GT DO ALDAIR - PARTE 5

222 3 0
                                    

>Vamos analisar a situação
>eu estava com um carro roubado
>e havia um cara amordaçado, no porta malas do carro
>eu já tinha ido na delegacia na noite anterior
>TOFUDIDO.gif 
>o que eu faço?
>- A gente tem que tirar ele dai de dentro! – digo, em pânico.
>- Não! – Aldair grita – Você ta maluco? Quer que ele nos entregue para a polícia?
>- Não... a gente desamarra ele e diz que encontramos o carro abandonado na estrada.
>- Não vai dar certo! Sabe se lá a quanto tempo esse cara ta nos ouvindo? E se ele ouviu a gente desde o shopping? E se ele reconhecer a nossa voz? – Aldair poderia ter razão.
>- Então o que a gente faz?
>- Podemos abandonar o carro num matagal, ou jogar no rio ou...
>-Você ta maluco?! – grito. – A gente não vai abandonar ninguém! – digo num tom bem sério.
>- Calma, só estou brincando.
>ouço o cara se debater dentro do porta malas
>isso só fazia meu desespero aumentar
>maldito Biromba!
>maldito Aldair!
>Aldair não aprende nunca.
>meu desespero só fazia aumentar
>pergunto pro Aldair o que a gente poderia fazer
>Aldair sugere ligarmos para a policia e denunciar que há um carro abandonado num determinado local
>digo que pode ser uma boa ideia
>mas não poderia ser ali em frente a casa da Laura
>alguém poderia ouvir o barulho da policia e a Laura iria reconhecer o carro
>poderia dar merda
>Aldair concorda.
>Aldair sugere levar o carro para um local um pouco mais próximo do shopping
>pois ai poderíamos voltar andando para nossas casas.
>concordo com ele, afinal, eu estava sem dinheiro para a passagem.
>entramos no veículo e seguimos.
>chegando no local, escolhemos uma rua que estava bem deserta
>afinal, ninguém poderia nos ver.
>descemos do carro e fizemos o combinado
>Aldair foi até um telefone público que havia ali perto e fez a denúncia.
>Ficamos escondido de longe, apenas observando e esperando a polícia chegar
>passado uns 10 minutos, meu celular toca
>atendo
>- alô? Alô? Quem ta falando? – dizia uma voz agitada do outro lado da linha.
>O número da chamada era desconhecido.
>- Alô? Laura? – Perguntei ao reconhecer sua voz.
>- Aleluia! Que bom que é você! – respondeu ela com uma expressão de alivio. – To tentando te ligar há um tempão. Esse é o celular da minha mãe, sorte que sou boa em decorar números.
>- Você... Você gravou meu número de cabeça? – Perguntei surpreso. Afinal, quem faz isso hoje em dia?
>- Pelo jeito sim. Só tava me confundindo o final. Liguei para umas três pessoas antes de te encontrar – risos.
>- mas por que você não viu no seu celular?
>- Então, é sobre isso que eu queria te falar. Você ainda está com o Aldair? Acho que esqueci meu celular no carro do amigo dele. Eu lembro que estava segurando ele quando entrei, mas não me lembro de ter pego ele quando eu sai. Pode dar uma olhada?
>- Dar uma olhada? – Encaro o carro com uma terrível sensação de "deu merda".
>- É! Você está com o carro ainda né? Por favor, diz que está! Minha mãe vai me matar se eu perder esse celular.
>- Dar uma olhada no carro?...- digo olhando para o Aldair, que gesticulava desesperadamente algo como "NEM PENSE NISSO".
>- Claro que da – Respondo. – Já já te ligo, bjs. – Desligo.
>- Você não se atreva a se aproximar daquele carro! – Gritou Aldair.
>- Mas a Laura esqueceu o celular dela lá dentro! – digo.
>- FODA-SE O CELULAR! A polícia já deve estar chegando e não será nada legal eles chegarem e verem a gente lá.
>- Você não ta entendendo Aldair. Se eles encontrarem o celular dela. Ferrou tudo! Eles irão nos identificar! – tento esclarecer a situação para o Aldair, em meio ao meu desespero.
>- PUTA QUE PARIU! Tu tem razão. – disse ele enfim.
>- Vamos aproveitar que eles estão demorando e vamos correr lá rápido. – dizia eu enquanto corria em direção do carro.
>mal dei alguns passos e já ouvi um barulho
>era o som de um carro se aproximando
>corri de volta e me escondi junto do Aldair
>era a polícia
>FUDEU.jpeg
>Uma viatura havia chegado ao local
>meu coração disparou naquele momento
>batia mais rápido do que 1000 gordinhos devorando um lanche na hora do recreio
>eu iria ser preso, certeza.
>não tinha mais escapatória.
>dessa vez o Aldair tinha me fudido de verdade.
>eu tava mais fudido do que 1000 Sashas Greys fazendo gang bang.
>a viatura parou ao lado do carro
>um policial desceu com uma lanterna, se aproximou do veiculo enquanto o outro lhe dava cobertura com uma pistola.
>não dava pra ouvir o que eles falavam
>mas não demoraram muito pra ouvir o cara no porta malas.
>logo um dos policiais estava desamarrando o pobre homem enquanto o outro falava no rádio
>certamente estava chamando algum apoio.
>logo logo haveriam trocentos policiais revistando aquele carro de cima a baixo
>encontrariam o celular
>iriam chegar até a Laura, que nos entregaria
>eu era muito jovem para ser preso
>em meio ao meu delírio desesperado
>olho para o Aldair e percebo que ele estava meio sério
>como ele consegue manter a calma sabendo que iriamos parar na cadeia?
>Pergunto se ele estava pensando em fazer alguma coisa
>Aldair diz que, por enquanto, são apenas dois policiais.
>eles não irão se focar no carro por enquanto
>irão se preocupar apenas com o cara
>saber se ele está bem, tentarão colher algumas informações
>então se, e somente se, a gente conseguisse alguma distração
>poderíamos correr até o carro e pegar o maldito celular
>esse plano era uma merda
>mas era o único que nós tínhamos
>e o por mais que eu odiasse, eu tinha que concordar com o Aldair
>teríamos que fazer alguma coisa antes que mais policiais chegassem.
>fico encarando aqueles policiais conversando com a vitima
>fico tentando imaginar se conseguiríamos nos aproximar sorrateiramente e pegar o celular sem que eles nos vissem
>seria muito arriscado
>mas, talvez, com muita sorte...
>quando olho para o Aldair, percebo que ele já estava indo para algum lugar
>seguro ele e pergunto o que diabos ele iria fazer
>ele apenas me olha e diz: "Confia"
>a essa altura eu não tinha mais opções
>tive que confiar nele.
>a gente percebe o quão fudido estamos quando sua ultima esperança é o Aldair.
>ele desapareceu rapidamente
>naquele momento eu estava mais nervoso do que 1000 vascaínos/palmeirenses quando o juiz marcava penalty e viam o Edmundo ajeitando a bola para fazer a cobrança.
>fiquei ali sozinho
>olhando para aqueles policiais
>quando de repente ouço o Aldair gritando na outra esquina
>- SOCORRO! POLICIAIS ME AJUDEM!! POR AQUI!!!!
>os policiais olharam assustado
>Aldair estava bem distante, certamente os policiais não iriam reconhecê-lo
>até que foi uma boa ideia
>- POR AQUI, RÁPIDO, ELA TA PRECISANDO DE AJUDA!!!! VENHAM RÁPIDO! –gritava ele loucamente.
>logo os policiais fizeram um sinal para o cara ficar ali enquanto eles iriam analisar a situação.
>começaram a andar rapidamente na direção do "cara gritando no meio da rua"
>estavam se afastando do carro
>o plano estava dando certo
>Aldair saiu correndo para a outra rua e sumiu de vista
>CorraQueaPoliciaVemAi-1988-Dublado-DVDRip.Avi
>espero que ele consiga despistá-los
>Os policiais não demorariam muito para perceber que era um trote
>então eu tinha que me apressar
>agachado, me movi rapidamente na direção do carro
>o cara estava debruçado sobre o porta malas, mexendo no celular
>se eu fosse rápido e sorrateiro, quem sabe eu conseguisse me aproximar e vasculhar o carro sem que ele me visse
>era possível
>mas vezes o cara olhava para trás, para ver se os policias estavam vindo
>talvez ele estivesse assustado ainda
>isso era ruim
>as chances dele me ver me aproximar seria grande
>mas, não tinha escolha
>tive que agir rápido
>havia um matagal do lado da estrada aonde estávamos
>se eu fosse agachado por ali, certamente ele não me veria.
