Capitulo 23

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Caótico.

Era o estado da cozinha. Farinha espalhada pela mesa e pela pia, a louça cheia de panelas, bowls e talheres sujos e o empilhados.

– Que bagunça é essa? – Me controlo para não gritar, porque se a vigilância sanitária passasse neste lugar com certeza eu iria ser multada e talvez tivesse que fechar por falta de higiene.

Desesperada pego um pano e passo na mesa tirando o excesso de farinha, já os utensílios sujos coloquei todos na pia e os ingredientes que não estavam sendo utilizados dispensei em seus devidos lugares.

– É muita coisa pra fazer aqui preciso de ajuda, não sou acostumado a cozinhar para tanta gente assim e não quero entregar algo ruim e muito menos demorar para entregar o prato, isso vai acabar com a nossa credibilidade– respondeu Leonard  sem desviar os olhos da massa que batia em um bowl de inox.

Pego um monte se lixo amontoado na pia e coloco no saco de lixo e por fim começo a ensaboar a louça suja. Passei meus olhos pela cozinha tentando imaginar onde poderiam estar os funcionários para não estar aqui ajudando Leonard a cuidar dessa bagunça.

– Cadê o resto do pessoal? Estão todos atendendo lá fora? - Questiono já querendo bufar pela terceira vez em menos de um minuto.

Enquanto termino de lavar a louça, Leonard corria de um lado para o outro, picando mais ingredientes, colocando-os em panelas e provando de tempero de outras panelas.

–Sim, eles estão lá fora, prova isso para mim e diga o que achou. – Leonard pegou uma colher limpa, pegou um pouco de risotto ala milanese e colocou em minha boca. Provei o alimento sem qualquer restrição prestando atenção nos sabores e na textura. O tempero estava maravilhoso ao ponto de quase me fazer revirar os olhos, mas tinha um pequeno defeito - O tempero está incrível, mas ele está al dente, nada que mais alguns minutos de cozimento não resolva.

Digo terminando de lavar a louça colocando os utensílios lavados no escorredor. Por fim peguei uma vassoura e varri o chão da cozinha que estava um caos, não sei como Leonard estava conseguindo cozinhar naquela bagunça.

Sai da cozinha procurando os funcionários e maioria parecia se deter em uma mesa, alertando-me de que algo estava acontecendo, afasto Caio e por fim posso ver um homem calvo de por volta de 40 anos esbravejar sobre não querer pagar a comida.

– Com licença, sou a dona do restaurante, poderia lhe ajudar com o problema? - Pergunto de forma cordial mantendo um sorriso no rosto ao mesmo tempo que analisava sua mesa e observei uma pequena baratinha em seu prato então deduzi o porquê dele não querer pagar.

Oooo dia estressante!

– Estou revoltado por estar fazendo minha refeição e ter achado uma barata! Eu nunca mais como nessa espelunca! Vou acionar as autoridades, onde já se viu servir seus clientes com insetos! – Esbravejou o homem em tom alto, tentando nos deixar nervosos.

Sinceramente? Conseguiu, um boato desses poderia destruir o restaurante, mas como ele poderia ser um caloteiro, tentei abordar de forma pacífica para tentar descobrir o que realmente houve.

– Um momento eu vou averiguar o que houve, enquanto isso receba de cortesia uma sobremesa: o nosso famoso tiramissu. Pode ficar tranquilo que resolverei a situação. – Comento de forma mais gentil e colaborativa em seguida me direciono aos funcionários – Preciso de alguém na cozinha ajudando o Leonard e o resto pode atender as outras mesas que eu cuido daqui.

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