reerguer depois desse momento tão punk na vida dela??

Será que ela deu defeito total? rsrs

E nosso Danilo, lindo, heroi... será que ele conseguirá ajudar Sol a sair dessa?

Estamos na reta final gente! Vou tentar postar tudo logo de uma vez para tirar vocês da agonia... Mas... Lá vem o mas da escritora...

Nesse momento, tenho que sair para fazer minhas orações =D E... Quando eu voltar, vou tentar editar os próximos capítulos. Não prometo tudo hoje. Mas conforme eu for editando, já vou tentar ir postando... 

E aí nesse meio tempo explico algumas coisas aí da minha semana <3

Por enquanto, peço que leiam esse capítulo com carinho e quem sabe as dez da noite estou de volta já para editar mais um capítulo ;)

Boa leitura gente!

Bjinhoos

Diana.

Ajude-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora