DANILO

956 130 28
                                    


DANILO

Eu sabia que tinha que fazer algo a respeito sobre Vanessa e meus pais. Eu já estava pouco me fudendo para o que eles iam achar, se iam me tirar do testamento ou algo parecido. Eu não suportava aquela mulher perto de mim. Mas antes, havia outras coisas que eu precisava resolver.

Encontrei-me com Gustavo um tempo depois. Ele me esperava na mesma praça de alimentação. Sentei me a sua frente vendo-o comer batatas fritas gordurentas, similares a que o antigo Danilo comia, enquanto dizia:

― Preciso do que te pedi para ontem. Meus clientes não gostam muito de esperar e estão precisando muito do que você falou para mim que conseguiria. ― Gustavo bufou colocando uma batatinha de volta no prato.

― Mas você me pede cada coisa! Não é fácil conseguir as provas que você precisa! To tentando, mas não tá fácil. ― Suspirei. Eu sabia que seria difícil, mas precisava que Gustavo me ajudasse.

― Por favor, me avise assim que você conseguir. ― Levantei-me da mesa já pronto para sair. Algumas coisas precisavam ser feitas.

***

Quando pedi para encontrar com os meus pais, eu não imaginava que de quebra encontraria Vanessa junto deles. Os três estavam juntos, tomando vinho e comendo petiscos enquanto riam como se fossem amigos de décadas. Quase senti uma veia estourar na minha testa.

― Pai, mãe. ― Saudei e vendo o olhar dos meus pais com raiva de eu não ter cumprimentado Vanessa, disse entredentes: ― Vanessa.

Eu não queria me sentar. Eu não queria dividir aspectos da minha vida, eu só queria falar o que tinha que falar e sair dali. Tinha combinado de encontrar Sol no meu apartamento. Por enquanto, já que ela não tinha trocado a fechadura do apartamento dela, era a melhor solução. Estava ansioso para saber como havia sido o primeiro dia de trabalho dela, não para saber que minha mãe e Vanessa gostavam do mesmo recheio de bolo: macadâmia com doce de leite. O que diabos era aquilo??? Era de comer?? Eu nem sabia o que poderia ser algo assim!

Mas permaneci quieto igual meu pai, bom apreciador de vinho, que calmamente saboreava o líquido ouvindo as mulheres tagarelarem. Olhei o relógio e decidi que já estava na hora. Já tinha dado muita trela para conversa.

― Pai, mãe. Eu quero falar de uma coisa séria com vocês. ― Eles pararam imediatamente para me olhar. ― Era melhor que Vanessa não estivesse aqui pelo teor da conversa, mas já que está aqui, não vou esconder nada de ninguém. ― Silêncio. Para meu desconcerto minha mãe começou a reter lágrimas nos olhos enquanto dizia:

― Diga logo o que tem que dizer sem esconder. Você vai pedir a Vanessa em casamento? ― Abri a boca para falar, mas nada conseguia sair dela. É sério que essa era a preocupação dela? Eu não sabia nem o que dizer. Pelo visto, o golpe que eu daria nos meus pais seria fatal.

― Eu não vou me casar com Vanessa. Na verdade, gosto de outra mulher. ― Meu pai fez menção de que ia falar, mas não deixei: ― E antes que vocês comecem com os discursos sem sequer terem a conhecido, eu peço de verdade que vocês q conheçam antes de fazer julgamentos. E se ainda assim quiserem me tirar do testamento, me expulsar de casa ou qualquer coisa do tipo, estou disposto a tudo isso... porque...― E eu me dei conta de que diria as únicas palavras que nunca havia dito a ninguém, tampouco admitido em voz alta, pior ainda, não diria para a verdadeira pessoa que deveria ouvir essas palavras: ― Porque eu a amo. ― Silêncio.

Eu havia feito um discurso improvisado, mas eu mesmo estava assustado com as palavras que eu havia dito. Talvez porque nunca imaginaria dizendo isso. Mas era o que eu sentia. Eu queria construir uma vida com Sol, eu queria ter filhos com ela e acordar ao seu lado todos os dias e cuidar dela, que nunca deixou ser cuidada por ninguém. Eu queria ajudá-la a combater o vício de compras, e queria fazer sexo mais vezes com ela, cacete! Era óbvio que eu queria Sol de todas as maneiras possíveis. Porque de alguma forma eu amava o barulho que ela fazia quando estava na minha casa, as chatices dela e até mesmo os rompões de comportamento mesclados com a doçura que ela já tanto vinha tentando esconder dentro de si mesma, com medo de que os outros pudessem machucá-la se ela se mostrasse assim.

― Vanessa, você pode nos dar licença? ― Perguntou meu pai. Percebendo que era sua hora de sair do palco, Vanessa me encarou e começou com o teatro, de lágrimas e fingimentos sentidos:

― Você nunca me disse que... eu sempre me doei para você e sua família! ― E antes que ela continuasse, minha mãe tocou a mão dela por cima da mesa, lançando um olhar de piedade e falando:

― Calma querida. Calma, a gente vai conversar com ele é tudo vai voltar ao normal. Você já é parte da família se depender de mim. ― Vanessa engoliu o choro falso e concordou enquanto saía rebolando para longe me deixando a sós com os meus pais. O esporro certamente começaria.

― Que história é essa Danilo? ― Perguntou minha mãe puxando sardinha para o lado da Vanessa e ficando braba enquanto meu pai ainda não tinha decidido falar.

― A verdade. Eu amo outra e quero que vocês a conheçam e quero que vocês gostem dela, porque é dela que eu gosto. ― Disse fazendo minha mãe abrir a boca e meu pai decidir se meter:

― Não farei julgamentos até conhecê-la. Eu espero que ela seja melhor do que Vanessa, como você diz. Do contrário, já sabe o tratamento que receberá. ― Meu pai foi categórico. Melhor do que o choro da minha mãe defendendo Vanessa. Concordei meneando a cabeça.

― Pode deixar. Já fui avisado e já avisei vocês. Agora, devo ir, tenho um compromisso. ― Meus pais concordaram, mas antes que eu saísse, minha mãe perguntou irônica:

― Vai encontrar com essa outra fulaninha? ― O tom de desprezo era visível até de longe.

― Vou encontrar com a mulher que quero construir uma vida junto sim. ― Terminei de falar encerrando minha conversa com minha mãe. Com um sorriso no rosto, decidi que veria Sol, ainda bem.

***

Então gente.. Como a rotina não espera, eu comecei ontem os meus estudos! E estou ainda me organizando com horários, com o que estudar, essas coisas... Por isso dei uma desaparecida. Ainda estou me organizando e isso tem a probabilidade de demorar mais um pouco... Não sei quanto... Mas enfim... Vida que segue... Quando estiver tudo certinho e melhor organizado, eu conto melhor para vocês como anda minha vida (se quiserem saber tb né hahaha... É só que assim me sinto mais próxima de vcs, por isso divido com vcs rs).

Esse capítulo também é pequeno, mas espero que vocês não me matem... Próximo capítulo sai sábado ou domingo... Tudo depende de como estiver meu nível de cansaço hahaha...

Espero que gostem e qualquer coisa, só falarem, viu???

Bjinhoos

Diana.

Ajude-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora