GT DO ALDAIR - PARTE 4

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>Depois da treta na faculdade
>fui levado a delegacia 
>mais para enxerem meu saco mesmo do que qualquer outra coisa
>estava sendo interrogado pelo delegado
>não estavam me acusando de roubo
>pois a vítima mesmo havia confirmado que não havia sido eu quem teria a assaltado
>mas o policial quis me levar para a delegacia mesmo assim
>disse que eu teria que responder por receptação de material roubado
>tentei explicar que não comprei nada
>não adiantou
>no interrogatório, expliquei pro delegado que havia encontrado o celular na faculdade
>e que estava apenas aguardando a ligação do dono para devolver
>disse que não atendi antes porque estava fazendo prova
>o delegado viu que eu não tinha o perfil de um assaltante
>e que eu teria sido muito burro de não desligar o celular, não trocar o chip e ainda atender a ligação do dono.
>fui liberado
>meu pai teve que ir no meio da noite me buscar na delegacia
>expliquei o ocorrido (é claro que usei a versão do: "encontrei o celular")
>ele entendeu e disse que estava orgulhoso pela minha honestidade
>fiquei feliz
>fomos pra casa
>lembrei da minha depósito
>lotei o whatsapp dela de mensagens, expliquei tudo
>disse que não passou de um mal entendido
>pedi mil desculpas
>fui dormir rezando para que ela acreditasse em mim
>funcionou
>ela deu risadas e me chamou de azarado
>estava tudo perfeito
>diferente da Bárbara, aparentemente a Laura confiava mais em mim
>estava bem feliz
>conversamos bastante durante o dia
>infelizmente era final de semana, não teria aula hoje
>não iria poder ver minha pitanguinha na faculdade
>um pouco depois da hora do almoço, ela diz que teria que sair com a mãe
>okay.png
>larguei o whatsapp de lado e fui jogar ps4
>Aldair entra no quarto
>Aldair pergunta como foi com a Laura
>minha vontade era de socar a cara daquele filho da puta
>que viado do caralho
>aquele fdp fez com que eu fosse parar na delegacia
>quase fui preso por culpa dele
>mas ai eu lembrei da Laura
>meu coração se encheu de paz
>lembrei que foi por causa do Aldair que eu consegui me aproximar dela
>Aldair tinha lá seus problemas, mas ele era "o cara"
>Aldair era um gênio
>o mundo seria um lugar melhor se existissem mais pessoas como ele
>tenho sorte de tê-lo como amigo
>respondo para ele que foi tudo perfeito
>falo sobre o lance do celular roubado
>Aldair fica puto com o Biromba
>diz que ia dar um jeito
>fiquei com medo de perguntar o que ele iria fazer
>pergunto porquê ele tinha me entregado um outro celular, já que ele poderia ter ligado para o meu
>afinal, isso iria ter evitado toda a confusão.
>Aldair simplesmente diz que assim parecia mais legal
>tive que concordar.
>Aldair pergunta qual é o plano
>não entendi muito bem de que plano ele estava falando
>"como assim? não entendi" Família, Pai de.
>ele disse que era o plano pro final de semana, se sairia com a Laura para algum lugar
>respondi que não sabia, tinha medo de ser cedo demais
>ele me manda criar coragem e tomar cuidado para não acontecer o que aconteceu com a Vanessa.
>Pequena pausa<
>Vanessa era a menina do episódio 5.
>depois que levei um pé na bunda da Bárbara
>Aldair ainda tentou fazer com que eu saísse com a Vanessa
>mas eu fiquei tão pra baixo que acabei desperdiçando a chance
>fim da pausa<
>digo que vou pensar
>Aldair diz que não havia nada pra pensar e que já estava decidido
>disse para eu convidar Laura para ir ao cinema
>digo que eu estava mal de grana, não iria rolar
>ele põe a mão no peito e diz:
> - Cara, eu to falando pra você levar ela ao cinema, não se preocupe com os ingressos, eu resolvo. Será como um pedido de desculpas pelo que aconteceu ontem.
> - Não sei não cara – não sei porquê, mas aquela ideia não estava me parecendo muito boa.
> - Não quero ouvir não como resposta. – insistia ele. – e daqui a pouco o Biromba vem aqui para te pedir desculpas pessoalmente pelo acontecido.
> - O Que?? – pergunto no susto – Como assim cara?
> - Oras, ele fez besteira. Sacaneou meu amigo, deve se desculpar.
> - Não cara, sério... não precisa, sério mesmo – disse.
> - Ahh... jura? – Aldair parecia desapontado – Já tinha até pensando em vestir ele com uma camiseta escrito "eu sou um idiota", ia ser tão divertido.
> - Sério... não precisa – insisto.
> - Poxa, que pena... e se talvez eu mandar ele usar uma fantasia de...
> - Sério cara! – Interrompo – Valeu mesmo, mas vou ficar só com os ingressos mesmo.
> - Certo, certo. Como quiser
> - Acho que uns 30 reais da – digo.
> - Do que você ta falando? – Aldair parecia confuso.
> - Dos ingressos oras, você não iria me dar o dinheiro?
> - Dinheiro? Você me ouviu falar em dinheiro?
> - Ué, eu pensei que... –eu não estava entendo mais nada.
> - eu disse que os ingressos são por minha conta.
> - e como é que vai ser então? Você vai comprar e me dar?
> - Me avise qual filme e qual sessão você vai querer. Esteja no cinema na hora marcada e não se preocupe com mais nada. – dizia Aldair enquanto ia embora.
> - Não concordo com essa ideia – Grito.
> - Confia no pai cara – gritou Aldair em resposta.
>Naquele momento, eu sabia que ia dar merda.
>não demora muito e Laura já me chama no whatsapp
>digo que é uma pena que hoje não teria aula
>ela me chama de louco, disse que já estava de saco cheio da faculdade
>fiquei mal agora, ela não entendeu o que eu quis dizer
>disse que não tava nem ai pra aula, só que se tivesse aula, eu iria poder vê-la.
>The bait has been planted.exe
>ela ri e diz "foi mal"
>Laura diz que não precisamos ir pra faculdade para nos vermos
>the bait was a success.exe
>convido Laura para o cinema
>ela aceita. Uhull!
>marcamos o filme, o horário, tudo certinho
>marcamos de nos encontrar no shopping
>avisei ao Aldair
>disse o horário e o filme
>ele fala que quando estiver chegando a hora do filme ele iria me ligar pra entregar os ingressos.
>mesmo com medo, concordei.
>como eu já conhecia o histórico do Aldair, sabia que não poderia confiar totalmente
>peguei dinheiro com meu coroa
>disse que era pra levar uma gata ao cinema
>nunca vi meu pai me dar dinheiro com tanto gosto
>tomo meu banho
>fico cheirosinho
>vou para o shopping
>chego lá antes dela
>fico na praça de alimentação esperando
>mando uma mensagem para o Aldair avisando que faltava uma hora pro filme
>Aldair responde: "to ligado, fik sussa"
>fiquei sussa.
>uns 20 minutos depois
>minha pitanguinha chegou
>estava linda
>10/10 na escala richter de belezura.
>sentou-se ao meu lado e perguntou se eu já tinha comprado os ingressos
>disse que ainda não, mas que o Aldair iria dar um jeito.
>ela parece não ter entendido muito bem, mas não disse nada.
>afinal, nem eu entendo o Aldair.
>pergunto se ela quer comer alguma coisa
>ela diz que tinha acabado de lanchar em casa
>insisto que ela aceite pelo menos que eu lhe pagasse um sorvete
>eu tinha que mostrar que eu era um macho Alfa.
>ela aceita e fomos ao McDonalds.
>recebo uma mensagem no whatsapp
>Aldair disse que já conseguiu os ingressos.
>Quando estava digitando aonde ele poderia me encontrar para me entregar
>recebo um esbarrão e deixo o celular cair no chão
>no meio da confusão olho para trás e reconheço o sujeito
>era novamente o tal do Biromba
>o filho da puta me deu um esbarrão e saiu vazado
>pego o meu celular
>a tela não rachou. UFA.gif
>De repente cai a ficha
>reviro todos os meus bolsos
>Laura fica assustada e pergunta o que eu estava procurando
>até que...
>encontrei.
>no bolso esquerdo estava 2 ingressos para o filme que eu havia dito para o Aldair.
>ele deve ter pedido para o Biromba me entregar
>Aldair precisa rever esses métodos de entrega
>custava dar na minha mão?
>Laura fica sem entender nada
>pergunta de quem são esses ingressos
>digo que eu já havia comprado
>que estava apenas brincando com ela
>e que fiquei assustado porque tive medo de que o cara tivesse me roubado
>ela acredita.
>FUCKYEAH.txt
>tomamos nosso sorvete.
>Já estava quase na hora do filme
>nos dirigimos ao cinema
>na entrada do cinema passamos por duas garotas bastante nervosas
>uma estava muito assustada enquanto a outra conversava e gesticulava para um guarda
>- O que você ta olhando? – pergunta Laura ao me ver parado olhando aquela cena.
>- Er... nada não. – continuei andando.
>entramos na área do cinema e fomos caminhando para a entrada das salas.
>mas uma coisa ainda me incomodava
>aquelas duas garotas assustadas não saiam da minha cabeça
>- Você quer pipoca? – pergunto.
>- Pode ser.- Laura responde com um certo entusiasmo.
>- Compra lá pra gente? – digo puxando dinheiro da carteira. Lhe entrego uma nota de 20 Reais.
>- Ué, aonde você vai? – indaga Laura.
>- Vou ao banheiro, rapidinho.
>ela vai até a fila da pipoca enquanto eu volto para a entrada do cinema
>as meninas ainda estavam conversando com o guarda enquanto ele falava com alguém pelo rádio.
>me aproximo e pergunto o que aconteceu
>o guarda diz que não era pra eu me preocupar e que era assunto particular.
>não me dou por satisfeito
>- Vocês foram assaltadas? – pergunto para uma das meninas.
>- Sim! Um garoto levou nossos ingressos. – ela responde com a voz meio tremula
>- alguém roubou os ingressos do cinema de vocês?? – eu parecia não acreditar no que tinha acabado de ouvir.
>- pois é – a outra menina começou a falar – Foi uma coisa muito bizarra. Um garoto se aproximou e perguntou qual filme a gente iria assistir. Eu vi que ele já tinha perguntado para algumas pessoas, por isso nem liguei. Ai eu respondi que a gente ia ver "Divertidamente" e ele pediu para conferir os ingressos, porque ele disse que achava que tinha algo de errado com o ingresso dele. Quando eu peguei na bolsa ele puxou da minha mão e empurrou nós duas e saiu correndo.
>NÃOPODESERREAL.gif
>definitivamente eu não estava acreditando que eu estava ouvindo aquilo.
>-A gente não acreditou que alguém pudesse roubar ingressos do cinema, por isso estamos aqui esperando pra ver se ele seria burro o suficiente para aparecer pra assistir. Mas o pior não foi ele ter levado os ingressos, e sim o empurrão. Minha amiga ta assustada até agora. – completou a menina.
>O guarda disse que não conseguiram encontrar o rapaz pela descrição que elas deram
>digo que encontrei um par de ingressos no chão, perto do banheiro masculino
>mostro a elas e pergunto se seria aquela sessão que elas teriam comprado
>as meninas confirmaram
>entrego o ingresso para elas.
>elas agradecem
>meu peso na consciência não permitiu ouvir muito mais do que elas disseram
>só queria sumir dali
>vejo Laura me procurando
>carregava um saco de pipocas grande e um copo de refrigerante.
>- Ai está você – ela diz ao me encontrar. – olha, não dava pra comprar muita coisa, então acho que esse é o mais em conta. É só a gente dividir.
>UMA GAROTA QUE PENSA EM DIVIDIR AS COISAS. CASACOMIGO.AVI
>digo que rolou um probleminha e que perdi os ingressos
>Laura faz uma cara de preocupada e sugere irmos procurar
>digo que já está encima da hora do filme e que não daria tempo, além do mais alguém deveria ter achado já
>digo que vou comprar denovo
>afinal, meu velho havia me dado dinheiro mesmo
>olho pra bilheteria
>tava lotada
>fudeo.jpeg
>digo que vamos perder a sessão
>Laura olha pro mural e ve que vai ter uma outra sessão em outra sala em meia hora
>olho pra fila
>eu tinha meia hora... Challenge Accepted.png
>entro na fila
>a fila não andava
>cada passo era uma conferida no celular para ver se daria tempo ou não
>Laura já tinha bebido quase todo o refri e tinha começado a comer umas pipocas
>tava agoniado já, não sabia se daria tempo ou não
>já tinham se passado uns 20 minutos
>faltava umas cinco pessoas
>acho que vai dar tempo
>mais alguns minutinhos
>SOU O PRÓXIMO
>olho a hora
>faltava uns 4 minutos
>DEU TEMPO
>vejo o preço dos ingressos
>22 DILMAS
>Sorte que temos menos de 21 anos e pagamos meia
>sorte que meu pai me deu 40 Reais
>sorte que eu também já tinha uns 5 reais na carteira.
>40 Reais menos os 20 da pipoca, sobrava 20 dilmas.
>peço duas meias-entradas
>a moça manda eu escolher as cadeiras
>escolho
>a moça diz: são 25 Reais
>wtf?
>visualizo que o filme era 3D
>sessões 3D são mais caras
>FDP!
>sairia mais caro do que eu imaginei, mas ainda estava no meu orçamento
>abro a carteira me sentindo o homem do dinheiro
>pronto para puxar a nota de vinte dilmas
>wtf?
>tinha apenas uma nota de 10 e algumas notas de 2 reais
>EU ESQUECI QUE COMPREI O SORVETE
>Maldito sorvete!!
>Pego o dinheiro
>faço as contas e só tinha 17 Dilmas
>FUDEU.mov
>vou ter que abortar a missão
>olho para Laura preparado para dar a noticia
>ela me encara com aqueles olhos angelicais e a boca cheia de pipoca
>-ALBUM BOBRENMA? – foi o que deu pra entender.
>- Não tenho dinheiro suficiente – digo, envergonhado.
>- EU BENHO BEZ BEAIS ABI – dizia ela em meio a pedaços de pipocas que voavam pelos ares. – Toma! – disse enfim, já com a boca vazia, me entregando a nota de 10 reais.
>fiquei meio receoso em aceitar, mas ficar sem assistir ao filme seria pior.
>pego o dinheiro e compro os ingressos.
>quando estávamos nos dirigindo a sala do filme, Laura comenta que aquele era o único dinheiro que ela tinha para ir embora.
>WTF?
>como alguém gasta o dinheiro da passagem e fica tão tranquila?
>eu morava perto do shopping, poderia ir andando de boa.
>mas Laura morava em outro bairro, tinha que pegar um ônibus.
>digo que vou dar um jeito
>pego o celular e mando mensagem para o Aldair
>digo que o fdp me sacaneou com os ingressos roubados e que agora ele estava me devendo
>digo para ele me trazer dinheiro aqui no shopping para pagar a passagem de Laura
>Aldair responde: "Deixa com o pai"
>não tinha muita escolha
>confiei.
>bloqueio o celular e vamos assistir ao filme.
>depois de tantos contratempos, enfim eu estava ali, ao lado da minha pitanguinha
>eu estava tão nervoso, tão ansioso.
>Queria tanto sentir o doce sabor daqueles lindos lábios
>mas faltava a coragem para dar o primeiro passo
>se o Aldair estivesse aqui, ele saberia o que fazer...
>ela estava tão linda... não conseguia parar de olha-la.
>- o que foi? – Laura me pegou de surpresa enquanto eu a encarava – tem alguma coisa no meu rosto?
>- Não!... Não!... Não!! Não mesmo! É que... você está linda! – consigo dizer enfim.
>- Ah...- Laura cora envergonhada. – Obrigada! – mesmo naquele ambiente com luz reduzida, consegui notar suas bochechas ruborizando.
>decido que agora era a hora, não podia perder tal oportunidade
>digo que não aguento mais esperar
>passo minha mão por trás de sua cabeça e inclino meu corpo na direção dela
>sinto sua respiração ofegante bem junto de mim
>com meus lábios bem próximo aos dela, sinto que ela está totalmente entregue
>seus lábios estavam trêmulos
>seus olhos, pareciam perdidos.
>embora aquele curto intervalo de tempo estivesse maravilhoso
>afinal, era muito bom ter minha pitanguinha completamente entregue à mim.
>meu desejo falou mais alto e logo a beijei
>me senti nos céus
>estava abraçando padim çiço
>podia até ouvir uma orquestra de anjos tocando ao fundo
>até que...
>Acordo do delírio.
>- Algum problema? – Laura me cutucava.
>- Er... não, não... por quê?
>- você ficou ai parado olhando pro nada igual um maluco.
>-é que eu... eu... tava me lembrando de umas coisas.
>-hmm, tudo bem então – embora ela não tenha entendido muito bem, decidiu deixar pra lá.
>o filme começou
>não tive coragem de beijar minha pitanguinha
>agora estávamos de óculos 3D
>e ela estava comendo pipoca
>o que dificultava ainda mais as coisas
>visualizo que sou um imbecil.
>o filme até que era muito divertido
>estar ali ao lado da minha pitanguinha, ouvindo-a dar risadas
>era realmente muito bom
>mas faltava alguma coisa
>faltava o grand finale
> a cada oportunidade que surgia eu me aproximava mais
>tentava tocá-la mais vezes
>tentei jogar meu braço por volta de seu pescoço, não deu certo.
>o filme ia passando, as horas também.
>logo logo o filme iria acabar e eu precisava agir antes disso acontecer.
>eu precisava agir
>mas o que fazer?
>decido acabar logo com a pipoca. Seria um obstáculo a menos.
>já estava quase acabando mesmo, então foi bem fácil.
>feito.
>sem aquela pipoca no colo dela, tudo ficava mais fácil
>faltava apenas eu tomar atitude...
>que era a parte mais difícil.
>é foda ser tão loser.
>a partir dai eu não conseguia mais prestar atenção no filme
>não parava de olhar para ela
>as vezes ela notava e me olhava com um sorriso encantador
>parecia estar dando carta branca
>parecia gritar para todos os cantos do mundo: PODE ME BEIJAR AGORA
>no fundo eu sabia disso
>eu sabia que eu poderia beijá-la
>mas por que eu não conseguia fazê-lo?
>o tempo foi passando e aquilo me remoí-a por dentro.
>eu sei que eu sei beijar. Já tive uma pitanguinha antes.
>mas e se eu esqueci como fazer? Afinal, são dois anos na seca
>e se eu sempre beijei mal, mas a Bárbara nunca me disse nada?
>e se a Laura não gostar?
>esses e mais outras centenas de pensamentos tomavam minha cabeça nesse momento
>o filme acaba
>as luzes se acendem
>Laura levanta
>Nãooooooooooooooo!
>eu sabia que não poderia deixar esse momento passar em branco
>puxo a mão dela
>ela cai sentada em meu colo
>enfim, não tinha para onde correr
>dou-lhe um beijo daqueles de cinema
>do tipo que precisaria jogar um balde d'agua para separar nossas línguas
>Acordo do delírio
>- Vai ficar ai? – dizia Laura de pé, enquanto o povo já saia da sala de cinema.
>me levanto meio desengonçado
>sabia que havia perdido uma ótima oportunidade
>queria ir ao banheiro e tacar minha cabeça na parede
>- você tem um jeito bem peculiar – disse Laura enquanto saiamos da sala.
>- você quer dizer: um completo idiota? – pensei em pensar, mas acabei dizendo sem querer em voz alta.
>- não! Por que você diz isso? Te acho um fofo. – Laura me da um beijo na bochecha.
> - Fofo é? É assim que estão chamando os idiotas agora? – eu realmente estava decepcionado comigo mesmo.
>Laura me puxa para um canto mais afastado
>- PARA! – ela diz com uma voz imponente – por que você esta falando essas coisas de você mesmo?
>- por nada, desculpa, é só que...- não consegui completar por vergonha.
>-olha. – disse Laura tocando meu queixo e levantando minha cabeça, fazendo com que eu a encarasse. – seja lá o que você estiver pensando, saiba que eu não ligo. Eu adorei sair com você e estou amando sua companhia. Todos com quem já sai só queriam saber de me beijar, só ligavam para minha aparência. Ninguém jamais me deixou agir assim tão espontaneamente. Com você eu sinto que eu posso ser eu mesma e eu estou amando isso. – disse enfim, antes de me dar um beijo.
>foi um beijo simples
>apenas juntamos nossos lábios por um tempo
>mas eu me senti nas nuvens
>e dessa vez eu sabia que era real
>dessa vez eu pude sentir o calor.
>- você é incrível, sabia? – disse Laura enquanto me puxava em direção a saída do shopping.
>eu estava fora de mim
>parecia que meu corpo orbitava em outras galáxias nesse momento
>como pode existir tal garota tão incrivelmente incrível?
>chegamos na entrada do shopping
>- Não tenho dinheiro para voltar para casa, vou ter que pedir pro meu pai me buscar –disse Laura.
>- Não precisa. Eu vou dar um jeito.
>ligo para o Aldair
>cade aquele fdp?
>Aldair não atende.
>recebo mensagem
>Estacionamento C2 – vaga D7.
>wtf?
>Aldair não tinha carro, até aonde eu sabia
>será que ele pegou o carro de alguém emprestado?
>digo para ela me seguir
>vamos até a tal vaga
>tinha um celta cinza parado na vaga
>nunca vi aquele carro antes
>me aproximo
>recebo outra mensagem
>"procure do lado da roda traseira. lado esquerdo"
>WTF?
