Quase Anjos - A ilha de Eudamón

Dois compromissos - VII

Bartolomeu caminhou com Cielo segurando seu braço até a escada. Ali o falatório acabou e ele anunciou:

- Com vocês... Malvina bedoya Aguero!

Os convidados aplaudiram, e enquanto descia os degraus, Cielo viu como estava Nico no meio da sala, com um lindo traje veneziano e uma delicada máscara, ele logo a olhou com profunda admiração.

Como posso duvidar de me comprometer com essa beleza?
Pensou Nicolas enquanto via ela descer.

Bartolomeu levou a que acreditava ser sua irmã até o
centro da sala, onde ele a entregou para seu noivo. Nicolas foi arrebatado pela beleza de sua prometida. "Hoje há algo diferente nela", disse ele, atordoado. E ele não estava errado.
Ele pegou as mãos dela mais macias do que nunca, e olhando para ela em seus olhos celestes
que pode ser vislumbrado atrás da máscara veneziana, ele disse, usando palavras que ele nunca pensou pronunciar naquele momento:

- Até hoje eu não sabia que te amava tanto, _ ele sussurrou, e
começou a beijá-la.

Nos escassos dois segundos que Nicolás levou para se aproximar de seus lábios, ela especulou algumas coisas. Pensou em não desperdiçar a oportunidade que a vida lhe dava: Um beijo e um homem mais lindo que havia conhecido, era algo que não voltaria a se repetir. Por outro lado, ela entendeu que, ao beijá-lo, o homem perceberia imediatamente da farsa e a desmascararia. E finalmente se deu conta que, quando descoberta, devera responder a dois crimes: Roubo de uma carteira e usurpação de identidade.
Cielo fez o que sabia fazer perfeitamente: Escapar elegantemente pela corda bamba.
Ela escapou do beijo com um toque suave e montou na
música que soou, começando a dançar.
A reação surpreendeu
a Nicholas, que, encantado por sua beleza, deixou-se levar por ela, emaranharam - se em uma dança lenta e sensual. Finalmente, em um giro que Nicolas a fez dar, ela soltou gentilmente suas mãos e fugiu pela primeira porta que viu. Ambos Nicolás como Bartolomé foram surpreendido por esta reação. Nicolás saiu atrás dela.

Bartolomeu então foi ao meio da sala:

- Ah! Os jovens apaixonados...!
São uns loucos lindos!
_Disse recuperando a atenção. E aproveitou a a situação para suas segundas intenções. Ele pegou um lenço e enxugou as lágrimas
inexistentes.

- desculpe me minha emoção, mas
Minha irmãzinha é minha fraqueza. E eu aproveito agora da sua fugaz ausência para apresentar-lhe a minha outra fraqueza: meus purrets
meus pequeninos ... As crianças da Fundação BB! E com um gesto, ele disse a Justina para deixá-los entrar. Tato, Rama, Jazmín, Zeca, Mar e Alelí entraram em uma fileira, com seus tristes sorrisos.
Diante dessa imagem os convidados ficaram comovidos, ou pelo menos fingiram está.
E empurrados pelas palavras e golpes baixos de Bartolomé, em poucos minutos todos estavam abrindo seus talões de cheques.

Bartolomeu não sabia, mas naquele momento, a partir do instante na escada, seu filho Thiago observava suas ações.
Bartolome limpou as lágrimas que agora estavam inundando
os olhos com uma emoção genuína: os cheques recolhidos superaram suas expectativas. Despachou as criancas, era hora de dormir, e naquele lugar se respeitavam os horários sagrados e a necessidade dos pimpolhos. Justina os conduziu até suas habitações, e Bartolomeu ficou para animar a festa sem deixar de se perguntar aonde estariam a tonta de sua irmã e seu prometido.
A primeira pergunta chegou logo em seguida: pelo corredor que conectava a sala com a cozinha, apareceu ela, com seus cabelos emaranhados, e sua mandíbula inchada.

- Barti! Há crises! _ gritou furiosa

- What the hell! Disse surpreendido. _ Levou malvina a um canto para explicar o ocorrido

- ... A novata, a morena te deu um soco de direita e você desmaiou?...
Isso que quer dizer?

- Sim é isso, tonto! Por favor mate - a _ suplicou

- Mas não pode ser... Então quem era a que estava com o vestido a máscara e dançando do Nick

- What? Alguém pôs meu vestido, minha máscara e dançou com meu Nick ?

- Isso é o que acabo de dizer, idiota

- E onde está Nick agora?

Essa era uma Boa pergunta.

Como Cielo suspeitou, a mansão era um labirinto, mas ela conseguiu contorná-la e sair novamente para o jardim dos fundos. Ela correu direto para o motorhome e se escondeu lá.
e viu que o loiro não a havia seguido. "O perdi",
ele disse com alívio, e ao mesmo tempo com uma certa tristeza.
O relógio havia dado 12 horas para essa Cinderela, e devia retirar o vestido na carroça. Naquela noite houve um compromisso mas não era dela, embora por alguns minutos ela tivesse julgado que sim. Ela se despiu e vestiu novamente as roupas. Ela olhou para fora e não viu ninguém, além de alguns garçons que saíram com
Garrafas vazias e voltavam com elas cheias.
Era uma noite fria e havia uma grande lua coroando a imensidão
do jardim.
Cielo desceu do veículo para ir,
mas novamente ela foi surpreendida por uma mão que  segurou braço seu braço. Desta vez não foi o homem com bobes que a segurou, mas o loiro, o churro, o galante que cheirava tão bem. Ela o olhou com medo e fascinação. Ele, só com nojo

- Roubando de novo, ladrona!

Nicolás estava ofuscado, é de mais, pensou o mesmo, por um simples roubo. O que realmente o incomodou foi o que
a mulher o fazia sentir. Ele estava tão atraído quanto furioso. Ela começou a se explicar, a justificar e esclarecer os fatos mas ela continuava gritando e acusando a de ladrona. Cielo, que ele tinha um conceito muito forte de respeito e dignidade, respondeu com raiva. E eles começaram a discutir aos gritos e claro, sem se ouvirem. Mas Nicolás teve uma ideia precisa sobre a delinqüência
cia: Ele não via um delinquente como tal, mas sim como uma vítima. Nem todos os criminosos, claro. havia alguns que não tinham nada de vítimas, mas ele pensou que uma menina humilde e bonita, Certamente ela estava passando por uma grande necessidade para ter que roubar carteiras. Então ele depôs sua
atitude e tentou dialogar.

- Por que você rouba? ele perguntou.
E Cielo percebeu que a mesma pergunta a fez para a pequena Aleli algumas horas antes. E assim por trás dessa pergunta teria possivelmente uma longa história e difícil de explicar, entretanto, ela não poderia sintetizar o que aconteceu através de uma resposta sincera e breve. Então ela decidiu mentir, para se livrar do problema.

- Porque estou sem trabalho e não tenho o que comer.

Esta lamentou Nicolás, que era muito emocional, e quase começou a lacrimejar. Ele disse a ela que o trabalho é dignidade
que você sempre pode chegar à frente e uma seqüência de
feitos e lugares comuns. Na verdade, não estava ciente do que dizia, subjugando como ela era por sua beleza. E Cielo mal ouvia, se rendeu à sua voz.