Capítulo 8

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Acordei tão feliz! O meu quarto de repente me parecia tão aconchegante e quente que eu não queria sair nunca mais da minha cama. Estava tão frio lá fora.
Hoje minha mãe virá e tenho tanta coisa para contar pra ela. Levantei em um pulo alegre indo direto para o banheiro tomar um longo banho.  Visto calça jeans escura com uma blusa de malha fina porém elegante. Aplico uma fina camada de rímel e um pouco de blush nas bochechas embora não precisando.
Desço feliz da vida, escorregando as mãos pelo corrimão da escada chegando ao térreo. Avisto Elina colocando suco no meu copo de cristal médio. Sorrio. Ela ergue a cabeça sorrindo.

--Que felicidade. Isso é só pela sua mãe? - eu rir sentando na mesa redonda de vidro temperado.

--Também Elina. Também. - ela sentou a minha frente se servindo. Humm, que delícia, amo bolo inglês.

--Então como Charlie está  em Southbridge? -- ela se irradiou quando perguntei sobre Charlie, seu único filho que morava em Massachusetts, ele havia se mudado fazia dois anos enquanto estudava para o LSAT ( Law School Admission Test. Teste de admissão realizado na maioria dos cursos de direitos dos EUA (N.da.T)

-- Oh, Angell você nem vai acreditar... Ele está cursando no Amherts College com bolsa plena em período integral e trabalhando como assistente jurídico em uma empresa de advocacia até o LSAT. -- eu sorri um pouco sem graça e ao mesmo tempo muito feliz por ela. Elina falava com um brilho enorme nos olhos.

-- Nossa Elina. Isso é maravilhoso meus parabéns. -ela sorriu agradecida.

--Obrigada. Ele é um garoto de ouro. Tenho tanto orgulho. - eu sorri um pouco constrangida com um certo quê de inveja me perguntando se quando alguém fazia perguntas assim para minha mãe, ela respondia com tanto amor em sua voz e com os olhos brilhando. Ao contrário dela Elina quase nunca via o filho só ligações que duravam pouco pelos gastos, mas mesmo assim ela não deixava de ficar estarrecida de felicidade e saudades. Como se ela tivesse percebido minha reação, acrescentou:

--Assim como você minha querida. - seus dedos compridos esfregaram minhas minhas mãos frias. Senti um tom complacente de amor. Ou pena? Eu não sabia .

--Obrigada. - sorri em gratidão olhando para o seus olhos enrugados. Tinha perdido a fome pelo tensão no ambiente. Me levantei .

--Eu já vou indo. - disse. Ela entendeu perfeitamente dando um beijo no meu rosto e um longo abraço quente e caloroso. O tempo estava incrivelmente frio, antes de sair coloquei minhas botas e um cardigã preto. Resolvi ir de metrô para passar o tempo pois tinha saído mais cedo de casa. Eu entrei em um vagão lotado, encarando minha viagem matinal até a aula com uma ponta de arrependimento, quando ele entrou duas  paradas depois da minha,segurando uma caneca térmica de café grande e vestindo um avental branco de dentista.Eu não acreditei. Sorri não olhando para ele, pelo menos não quando ele me olhava. Um avental ? Franzi a testa confusa. Seu cabelo negro e liso misturado a Zack Efron e Jamie Dorman me fazia lembrar de que ele era mais um ator do que um dentista ---e que talvez fosse um ator fazendo o papel de um dentista, a caminho do set de filmagens, olhei em seus olhos escuros --- os olhos escuros mais acolhedores e intenso que eu já havia visto--- e sentir-me dominada  por um sentimento louco e visceral que poderia ser descrito como amor à segunda vista. Recordei-me de acreditar que estava salva novamente, por um momento, por uma pessoa que não conhecia totalmente e que troquei um selinho em seu carro na noite passada.

--Olá  Angell. Que surpresa boa- ele disse, sorrindo, enquanto alcançava a mesma haste de apoio à que me agarrava. Entrei em parafuso literalmente.

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora