"Mudanças trazem um novo ar em nossas vidas, mas em alguns casos o amor da nossa vida."Eu só poderia estar louca.
Só poderia estar delirando.
O que acabara de acontecer não poderia ser real.
O moreno na minha frente articulava palavras que não compreendia sua boca movia, mas não escutava mais nada. Minha atenção fora desfocada, rondava somente suas palavras anteriores em um loop eterno onde me recusava em acreditar.
—Selina? Você ouviu o que eu disse? — Como se meu nome rompesse o transe, o rosto do homem tomara foco e em fim a realidade voltara como uma forte pancada na cabeça.
Eu não estava delirando, tudo que acabara de ouvir era real e isso significava que minhas lembranças e meus sonhos estavam não só suscetíveis à serem arruinados, como seriam controlados por outra pessoa também.
—Sim... eu acho -Suspiro pesado tentando recuperar meu raciocínio.
— Você não imaginava que sua mãe lhe deixaria esse testamento não é? — Por fim, o advogado e também meu melhor amigo mudara sua abordagem formal para uma mais amigável e empática.
—Realmente não... —Comento ainda atônita — Não faço ideia de quem seja Leonard Pierozan e o porquê ele está como o herdeiro de metade do que minha mãe deixou - Passo minha mão esquerda sob os cabelos puxando-os para trás e então deslizo a mesma para o queixo o qual seguro reforçando minha expressão pensativa.
— Não sei muito mais do que você docinho, apenas sei que ele é um afilhado da sua mãe e que atualmente mora na Italia, fiquei tão chocado quanto você quando sua mãe me entregou o testamento. —Nando pega minha mão que descansava sob a mesa de madeira recoberta de papéis que nos separava em um ato de carinho, tentando me confortar.
— É estranho, minha mãe nunca falou dele, eu sempre soube que ela tinha amigos e familiares lá na Italia, mas nunca que ela tinha um afilhado no qual pretendia deixar uma herança -Suspiro pesado.
Mas que merda.
— Seli... — Nando aperta de leve minha mão novamente tentando me confortar — Bom, pelo menos ele não vai poder vender o restaurante — comenta.
— Ele não pode vender, isso inclui que também não posso ser uma possível compradora da parte dele, ou seja, vou ter que aguentar o embuste — Rolo os olhos não conseguindo conter minha raiva e frustração.
—E infelizmente amiga, você vai ter que aguentar ele não só no restaurante como na sua casa também, já que é dele — Meu amigo advogado arqueia a sobrancelha direita como
Se afirmasse que o pior não era só ter o intruso no restaurante, teria na minha casa.— Que saco! - choramingo.
E toda minha tarde fora resumida à isso, hora estar gritando de ódio e outra choramingando por minha falecida mãe ter me metido naquela furada. Se ela tivesse me explicado isso antes, eu até acredito que levaria numa boa, mas descobrir ainda em período de luto que teria que dividir a herança que não só significava meu sustendo e minha vida, como significava tudo que a minha família representava para mim, era a forma de manter viva em alguma parte os meus pais.
Fernando, meu amigo moreno extremamente sexy explicara todos os termos para ter acesso aos bens de minha mãe :
1 - O restaurante e a casa seria dividida meio a meio entre os beneficiários: Eu e Leonard ( embuste) Pierozan.
2- O restaurante e nem a casa podem ser vendidos, exceto o restaurante em caso de falência.
3- Todas as maiores decisões em relação ao restaurante e a casa serão decidida entre os beneficiários, deve haver consenso entre as decisões.
4- Selina será ferrada por um homem desconhecido que fiz questão de esconder.
Ok, o item 4 fui eu que inventei, mas não deixa de ser verdade. Conduzir o restaurante e tentar transformá-lo no mais bem frequentado da cidade como sempre foi o sonho dos meus pais sempre foi meu maior desejo, mesmo que eu seja uma negação na cozinha ao ponto de não conseguir fazer um ovo frito.
Só que para conseguir fazer um restaurante ter sucesso não preciso exatamente saber cozinhar, mas sim entender tudo sobre gerenciar um restaurante. Pelo menos isso eu sei. Ou acho que sei.
Agora um italiano idiota, como o nariz empinado vai querer meter o dedo onde não foi chamado ( por mim né, porque dona Fiorela tratou de chamar) e vou ter que aceitar com um belo sorriso no rosto?
Ata! Senta lá Claudia.
Convenhamos, o restaurante e a casa obviamente tem dois donos, mas nada me impede de fazer o outro dono desistir de ficar com o que não é dele. Então minha mente diabólica começa traçar incríveis planos para mostrar que tenho o sangue quente dos italianos e a esperteza dos brasileiros e para conseguir passar sobre mim, tem que ser muito mais do que um italiano babaca.
Nota da autora:
Olá pessoal boa tarde, decidi modificar algumas coisas na história, principalmente no começo, vou retirar alguns capítulos e substituir o primeiro por este, espero que gostem mais desta versão.
Bjs gih.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Clichê italiano
RomanceSelina sempre teve seus pais como sua base e quando sua mãe morreu a unica coisa que a restara, era o seu restaurante italiano. No entanto, a vida é cheia de pregar surpresas e mesmo sua mãe não estando mais viva, ela ainda tinha mais uma lição a l...