Capítulo 10 - Uma interferência nada convencional!

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David

-Branca!! - chamo por ela, mas seus olhos paralisaram em mim ao contá-la o que eu e Alfa desconfiávamos. -Branca, fala amor! - aquele pedido faz ela piscar voltando e se joga em meu pescoço me abraçando. Então a ouço temer inteira e percebo estar chorando. -Ei... - afasto-a devagar e seguro seu rosto molhado em minhas mãos. -O que houve? - ela mexe o nariz de uma forma que a deixa fofa enquanto seus olhos estão vermelho.

-Preciso do meu colar! - ela enxuga cada lágrima se levantando. -Não me esqueci o amor! - ela muda o tom de voz me fazendo sorrir de lado e me lembrar do escape. -Pode parar! - olho para meu lado esquerdo vendo três pedras paradas no ar e Branca me olhando sem se mover. -Não ouse continuar jogando coisas em mim, menina mimada!! - levanto meu olhar e vejo minha irmã com outras pedras enormes querendo jogar nela.

As pedras ao ar perto de Branca caem ao chão e finalmente seus olhos saem de mim e param em Rapunzel, ela caminha até ela que fica sem se mover e pega o colar de volta. Branca encosta na testa dela e ela vai ao chão desacordada.

-Rapunzel!! - corro até minha irmã que está no chão e Branca coloca rapidamente o colar. -O que você fez?! - pergunto a ela que me fuzila no olhar e não a reconheço.

-Mande o dragão de vocês levar ela para casa, pois eu... - ela aponta para ela. -E você... - aponta para mim. -Temos que falar com o Alfa. - Seu tom de voz é outro e sua postura é de uma rainha, não precisei de muito para saber quem falava ali.

-Alteza?! - ela sorri de lado. -O que fez com Branca?! - ela faz um olhar indecifrável. -O que a senhora fez com ela? - me levanto me colocando de frente a ela.

-Não fiz nada rapaz! - ela revira os olhos. -Mande sua irmã de volta e vamos conversar com o meu tio de uma vez? - franzi o cenho e me afastei. -Alfa não te contou?  - ela da uma risada alta. -Agora que tudo ficou interessante! - ela da um assobio alto e agudo me fazendo tapar os ouvido e vejo que Jorge aparece segundos depois.

Coloco o corpo de Rapunzel presa ao animal e ele voa para longe enquanto sinto o olhar da mãe de Branca sob mim.

-Não precisa ficar nervoso, garoto! - ela diz e me sinto pior ainda. -Ela gosta de você também, é cada pensamento que ela tem de você que chego a repreendê-la, mas minha sogra tem influência demais, então a ideia de que a maldição com toda certeza seja mulher está mais do que comprovada, você realmente é um gato! - sinto um rubor em minhas bochechas e minha vontade é de me enfiar em um buraco.

Ela fala tudo parada a minha frente e com os braços cruzados, depois que Branca voltar, eu não vou conseguir encara-la por muito tempo.

-Antes de nós irmos, primeiro, ela está ouvindo tudo e está louca aqui dentro... - arregalo meus olhos enquanto ela aponta para a própria cabeça. -Segundo, que vocês se gostam demais e é normal sim as pessoas se amarem em pouco tempo e ficarem o resto da vida juntos, então para de enrolação e tenham um passeio sozinhos, um jantar ou qualquer coisa, não suporto vê-los assim, me estressa!! - ela fecha o punho. -E terceiro, se beijem de uma veeeeeeeeeezzz! - ela da ênfase e eu tento não acreditar que eu passava por aquela situação. -Chega Branca! - minha atenção dobra. -Eu tinha que falar com ele, pode parar de rebuliço aí!! - ela revira os olhos como se tivesse ouvindo vozes e sorri para mim. -Vou deixá-los a sós! - e ela cai de joelhos me fazendo agarra-lá antes de atingir o chão.

-Branca?! - ela me olha e vejo ficar vermelha de vergonha.

-Desculpe-me pela minha mãe! - ela continua de joelho e me ajeito a sua frente.

-Tudo bem! - toco seu queixo fazendo-a olhar em meus olhos. -Como você está? - então vejo que seus olhos se enchem de lágrimas novamente e a puxo para meus braços que me abraça e apoia seu rosto em meu pescoço.

Fazia tanto tempo que não tinha um abraço sincero como o dela, ela simplesmente se ajeitou e ficou abraçada a mim ali até que se acalmou.

-Quer conversar? - ela assente afastando o rosto mas ainda abraçada. -Me diga!! - ela respira fundo se acalmando.

-Eu cresci sendo criada pelo meu pai e meus avós paternos, a única imagem feminina que tive presente foi minha avó Bela, uma mulher forte, determinada e quase inabalável... - eu enxugo sua bochecha direita e a ouço continuar. -Foi minha avó Bela que me contou sobre minha mãe, foi ela que me contou sobre a maldição, foi ela que me levou pela primeira vez a terra de minha mãe para eu conhecer meus avós maternos... mas - ela apoia sua testa em meu peitoral e chora. -Mas... - ela levanta seu olhar. -Eu sempre vivi sabendo o que os outros diziam sobre minha mãe, mas ouvi-la em minha própria cabeça e reconhecer que ela é exatamente como meu pai me contou, isso é totalmente diferente! - eu somente a ouvia, não dizia palavra alguma pois não poderia partilhar de sua dor, sempre tive meus pais por perto. -Diga algo, David! - dou um leve sorriso e a puxo para me abraçar. 

-Não sei o que dizer, tenho que confessar, mas saiba que estou aqui para o que precisar... - elevo seu queixo e ela assente. 

-Tem alguém aqui! - ela se levanta se colocando de pé e eleva a mão quando uma flecha para a centímetros de acertar meu peitoral. 

-Já consegue controlar seu poder de levitação! Isso é bom!! - ouço a voz de alguém que já conhecia. A esposa do cavaleiro negro aparece saindo do meio das árvores e a vejo sorrindo para Branca.

-Não viria somente daqui uma semana? - a flecha cai e me levanto me colocando ao seu lado e seguro seus ombros quando a vejo tensa. 

-Não entendo... - Branca franze o cenho. -Hoje faz exatamente uma semana que conversamos na macieira, Branca! - Branca se afasta de mim e me olha esperando resposta, mas quando ouso falar algo, ela arregala os olhos e os revira. 

-Obrigada, pela informação que ele poderia me dar, mãe! - nego com a cabeça ao ver que sua mãe já estava de volta.  

-Mãe? - a mulher pergunta olhando-a. 

-Uma longa história!! - falo e ela da uma risada contida. 

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⏰ Última atualização: Feb 18, 2019 ⏰

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