>e foi o que eu fiz
>mais silencioso do que 1000 filhos chegando em casa de madrugada depois da balada.
>quando eu estava perto o suficiente para sair da calçada e tentar me aproximar do carro
>o maldito cara resolve ir procurar alguma coisa na porra do porta luvas
>logo ele abre a porta e senta no banco da frente
>lá se foi a porra do plano A
>talvez aquele momento exigisse o plano B
>talvez se eu corresse até o carro
>abrisse a porra da porta
>pegasse o celular no banco de trás e saísse correndo
>talvez... o cara não teria tempo de reagir e eu fugiria
>poderia servir
>poderia, se eu não tivesse gastado tanto tempo criando coragem para agir
>tempo suficiente para os policias retornarem
>praticamente deito no mato para me esconder
>me rastejo de volta para o meu esconderijo inicial
>esperava encontrar o Aldair lá
>espero que o Aldair volte
>espero que ele não tenha me abandonado
>estou suado
>sinto meu corpo coçar do pé até a ponta do cabelo
>maldito mato filho da puta
>ouço os policiais comentando com o cara que era um trote
>que não encontraram ninguém
>-era apenas algum filho da puta que não tinha mais o que fazer – comentou um deles.
>fiquei feliz ao ouvir aquilo
>isso significava que o Aldair conseguiu escapar.
>chego até o local aonde estava escondido inicialmente
>o Aldair não estava lá
>o desespero bateu
>será que ele fugiu?
>fiquei ali encarando os policiais
>vejo mais uma viatura chegando
>uma ambulância também chegou ao local
>nessa hora eu só pensava em "FUDEU"
>logo eles encontrariam o maldito celular
>fudeu fudeu fudeu
>Nesse momento o Aldair volta até mim
>explico que o cara tava no carro e não deu para pegar o celular
>Aldair faz um gesto de "que merda"
>mas procurou se concentrar
>ele sabia que a situação estava preta
>mas se desesperar não ajudaria
>e o Aldair era o cérebro do time
>Aldair era um gênio
>logo logo ele iria pensar em alguma coisa
>pelo menos, assim eu esperava.
>os paramédicos estavam analisando o cara
>alguns policiais já vestiam luvas
>certeza que eles iriam olhar dentro do veículo procurando algumas provas
>certeza que achariam o celular
>certeza que isso os levariam até nós
>olho pro Aldair
>ele estava pensativo
>pergunto se ele tem alguma ideia
>Aldair continua pensativo
>digo que ele precisa fazer alguma coisa
>sim, eu praticamente estava implorando ajuda do Aldair
>ele me olha e com um leve sorriso no rosto diz: "deixa com o pai" e sai correndo
>não fazia ideia do que ele tinha em mente, mas só desejava que ele fosse rápido o suficiente
>volto a olhar para a situação
>os policiais já estava dentro do carro
>mas por enquanto eles estavam olhando a parte da frente
>estavam um de cada lado do veiculo
>meu corpo era uma mistura de sensações
>vontade de cagar, mijar, morrer e sumir
>tudo junto e misturado
>foi então que...
>ouço o som que poderia salvar nossas vidas
>era um alarme
>era um fucking alarme de incêndio
>todos que estavam no carro dirigiram suas atenções para o prédio que emitia aquele som
>Aldair deve ter disparado o alarme de incêndio do prédio que havia ali perto
>devo reconhecer que foi um plano muito bom.
