Capítulo 11 - Bem Vindo ao Inferno (parte 2)

281 23 4
                                    

Eu estava de pé, na frente daquele rapaz que mais parecia suplicar para que meus homens, os cabos Freitas e Sully o soltassem, para que ele pudesse sair dalí. Seu olhar era de raiva, de desespero, e muito desses olhares eram lançados em minha direção, que me apertavam fortemente o peito. No fundo da minha consciência, quando tudo aquilo acabasse, eu só esperava que aquele rapaz com os olhos azuis iguais aos do Diego, o meu filho, que puxou a sua mãe, me perdoasse, por tudo o que estava fazendo com ele alí. Aquele imundo do Sully parecia está acreditando em tudo que acontecera, parecia de fato achar que o Daniel e eu estávamos do seu lado, e aquilo precisava acontecer daquela forma.

Eu me agachei na frente daquele rapaz, que naquele momento já se encontrava sem a camiseta e com os braços e pernas imobilizados pelos meus dois Cabos, e puxei a sua calça e cueca para baixo de uma só vez. Eu não ia de fato abusar sexualmente daquele rapaz, somente para satisfazer a mente doentia do Sully que outrora parecia está amando tudo aquilo que acontecera e que presenciava. Eu só precisava fazer com que ele acreditasse plenamente no que estava acontecendo, no que ele queria que acontecesse.

- Seu maldito, me solta. - Era o Marck gritando, aquilo me doía por dentro.

- Fica calado, soldado. - Falei bem sério, o olhando ainda agachado.

O membro daquele rapaz, o seu pau, que mesmo em estado flácido apresentava um tamanho e imponência que me chamara atenção. Dentro de mim, a minha cabeça me dizia constantemente que eu não devia ter feito aquilo, e por outro lado, eu estava me sentindo muito estranho. Aquele rapaz despertara algo dentro de mim que, provavelmente, nem com relação ao Daniel eu tivera sentido tal sensação, mas eu precisava voltar ao foco, à realidade que o Sully havia imposto e que eu já estava impondo àquele pobre rapaz que mal havia chegado no Quartel, na escola de soldados e já tinha um problema grande em suas costas.

- O que acham da vista aí de traz, rapazes? - Perguntei ao Sully e ao Daniel.

- Perfeito, Sargento. Corpo perfeito, bem definido, uma delícia. - Respondeu o Cabo Freitas passando a mão na bunda e nas pernas do rapaz. Aquilo de fato mexeu comigo, a sensação não foi nada boa.

- Agora eu entendi a lista de fogo de vocês, seus malditos, mas eu não sou gay, nenhum pouco. Quando eu sair daqui todos vocês vão me pagar. - O Marck respondia furioso, me olhando seriamente, quase como se quisesse me matar alí mesmo. Se eu merecia aquilo? Talvez sim.

- Se você contar algo pra alguém, acredite, você morre nesse Quartel e ninguém vai sentir a sua falta. Tenho homens da lista de fogo espalhados em toda a corporação. Tome cuidado com quem fala ou quem anda. - Falei, tentando um sorriso insano para ele, assim como o Sully já fizera naquele exato momento.

- Você morre, aspirante a soldado. - Fala o Sully, tranquilamente. Aquilo quase me desconcentra, mas olho para o Daniel, que naquele momento me olhava com uma expressão forte, de atenção. Tento voltar ao objetivo.

- Esse corpo, acredite, vou te rasgar inteiro por dentro, de uma forma que você vai adorar e pedir mais. - Falei rindo, olhando insanamente para ele, para o Marck, de cima a baixo.

- Seu pau também é que nem você, bem grande e grosso. Você vai adorar a nossa lista de fogo. - Disse o Cabo Sully, passando aquela mão suja no pau do garoto, que acabou ficando ereto em questão de segundos.

A vontade que eu tive naquele momento foi de quebrar a cara do Sully e dá um tiro em sua cabeça, o matando alí mesmo, mas se eu fizesse aquilo, eu de fato iria passar o resto da minha vida na cadeia, respondendo por assassinato e tentativa de estupro. O pobre Marck Ribeiro teria todo o direito de levar o caso à júri militar, à corte marcial, a minha vida seria arruinada por mim mesmo, por aquela atitude que os meus instintos estavam mandando eu tomar, mas que a minha cabeça parecia me segurar para não fazer aquilo. Mas como todo aquele inferno já havia começado e eu literalmente sentia a presença do Diabo naquele sala, eu tinha que continuar o pacto com ele, eu tinha que fingir na verdade, que eu tinha pacto com ele, com o Diabo, com o Sully.

Batalhão 16: A Lista de Fogo (Romance & Mistério) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora