The silent scream

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A sensação de sempre viver o amanhã é insano, é como se eu vivesse o hoje como um sonâmbulo, estou adormecido e não consigo acordar, pois tudo sobre o amanhã tem tomado todo o meu fôlego. É como se eu não estivesse existindo, é como se eu só estivesse sobrevivendo no meio de uma tempestade e assustado com o que viria a seguir.

Segure a minha mão, liberdade, deixe-me sentir você.

Sartre tinha uma tese sobre sermos condenados a ser livres, mas em meu ponto de vista, não somos, para mim, temos breves oportunidades de liberdade.

Somos livres de escolher o que não pensar?

De ter controle no que não queremos em nossa mente?

Uma das coisas mais interessantes em nossa mente é que ela nunca se cala, nunca para de pensar, mesmo inconscientemente, isso que nos difere da racionalidade e irracionalidade.

Isso é bom, os grandes pensadores transformaram o mundo em um lugar melhor e não somos completos ignorantes, por mais que ainda existam pessoas assim. Pensar é extraordinário!

Até a hora em que pensar se transforma em uma doença: síndrome do pensamento acelerado (ansiedade).

Estou doente, e isso vem matando o meu espírito de pouco a pouco.





Duas semanas depois.

Festa no apartamento do Zayn,
Sexta-feira,
12:30 a.m.

Estava tudo dando certo, Gemma e minha mãe estavam tendo ajuda psicológica, trocaram de casa e estavam muito felizes por terem uma rotina equilibrada e saudável, isso tem me aliviado tanto, eu ainda tinha pesadelos com minha mãe e meu pai, mas acho que com o tempo, vendo elas felizes e seguras, essa minha preocupação iria passar.

Quando o problema é resolvido e a situação está sob controle, ou eu só voltei para minha zona de conforto, meus músculos relaxam, a pressão em meu cérebro é aliviada e o sangue finalmente começa a circular por todo o meu corpo, fazendo com que as batidas do meu coração fiquem normais e eu pare de suar. É aí que acaba mais um episódio. Onde estou com um copo vazio na minha mão, levemente trêmula, ainda me recuperando, e sentado em algum lugar, sozinho. Como sempre.

Eu relaxo e percebo que consegui passar por isso novamente. Mas sei que minhas paranóias e preocupações continuam ali, quietas por alguns minutos. Porque elas nunca irão embora. Mesmo que uns remédios e algumas sessões terapêuticas consigam me restaurar, para me manter são, barrando toda essa ansiedade. Ela vai acordar.

Mas ela não faz parte de mim.

Eu não sou uma pessoa ansiosa. Não gostaria de ser chamado assim. Sou uma pessoa com ansiedade. Uma das bactérias do bem que tanto os médicos falam. Mas que em excesso, podem me destruir.

Estava tudo bem agora, eu jantava com a mamãe e a Gemma, sempre, e, às vezes, dormia lá com elas, pegávamos no sono vendo filmes de comédia, já que eu me recusava em assistir romance, isso me deixava mais curado.

— Harry, você precisa ver quem chegou! — Liam disse me puxando despertando-me de meus pensamentos.

— E o que é que tem o Louis estar aqui? — Perguntei com expressão neutra, mas sentia meu estômago revirar e minha respiração mudar.

— Será que ele e o Zayn... cê sabe? — Liam me perguntava fazendo gestos com a mão que eu gostaria de não ter visto.

— O QUE? Quer dizer... não, óbvio que não, isso não está acontecendo, deve ser o Mitch o colega de quarto do Zayn, fiquei sabendo que ele estuda em Oxford a mesma para qual o Louis foi transferido. — Respondi um pouco nervoso com a ideia dele ter sugerido isso.

DON'T FALL IN LOVEOnde histórias criam vida. Descubra agora