>não demorou muito para começar um pequeno tumulto em frente ao prédio
>algumas pessoas começavam a sair do edifício
>aparentavam não estarem entendendo nada
>Os policiais começaram a se mover em direção ao prédio
>um deles fazia algum comunicado no rádio
>nem todos abandonaram o carro e a vítima
>mas pelo menos haviam mudado o foco
>todas as atenções estavam para aquele pequeno tumulto que se formava
>agora eu acho que seria a ultima chance que eu teria
>tinha que agir e tinha que ser rápido
>começo a me arrastar pelo matagal
>sinto meu celular vibrando
>certamente deveria ser meus pais preocupados
>ignoro
>distrações não seriam permitidas naquele momento
>eu estava focado
>eu tinha uma missão
>precisava pegar aquele maldito celular
>e o mais importante
>não poderia ser visto
>olho para trás e vejo que o tumulto estava aumentando
>o plano do Aldair realmente deu certo
>os policiais, os carinhas da ambulância e até mesmo a vítima, estavam completamente focados no tumulto
>o ser humano é curioso por natureza
>isso iria me ajudar bastante nesse momento
>me aproximo sorrateiramente do carro
>like a james bond
>abro a porta traseira do carro rezando a padim ciço para que não fizesse barulho
>não fez.
>ninguém ouviu a porta abrindo
>obrigado padim ciço.
>agora é só encontrar o maldito celular
>olho encima do banco
>passo a mão por todo o maldito banco e nada
>o desespero começa a bater (ainda mais)
>CADE ESSE MALDITO CELULAR?
>olho embaixo dos bancos
>olho até na parte da frente
>NADA
>FUDEU.png
>certamente os policiais já devem ter encontrado
>não tinha mais saída
>estávamos fudidos
>saio dali o mais rápido que eu podia
>estava completamente desesperado
>não conseguia controlar as lágrimas que desciam como uma cachoeira
>longe da vista dos policias
>me desabo a chorar
>era o fim
>eu iria parar na cadeia
>tudo culpa do desgraçado do Aldair
>depois de conseguir me acalmar um pouco
>pego o celular e dou uma olhada
>vejo uma coisa que me faz engolir o choro na hora
>e fez meus pelos se arrepiarem
>HAVIA UMA MALDITA MENSAGEM NOVA NO WHATSAPP
>ERA UMA MENSAGEM DA LAURA
>mal conseguia segurar o celular
>será que os policiais encontraram o celular e estão mandando mensagens por ela?
>quando consigo clicar no nome de Laura e abrir sua janela
>encontro a bendita mensagem: "oii, então, só pra avisar mesmo. Eu fiquei ligando pro meu celular com o celular da minha mãe pra ver se eu encontrava, até que meu pai ouviu ele tocando lá no portão kkkkkkkk, provavelmente aquela hora que eu tava entrando e você me chamou, eu devo ter colocado ele lá e acabei esquecendo.
Então, era só isso kkkkk, não precisa mais procurar não. Bjs!"
>começo a sorrir
>começo a chorar e sorrir ao mesmo tempo
>não conseguia me segurar de tanta alegria
>tanto alívio
>tanta raiva da Laura, aquela vaca!
>Afinal, todo esse pesadelo foi por causa dela
>mas ao menos tudo tinha acabado
>eu não seria preso
>estava tão aliviado e feliz que mal vi o Aldair se aproximar
>ele pergunta se peguei o celular
>mostro a mensagem pra ele
>ele ri e diz que somos idiotas
>digo que ele agiu muito bem
>parabenizo o Aldair pela ótima ideia
>disparar um alarme de incêndio foi genial
>criou um grande tumulto
>atraiu toda a atenção dos policiais
>e tudo isso sem causar nenhum estrago
>tudo isso, apenas ao toque de um botão
>- eerr... quanto a isso – Aldair deu uma risadinha sem graça. – talvez eu tenha me precipitado um pouco – disse Aldair apontando para o tal prédio, que estava atrás de mim.
>ao me virar, vejo que o Aldair não era tão genial assim.
>havia uma enorme fumaça preta saindo do prédio
>uma ambulância acabava de chegar no local
>pessoas saindo desesperadas
>já era possível ver as chamas.
>Aldair não disparou o alarme de incêndio
>Aldair provocou um incêndio.
>PORRA ALDAIR!

GTs 10/10Onde histórias criam vida. Descubra agora