o que não fazer quando morrer no jogo

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No dia seguinte, tudo parecia normal. Ouvi alguém da outra sala comentando de mais uma discussão Double B. Os professores continuavam os mesmos chatos achando que intendíamos tudo o que eles passavam pra gente. Porém tinha uma coisa diferente, notavelmente diferente. June não falava direito comigo.

Nossos amigos notaram e até perguntaram se estávamos com problemas no Paraíso durante o intervalo. Porém não respondemos e continuamos a comer.

E isso durou até o final das aulas. Essa distância. Essa falta de palavras. Essa frieza.

No hora da saída June disse que estaria ocupado hoje porque ajudaria sua mãe, e eu apenas concordei e me despedi, encontrando Bobby olhando pro nada. Parecia bem pensativo até porque ele se assustou quando cheguei perto.

-Bobby você está bem?

-Estou, eu acho. Briguei com a minha namorada ontem.

-Que droga. Algo sério?

Bobby deu uma risada e começou a andar antes de responder. Eu fui junto obviamente.

-Você vai rir se eu disser que ela brigou comigo porque não dou atenção à ela? – o olhei de soslaio apenas – Ela me disse que parece que eu me importo mais com o meu rival do que com ela. Ridículo.

-Rival?

-Kim Hanbin, ou como se chama nos palcos: B.I. Ele é um dos meus rivais na competição que eu entrei a uns dias.

Bobby suspirou de novo.

-Olha, eu não quero piorar a situação mas você pensou naquilo que eu te disse ontem?

Ele ficou em silêncio apenas olhando para o chão enquanto andava.

Depois de alguns minutos ele respondeu.

-Infelizmente sim.

E foi pelo caminho dele olhando para o chão.

Gritei um tchau do qual ele tinha se esquecido e ele gritou outro.

Segui meu caminho pensando em coisas nada a ver, como quando vai chegar a próxima temporada de Lucifer na Netflix ou se haverá uma segunda temporada de Water Boyy. Resumindo, coisas aleatórias.

Cheguei em casa e fiz lamen mesmo, era sexta-feira e eu não iria cozinhar hoje.

Senti falta de algo como se estivesse esquecendo de algo importante. Peguei meu celular e abri na conversa com o June.

Ah, sim. Junhoe.

Bloqueei a tela e guardei de volta ao bolso da calça.

Subi ao meu quarto e decidi só trocar de roupa. Dessa vez apenas um conjunto de moletom e uma pantufa pra ficar nice e me joguei no sofá da sala que me lembrou da conversa que eu tive com o June.

Levantei de novo pra pegar um refri, eu tinha que tirar ele da minha cabeça um pouco. Voltei a sala e escolhi um jogo para relaxar, já que eu não tinha nada para fazer.

As horas se passaram e as coisas foram ficando mais chatas e tediosas.

Tentei jogar algum jogo de console que eu tinha e eu morri pela 15° vez na mesma parte, por descuido. Não conseguia manter minha cabeça no lugar.

Olhei o horário em meu celular, já estava quase escurecendo. Eu precisava fazer algo se não eu iria morrer de tédio. Decidi ligar para o Yun mas só chamava. Suspirei quando caiu na caixa postal. Não queria atrapalhar Bobby em seus pensamentos e dúvidas então descartei a ideia.

Peguei um casaco, minha carteira, meu celular junto com o carregador e enfiei dentro da minha pequena mochila. Peguei meu celular e pedi um uber e mandei mensagem ao meu pai que não iria dormir em casa, porém ele não havia nem recebido a mensagem. Não dei muita bola e logo um carro havia parado na minha frente, o uber.

Minutos depois, cheguei ao meu destino. Paguei ao motorista simpático e antes de bater na sua porta, liguei para June.

" - Jinan? Porque está me ligando?"

" - Oi, você está em casa?"

" - Estou, porquê? Aconteceu alguma coisa?"

" - Não, nada. Estou indo pra aí. Tchau."

" - O que? Jay como assim? JAY!"

Desliguei o telefone e apertei a campainha. Demorou pelo menos uns 3 minutos até ele abrir a porta pra mim.

Ele estava surpreso por eu estar lá, ou por outra coisa, eu não soube distinguir. Estava ofegante e sem camiseta. Eu estranhei, June não gostava de ficar sem camisa em casa.

- Jinan, o que veio fazer aqui?

- Vim ficar com você. Yun e Bobby estavam indisponíveis e eu estava com muito tédio lá em casa. Porque demorou tanto para atender a porta, tava batendo uma? - falei entrando em sua casa porque era como minha já.

- É, eu tava.

Eu parei de andar me virei e olhei pra ele pra ver se estava zoando. O pior era que parecia ser verdade. Ele sem camisa, apenas com a calça jeans, ofegante, pela demora para me atender, aquilo não parecia mentira.

- Ah é? Estava pensando em quem então?

"Por favor não diga Amber"

- Estava pensando em você.

Eu não estava esperando por aquilo, não sabia se deveria dar um sorriso como resposta a brincadeira ou se tentava responder. Nesse tempo sem reação minha, apenas olhando para ele, o mesmo veio em minha direção, se abaixou até altura do meu rosto e ficou muito perto, muito perto mesmo. 

- Sempre me perguntei qual deve ser a sensação de estar dentro de você. Se é tão apertado como imagino. Em qual posição você preferiria que eu te fodesse. Se gritaria quando eu te chupasse até você gozar. O quão gostoso deve ser ouvir você gemer meu nome.

Eu pifei quando ele avançou em mim com seus lábios. Eu me derreti em seus braços quando ele me abraçou, levantou e me colocou em cima da mesa da sala. Arfei quando ele chupou meu lábio inferior pra depois se afastar levemente para atacá-los de novo, afoito.

Eu sentia como se algo estivesse errado, ao mesmo tempo em que sentia que tudo estava melhor do que nunca. Mal conseguia me situar quando tinha ele entre as minhas pernas passando as mãos pelo meu corpo e fazendo um rastro de arrepio.

- June.... - Fui interrompido com mais um dos seus beijos rápidos – June, para um pouco, calma. Me explica isso direito.

Ele parecia não me ouvir, seus olhos só enxergavam meu corpo ainda dentro dos seus braços. Puxei seu queixo pra cima para olhar para o meu rosto, ele pareceu se acalmar um pouco.

- Porque....

- Porque...? - o incentivei a falar

- Porque...eu te...

Eu sou muito otário.

Percebi isso quando acordei no sofá de casa, percebendo que sonhara com o June. Eu não só sonhara, como havia gostado do que senti. E o pior de tudo? Eu estava com uma ereção no meio das pernas que eu deveria cuidar.

E quando eu acho que as coisas não poderiam piorar, elas superam minhas expectativas.

Nada vinha a minha mente além daquele maldito sonho, e eu tive que me desfazer pensando no meu melhor amigo. No meu melhor amigo. Porque eu me sinto mais aliviado do que o normal?

Desculpe June.


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