O desaparecimento

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Laura não podia acreditar no que estava a ver. Não, não era possível aquilo. Não era possível que a cadela que estava naquele momento tranquila a descansar, estivesse agora morta à sua frente.

Os olhos de Laura rapidamente se transformaram em duas cascatas de lágrimas.

Laura tinha acabado de perder uma parte da família.

Ela ajoelhou-se ao pé dos restos mortais da sua amada cadela.

- Não te preocupes Luna, eu vou descobrir quem quer que seja que te fez isso. E vou vingar-te! - Disse Laura com a voz a falhar por conta do choro.

Esta, levantou-se firmemente e ligou de imediato para a mãe. Iria contar-lhe o sucedido e pedir-lhe para voltar a casa.

- Mãe? Sou eu. - Laura não conseguiu evitar o choro.

- O que se passou filha? - Perguntou Catarina, alarmada.

- A Luna... Morreu...

- O quê? Meu Deus! Filha, não saias daí, vamos ter contigo o mais rápido possível.

Catarina desligou o telemóvel e Laura esperou pela sua família. Estava assustada. Tanto, que até a sua respiração começou a falhar.

A família chegou e rapidamente se deu conta do cadáver do animal, que agora se encontrava imerso numa poça de sangue.

Catarina e Patrícia ofereçam conforto a Laura, e Pedro enterrou Luna no jardim.

Laura pediu à mãe para ligar à polícia, pois esta, tinha a certeza de que algo ou alguém tinha feito aquilo com a cadela. Aquilo definitivamente era obra de alguém sem escrúpulos.

Catarina fez o que a filha pedira: marcou o número e ligou. Um polícia atendeu:

- Boa tarde, daqui fala a polícia de Lisboa.

- Boa tarde. O meu nome é Catarina e resido na casa da rua sem nome. Mudámos para cá recentemente e...

Não deixaram que Catarina terminasse o que estava a dizer:

- Lamento, mas não a podemos ajudar.

Desligaram o telemóvel e todos ficaram em silêncio durante o que pareceu uma eternidade.

- Então? O que é que disseram? - Perguntou Laura, curiosa.

- Lamento filha, mas eles não estão dispostos a ajudar.

- O quê??? Não é possível...

Nem a polícia se disponibilizava para os ajudar. Mas afinal, o que raios tinha aquela maldita casa? Porque é que todos a tentavam evitar?

Laura correu para dentro de casa e trancou-se no quarto. Fez o possível para não se desmanchar em lágrimas, e, decidida a descobrir o porquê de tudo aquilo estar a acontecer, abriu o pedaço de jornal e continuou a ler:

(...) uma chave. Encontraram uma chave que dava acesso a uma das portas trancadas da habitação.

A primeira página terminava assim.
Mas havia mais escrita na parte de trás:

Um grupo de polícias desapareceu no decorrer de uma investigação. Acredita-se que desapareceram depois de terem...
A chave encontrada também desapareceu..
Continuam a não saber o que ocorreu naquele lugar...
A população de Lisboa tem feito os possíveis para ignorar aquela habitação...

Muitas palavras estavam ilegíveis, mas agora, Laura podia ao menos perceber o porquê de ignorarem fortemente aquela casa.

Laura supôs que os polícias tinham desaparecido após a entrada naquela porta.

Agora estava decidida a saber mais sobre ela. Teria também de encontrar uma chave para a abrir.

Iria procurar por Lucas. Laura sabia que ele era a única fonte de informação confiável naquele momento.

Amanhã ela procuraria por ele. Agora, precisava de ir dormir.

Laura não tinha apetite para jantar, então falou com a mãe e ganhou permissão para dormir mais cedo.

Desta vez, adormeceu assim que se deitou na cama, mas novamente, teve um pesadelo.

Era exatamente o mesmo que o anterior, só que no lugar da mãe, encontrava-se Luna no mesmo estado em que estava antes do pesadelo.

E agora estava também uma inscrição na parede:
"Nós estamos a observar-te".

Continua...

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