Nada é por acaso

Capítulo 12

    Entro na casa silenciosa indo diretamente para o meu quarto, por mais que eu queira ir para o da mamãe e chorar muito, eu não podia encher o saco dela com minha paixão derrotada e humilhante, mas quando passei pelo quarto dela pois o meu era o último, ouço ela chamar por mim. Viro lentamente e espero.

--Angelick ? - sim ela me chamou; suspiro nervosa.

--Sim? - respondi, mantendo o cuidado de deixar minha voz normal e não esganiçada.

--Vem cá. - então jogo meus sapatos de salto na porta do meu quarto e vou para o dela. Estava escuro mas a claridade do andar debaixo iluminava um pouco, de forma que me senti em casa e segura enquanto caminhava em direção ao colo da minha mãe.
      Ouço sua mão bater no outro lado da cama, deito ao seu lado e fico olhando para o teto por um momento. O abajur emitia uma luz dourada me fazendo criar um nó profundo na garganta.

--Mamãe? - falo baixinho quase chorando. Sinto seus braços me enlaçando e de repente só está eu e minha mãe no mundo. Uma lágrima de desespero cai em meu rosto. Viro-me para Tessa que me encarava com uma ternura incrível em seus olhos caramelos.

--Eu sei querida, eu sei. Mas não tenho respostas para suas perguntas.Essa não será a última decepção amorosa. - fiquei em silêncio .

--Obrigada- ela sorriu e me puxou para seu abraço quente.

--Menina ! Você está parecendo uma pedra de gelo, venha cá! - sorri acentindo e caindo no sono.

    Um pouco sonolenta passo as mãos pelos cabelos me decidindo se levantaria ou não. Tessa já havia se levantando faz bastante tempo e estou aqui acordada, me sentindo uma totalmente desorientada. Depois de alguns pontos negativos e positivos discutido pela minha mente, decido levantar e esquecer que ele fez parte da minha maravilhosa vida.

--Bom dia mamãe! - grito, descendo as escadas e a abraçando. Inalo seu perfume de rosas com força tentando me lembrar de que o que eu precisava estava comigo.

--Bom dia querida. Como está se sentindo? - suspirei enquanto encarava seus olhos cor de mel.

--Exausta, carente e sozinha... - ela me analisou como um médico procurando por algum vestígio dito pelo paciente.

--Não se preocupe com coisas banais Angel , não se permita gastar seu tempo com ele . Afinal você é uma mulher muito ocupada para pensar no que devia fazer ou falado. - acenti sorrindo e fazendo uma careta quando minha barriga ronca alto. Tess ri me puxando para uma belíssima mesa de comercial.

     Mais tarde nós passamos nosso tempo livre assistindo filmes e brincando, me sentir incrivelmente feliz e aliviada por minha mãe está ali comigo, só nós duas nos divertindo como ninguém, sem pensar  em que mais tarde ela teria que ir viajar. 

-- Meu Deus Silvestre Stalone é lindo de morrer! -- Tess disse se abanando e rindo.

-- Prefiro Tom Cruise e Brad Pitty . - ela balançou a cabeça negando,mostrei a língua e joguei pipoca nos cabelos dela rindo.

    Logo depois mamãe foi embora deixando um buraquinho minúsculo no meu coração. Um buraquinho que mais tarde se abriria. Enquanto o taxi a levava para o aeroporto mas antes seguindo o trajeto da casa de Larissa, Tessa me falava sobre como parecer indiferente em relação as declarações de Alex, eu acentia fitando seu cabelos alourados voarem sobre o vento que vinha da janela aberta, dizendo para mim mesma que ela era linda e natural, incrivelmente bela, atraente, inteligente... Como se o vento, o sol, o céu, entrasse em contraste com a sua beleza irradiante, deixando-a linda, uma verdadeira amante da natureza. Me perguntei se ela reagia da forma que suas instruções pediam em relação a juras de amor. Talvez, Tess sorria e beijava seu admirador, ou ela fazia seus olhos brilharem pouco e dar uma de "não acredito nisso. Você diz isso pra todas também?", mas eu sabia que nenhum dos papéis combinava com ela. O que ela sem dúvida faria era sorrir apaixonada, olhar profundamente para seu admirador e abrir um garrafa de vinho Barolo enquanto se amam na praia debaixo de uma manta de estrelas tão brilhantes quanto os olhos irradiantes dela.