Ei, você
Eu venho pensando muito tempo
Como tu és a Chama
Que queima há muitos quilômetros,
Pouca de sua luz é vista daqui.
Eu estou em um lugar tão frio
Tão escuro, eu ouço vozes.
Ando e tropeço em coisas,
Não posso enxergar,
Nessa tamanha escuridão.
Mas eu não quero desistir
De chegar até essa Chama
De sentar ao lado dela
De me aquecer, de enxergar.
Permita-me Deus
Que não tropece,
Antes de chegar até ela
Que eu não permaneça no chão.
Permita-me Deus
Que eu possa ver ao meu redor
Dormir sem medo, sem desespero
Não quero mais ser vigiado,
Por essa noite.
Eu acho que é a certa
Sim, tenho certeza que é.
Tenho medo de te perder Chama,
De viajar para um lugar,
Muito mais distante.
Eu tento te segurar, te enxergar
Mas essas sombras que gritam
Tapam meu olho,
Quebram minha mão,
Minhas forças se esgotam.
Penso comigo:
Não é possível que meu destino
Seja esse novamente,
Já cai, já levantei,
Não quero mais isso.
Se a vida me derrubar novamente
Eu quero permanecer no chão,
Deixe que as sombras,
Subam em mim, me engolindo,
Me cegando de vez.
Mas permita-me Deus,
Que quando chegar essa hora,
Eu possa enxergar,
Com meu olho esquerdo
O último feixe de luz e calor que inflama
Dessa querida e amável
Chama.
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Melancolia Poética - Vol.1
PuisiPoesias escritas em noites solitárias, dias nublados e um frio que somente um café pode aquecer, ou melhor dizendo, um amor.