Nightmares

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Atenção!
Esse capítulo contém insinuações de agressões físicas.

• Harry Styles:

Gower street
University College London
Sexta-feira
12:30 P.M

— Vocês sabiam que o Logan está dando em cima de mim? O "hetero" mais escroto de todos. — Liam dizia rolando seus olhos enquanto se sentava na nossa mesa do refeitório.

— Você só diz que ele é escroto, porque nunca conseguiu pegar ele, Liam. — Zayn respondeu com um tom não tão bom para Liam ,sem tirar seus olhos do celular.

— Zayn, por favor, cala a boca! — Liam falou com o mesmo tom fazendo Zayn fazer contato visual. — Eu nunca quis ficar com o Logan, eu nem sabia que ele era gay. E pelo o amor de Deus, não seja um babaca. — Finalizou.

— Eu espero ansiosamente pelo dia do casamento, meu ziam vai dar certo. — Niall disse fingindo entusiamo, o que me fez rir baixinho. Meus pensamentos estavam distantes, mas dessa vez não eram um problema, nem me consumiam.

— Harry, eu sei que você não é de falar, mas o que tá acontecendo? — Liam perguntava tentando mudar de assunto, enquanto olhava pro Niall com um olhar de repreensão.

— Eu... — Enquanto eu estava formando uma resposta vi Louis passar pela minha frente lendo um livro, meus instintos diziam que eu devia ir até ele. — Eu já volto. — Respondi me levando depressa e deixando os meninos com um olhar confuso.

— LOIUS? LOUIS? — O chamava alto pelos corredores largos, mas ele parecia andar mais depressa tentando me ignorar. — TOMLINSON? — Gritei, o que o fez parar de andar, então fui até ele que estava de costas, como se realmente não quisesse aquilo.

— O que foi, Styles? — Perguntou a mim ainda olhando seu livro, aquilo me irritou um tanto.

— Louis, eu... eu sinto muito por aquilo, eu não sabia que você namorava, eu não quis te trazer problemas. — Respondi depressa e ele ainda lia o livro me ignorando completamente.

— Aquilo o que, Harry? — Perguntou Louis dando passos para a frente o que me fez acompanhá-lo.

— O beijo. — Respondi sem rodeios.

— Que beijo? — Perguntava Louis fazendo uma expressão confusa enquanto ainda lia aquele maldito livro.

— LOUIS! — Aumentei meu tom nem tanto alto, mas para que conseguisse a atenção total dele, e finalmente, ele parou, fechou o livro com força e me olhou. — Eu não quero fazer isso, ok? Não quero vir aqui e ficar repetindo diversas vezes as minhas desculpas. — Eu sentia o olhar intenso de Louis, passando seu olhar por cada parte minha de forma lenta, como se não tivesse pressa em olhar cada parte de mim.

— Interessante... — Louis respondeu parando seus olhos nos meus.

— Que porra você está falando? — Perguntei sentindo o estresse que o Louis sempre me fazia sentir.

— Pensei que você fosse incapaz de ter empatia. — Louis respondeu com um sorrisinho irritante no rosto. — Deixa eu te economizar, Styles, Eu não namoro, eu não saio por aí traindo as pessoas, aliás, aquele beijo... não aconteceu. — Louis respondeu saindo dali e me deixando lá parado o observando ir embora, tudo estava bagunçado agora, aquilo só me irritou mais ainda, deve ser por isso que eu sou tão antissocial.

                                     [...]

19:00 P.M

— HARRY!!! — Gemma abria a porta me abraçando forte, com um sorriso largo, o que me deixou em paz.

— Que música é essa, está tendo festinha e eu não sabia? — Brinquei, a fazendo me puxar pra dentro.

— Eu e a mamãe estamos fazendo o jantar ao som de we can be hero, vem, estamos dançando que nem duas malucas. — Ela disse pegando meu  braço e me levando depressa até a cozinha.

E lá estava a mamãe, ela dublava a música com animação e sentimento, fazendo a concha de microfone, ela sorria e estava animada, eu sabia que eram tempos difíceis, mas ela não deve se sentir culpada por sorrir e estar alegre, ela estava radiante.

Gemma foi logo a seguir, ela abraçou a mamãe e começou a gritar a música totalmente fora do tom. Eu só as observava, encostado na aresta da porta sorrindo com a cena.

— Venha, Harry, vamos dançar. — Mamãe dizia vindo em minha direção, pegando minhas mãos e dançando sem ritmo me fazendo gargalhar com a situação.

Ali dançando com elas senti como se o tempo parasse, éramos só eu e elas no mundo, nossos problemas não existiam mais, nossos sorrisos, tomavam todo o lugar ecoando por toda a casa, radiávamos estávamos finalmente em paz e protegidos, ninguém mais vai nos ferir, ninguém mais vai gritar conosco, ninguém mais vai nos agredir, estávamos livres, e pela primeira vez sentindo a liberdade.

                                       [...]

O escuro veio até mim, tudo tinha desaparecido, era incapaz de respirar direito, minha mão gela, meu coração acelera, tudo desaba, ouço gritos distantes, minha pele arde em mim, eu só quero voltar pra casa.

— Mamãe? O papai está aí? — Pergunto no vazio sem saídas.

— FUJA HARRY, FUJA! — Ouvi gritos distantes, era a voz de minha mãe, meu peito mal podia segurar o coração acelerado.

— DEIXE-ME SALVAR VOCÊ. — Gritei olhando para todos os lados, mas tudo que eu via era o nada, estava no breu.

— FUJA! — A voz se aproximava, mas eu não via ninguém.

— Mamãe, se eu fugir ele vai matar você. — Respondi ainda rodeando todo o lugar, minhas lágrimas já caíam quase me afogando nelas.

— Você não vê? Já é tarde demais, você não me salvou quando era pequeno, eu já morri... — A voz agora era forte e expressava dor e raiva.

"Eu já morri" aquela frase fazia eco na minha mente, e não parava o que me enlouqueceu, minhas mãos trêmulas, meu peito acelerado, meu corpo cada vez mais fraco, a culpa tem me matado todos os dias.

— MAMÃE? — Acordei no susto, e suava frio e minhas mãos tremiam e, minha respiração estava ofegante.

— Harry? Foi só um pesadelo está tudo bem, estamos aqui. — Gemma acordou desesperada ao meu lado tentando me acalmar. — A mamãe está segura e bem, está tudo bem. — Ela disse me abraçando forte e pude sentir meu coração desacelerar e minha respiração voltar ao normal.

Mas eu ainda me sentia culpado.

                                       

Eu estou caindo constantemente, em um buraco escuro e sem fim, minhas mãos tremem
toda vez que meus pensamentos acordam,
caos em mim. Eu vou sobreviver a isso?
sorrindo para estranhos como se
eu não estivesse sufocando por dentro. Meu inferno particular inflama minha alma fraca.

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Meus amores mil perdões pela demora, eu perdi contato com a editora, mas sei que deve ter acontecido algo, Espero que tenham gostado!

All the love - M.

DON'T FALL IN LOVEOnde histórias criam vida. Descubra agora