>me abaixo e vejo as chaves do carro
>WTF2?
>MAS EU NÃO SEI DIRIGIR!
>-De quem é esse carro? – Laura faz a pergunta que eu também estava me fazendo naquele momento.
>- Er... – quando eu me preparava pra responder.
>- De um amigo! – disse o Aldair, que apareceu como sempre, do nada.
>-Aldair??? – Pergunto no susto. – Aonde você tava? E que carro é esse?
>- eu estava indo embora, mas lembrei que você é um imprestável e não sabe dirigir ainda. E respondendo a sua outra pergunta, esse carro é de um amigo.
>- Amigo? Que amigo? – perguntei confuso.
>- Eu tenho muitos amigos...
>- hum... – eu sentia que tinha alguma coisa errada, mas eu precisava levar Laura pra casa, então não tinha muitas opções. – Mas você vai dirigir? Você não tem nem carteira!
>- isso não quer dizer que eu não saiba dirigir – Responde Aldair calmamente.
>faz sentido.
>entramos no carro
>Laura guia Aldair até a casa dela
>embora eu estava desesperado para saber de quem era o carro
>e com um medo enorme de ser parado em alguma blitz
>até que a viagem foi tranquila
>Aldair dirigia muito bem e rapidamente estávamos na casa da minha pitanguinha.
>saio do carro e a levo até o portão
>me despeço e dou um beijo no rosto, em despedida.
>eu sabia que era muito pouco, mas não consegui fazer mais do que isso.
>eu realmente era um loser
>quando eu estava voltando para o carro
>Aldair grita: - LAURA!
>olho para ele assustado e ele gesticula para eu voltar até ela
>- VOLTE LÁ E FAÇA DIREITO, PORRA! – dizia ele.
>-OK OK- respondi.
>olhei novamente para o portão e lá estava ela, meio confusa.
> - Me chamou?
> -sim! – respondo enquanto me aproximo.
>estou nervoso e sem muita coragem
>mas ao olhar para o carro, vejo a cara do Aldair me apoiando
>e sei que ele me xingaria muito se eu não fizesse o que tenho que fazer
>Aldair era um amigo de verdade
>Aldair sabia como me dar apoio
>Aldair sabia como me encorajar.
>enfim, me aproximo de Laura e disse que adorei a noite de hoje
>em meio a risos ela disse que eu já havia dito aquilo antes
>como uma cena de um filme de comédia romântica
>eu digo: - mas ainda faltava uma coisa – e a beijo.
>Laura retribui o ato como se estivesse esperando isso a noite toda
>posso estar maluco, mas acho que ouvi Aldair dando umas buzinadas em comemoração.
>me despeço de minha pitanguinha
>agora com sentimento de dever cumprido.
>vejo ela entrar e fechar o portão, dando tchauzinho.
>ai ai... eu estava nas nuvens.
>me aproximo do carro, pronto para finalizar aquela noite maravilhosa
>ouço uns barulhos estranhos
>- Aldair, que barulho foi esse? – pergunto assustado.
>- Barulhos? Que barulhos? – Respondeu Aldair levemente perturbado, como se tentasse esconder alguma coisa – não ouvi barulho nenhum.
>TUM TUM TUM
>ouço o barulho novamente
>- Está vindo do porta malas.
>peço a chave para o Aldair, que entrega com muita relutância
>vou até a traseira do carro e abro o compartimento
>meu corpo gela
>com o susto, só consegui pensar em fechar aquilo o mais rápido possível
>olho para o Aldair com uma cara de pânico
>sim, eu estava em pânico.
>Aldair simplesmente da um sorrisinho sem graça
>como o filho da puta pode agir assim tão tranquilamente?
>dessa vez o Aldair havia ido longe demais
>havia a porra de um cara amordaçado dentro do porta malas.
>- quer me explicar que porra é essa?
>- acho que eu devo confessar que esse carro talvez não seja de um amigo – Aldair parecia meio sem graça
>- ENTÃO DE QUEM DIABOS É ESSE CARRO? E QUEM É ESSE CARA?
>- Eu perguntei pro Biromba se ele conseguiria arranjar um carro pra mim e ele disse: sem problemas.
>- VOCÊ PEDIU PARA O BIROMBA ROUBAR UM CARRO?
>- Veja bem, eu não disse roubar.- dizia o Aldair tentando esclarecer as coisas
>PORRA ALDAIR!

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