Laura acordou num estado de completo terror. Estava completamente paralisada e grandes gotas de suor escorriam por toda a sua cara. Tentou gritar, mas as suas cordas vocais não conseguiram produzir qualquer vestígio de som. Para além disso, a respiração de Laura estava descompassada. Aqueles pesadelos eram demais para ela.
Alguém a observava? Mas quem...Alguns minutos mais tarde, esta acalmou-se e a sua respiração voltou ao seu ritmo normal.
Laura abafou um grito. Não queria que ninguém se apercebesse do pânico a que estava sujeita. Não queria que a família tivesse de enfrentar mais problemas. Estava decidida a manter tudo em segredo até conseguir resolver aquilo.
A sua família sempre fora muito unida, mas desde que se mudaram para ali, as coisas só foram de mal a pior. E Laura tinha consciência disso. Tinha consciência do perigo a que todos estavam sujeitos e estava disposta a descobrir a verdade por detrás de tudo. Iria agora mesmo falar com Lucas.
Não havia tempo a perder.
Laura levantou-se pouco depois, pois já era de manhã, e vestiu apressadamente umas calças pretas de tecido fino e uma camisola branca de algodão. Calçou com igual pressa os seus ténis e correu escada abaixo.
- Bom dia. - Disse Laura à família que se encontrava já reunida na mesa.
- Bom dia filha. Dormiste bem? - Perguntou Pedro.
- Sim pai. - Mentiu Laura.
Laura sentou-se na mesa e reparou no olhar tranquilo da irmã: era impossível ela ter tido novamente o mesmo pesadelo dela, e ainda bem, pois Laura não queria que a irmã passasse pela mesma terrível experiência que ela tivera de passar.
Laura bebeu rapidamente o leite, comeu com igual rapidez as torradas, e despediu-se da família, afirmando que iria fazer um passeio pelo bairro.
Fechou a porta atrás de si e começou a caminhar, esperando encontrar quem procurava.Algum tempo de caminhada depois, Laura avistou uma silhueta, que, claramente, pertencia a Lucas.
Este, estava sentado num banco a ler.
Laura chegou perto dele e Lucas levantou o olhar para ela.
- Olha só quem é ela! Então, conseguiste encontrar algo? - Perguntou Lucas, curioso.
- Sim, mas não tanto quanto esperava.
Laura não quis falar sobre o que acontecera a Luna, então, evitou esse assunto.
- Vários polícias desapareceram depois de tentarem entrar numa porta trancada do piso de cima. Eles estavam a investigar a morte de uma família.
- Hum... Entendo. - O bom humor de Lucas pareceu dar lugar a uma expressão sombria.
- Aquela família... Laura hesitou.
- Sim, era a minha família. A minha irmã, o meu irmão, a minha mãe, o meu pai... Praticamente todos! Todos eles morreram, graças áquela estúpida casa! Felizmente eu e a minha avó conseguimos sair daquele inferno. - Lucas disse, visivelmente irritado.
- Porque é que não me disseste antes?...
- Não estava preparado ainda. Queria que descobrisses aquele jornal primeiro.
- Entendo... Então e aquela porta...
Laura foi interrompida pelos gritos da avó de Lucas:
- Lucas, vem cá ajudar-me com o almoço!- Conversamos noutro dia. Até lá. - Disse o rapaz, com um ar de mistério. E foi embora.
- Até. - Disse Laura, quase num sussurro.
Laura caminhou de volta para casa e chegou lá alguns poucos minutos depois.
- Olá filha! Como correu o passeio? Perguntou o pai de Laura.
- Bem, foi relaxante! Falei com o nosso vizinho.
- Então sempre há alguém por aí... Isso é bom! - Respondeu Pedro, com entusiasmo.
- Maninha, podes chamar a mãe para lhe mostrar o desenho que fiz? - Interrompeu Patrícia.
- É para já! Exclamou Laura.
Esta, subiu rapidamente as escadas e encaminhou-se para o quarto onde julgava que a mãe estava.
Mas queria não ter feito isso, porque ali não se encontrava Catarina, a mãe atenciosa e bem disposta de Laura. Ali, encontrava-se o seu corpo morto, sufocado por uma corda presa no teto.
Continua...

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Assombração
ParanormalLaura acaba de se mudar para uma casa grande e com um aspeto antigo, situada num pequeno bairro de Lisboa. Mas esta acaba por se revelar maligna... Laura sabe que aquele lugar esconde mais do que aquilo que aparenta e tenta recorrer à ajuda dos pai...