Capítulo 19

69 3 1
                                    

   Trancei meu cabelo novamente usando a mesma fita vermelha. Estava vestindo uma blusa curta de renda sobre uma saia branca esvoaçante e botas de couro. Tentei esconder meus olhos vermelhos e inchados com um pouco de pó compacto ao redor dos olhos. Faltava 20 minutos pra 20:00 então resolvi escrever mais uma carta.

Esta sou rezando para que essa seja a primeira página
Não onde a história termina,
embora eu sabendo que seja.
Meus pensamentos vai ecoar o seu nome até eu te ver de novo.
Estas são as palavras que segurei ao ir embora cedo demais.
Que eu estava encantada em
conhecê-lo.
Antes de passar pelo viaduto eu procurarei uma maneira, de guardar em mim cada gesto seu. Procurarei guardar seu olhar, assim como seu sorriso... Em cada cantinho de mim, existe agora um pedacinho de você.
Eu lembro o que você usou no nosso primeiro encontro.
Você entrou na minha vida e eu pensei: "Ei, sabe, isso pode dar em alguma coisa."
Porque tudo o que você faz e as palavras que você diz
Você sabe, tudo isso me deixa sem ar... Meu perdoe meu amor.
Saiba que a cada dia da minha vida eu me lembrarei de você, dos nossos afagos e beijos, dos nossos sorrisos e abraços... Mas seu eu pudesse voltar atrás eu faria tudo completamente diferente. Mas o amor que sinto por você não mudaria nunca.
P.S. sua Angel.

   Me assusto com o som da buzina. Depressa .corro. Pego todas as cartas que escrevi guardando na minha bolsa. Hoje eu terminarei tudo.
    O Sr.Caldwell me esperava ao lado de fora. Agradeci delicadamente quando ele abriu a porta do carro para mim. Ele me levou para jantar no que disse ser o melhor restaurante da cidade A Flor de Manga. Senti uma pontada enorme quando passamos pelas palavras mais lindas da minha vida.  Mais tarde tomamos um
barco-taxi, atravessamos o rio caminhamos até a construção que parecia impressionante vista do rio. Nunca tinha ido a esse restaurante, embora eu tenha ouvido falar. Pesadas mesas de madeira com tampos polidos e lindos bancos de pedra espalhavam-se por todo o pátio. Lanternas de ferro trabalhando montadas no canto de cada mesa constituíam a única fonte de luz disponível. Um arco de tijolos à direita era coberto por jasmins brancos que perfumavam o ar noturno.

--Que lugar lindo Sr.Caldwell.

--Costumo trazer minha família. Pensei que você gostaria de uma boa refeição.
Deixei que o Sr.Caldwell fizesse o pedido, pois eu não tinha a menor ideia do que dizia o cardápio. Saboreamos um jantar de arroz basmati , legumes grelhados, saag de frango __ que vinha a ser frango cozido com creme de espinafre , um peixe branco com chutney de manga, bolinhos pakora de legumes, camarões ao coco, pão naan e uma espécie de limonada que levava uma pitada de cominho e de hortelã chamada jal jeera.Beberiquei a limonada, achei um pouquinho temperada demais para o meu gosto e terminei bebendo bastante água. Mas o Sr.Caldwell não comia , só me observava como se eu fosse algum tipo de espetáculo. Bebi minha água novamente.

--Vou ser bem direto Srta Rose.

--Angel por favor. - disse, encarando seu rosto, quase idêntico ao de Alex embora seja muitos anos mais velho.

--Quero que você se afaste do meu filho. - senti meu estômago se enrijecer. Ele continuou: -- Como você sabe ele está no terceiro estágio da doença...

--O que? Doença? - sua expressão ficou seria, muito seria.

--Ele não te falou? - arregalei os olhos e balancei a cabeça.

--Alex tem cance.  - eu não conseguia respirar. O restaurante  desapareceu, o Sr.Caldwell desapareceu, me deixando na escuridão sozinha.

--Onde ele está? - quase grito.

--No hospital serenstus .

--Ele está no hospital agora, e você está aqui num restaurante chique enquanto ele está internado? Você não tem coração! Ah meu Deus! - levantei desesperada.

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora