The other side

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8:15 am

"Amor, uma perigosa doença mental." -Platão.

    Andando pelos corredores da University College London (UCL) onde eu cursava psicologia olhando atentamente para as páginas da minha tese que apresentaria hoje para toda a classe, estava afirmando que lembraria de todo o estudo e falas, sentia o nervosismo me queimar, mais não deixava transparecer, mesmo com meus pensamentos flutuando para distante eu senti olhares sob mim nos corredores, mesmo olhando intensamente para os papeis e concentrando no que ali estava escrito, eu sabia que estava sendo percebido. Não quero parecer convencido, mas a elegância e sensualidade que todos insistem em dizer que eu tenho chama a atenção na universidade, não sou aquele cara popular que fala com todos, sou do tipo fechado que não suporta muitos seres humanos ao meu redor, embora eu já tenha dormido com a metade da universidade, mas acredite, eu não me orgulho disso, os seres humanos sabem ser despresiveis, óbvio.

                                      •••

— ... O amor não passa de uma doença, um tumor maligno e esquizofrenia. — Finalizei minha apresentação sentindo os olhares confusos e intensos sob mim, a classe estava em silêncio e aquilo me deixava confuso se minha apresentação foi extraordinária ou um desperdício de estudos e pesquisas.

Mas brevemente fui aplaudido de pé por todos, o alívio me invadiu o peito dando uma sensação de um grande peso saindo das minhas costas, trazendo sossego ao meu coração que batia descontroladamente e levando embora a ansiedade que ameaçava. Fiz um gesto silencioso de agradecimento.
   Quando todos se sentaram e eu estava indo para o meu lugar, ouvi um som de palmas vindo de uma só pessoa lá em cima na porta da sala.

— Se é uma doença, então qual é a cura? existe um diagnóstico? — Uma voz suave rasgou o silêncio ensurdecedor que soava na sala após meu agradecimento, a voz soava com um tom sarcástico e meio irritante. — Você é um gênio, suas teorias e pesquisas são brilhantes, o jeito que você conecta os estudos de filósofos, tudo se harmoniza, quase me fez acreditar que somos fardados a tal doença terminal, mas não acredito que a paixão seja uma doença. — Um cara de olhos extremamentes azuis e cabelos cuidadosamentes bagunçados dizia descendo os degraus daquela sala decrescente com um ar questionador e uma leve expressão de confusão, o que ele disse me calou, eu só conseguia olhar para ele de forma neutra, mas penetrante enquanto ele olhava em meus olhos a espera de uma resposta plausível com sua pergunta.

— Quem é voce? — O professor perguntou fazendo me desfocar do meu olhar sob ele, mas logo em seguida voltar a espera de sua resposta.

— Louis Tomlinson, senhor, aluno transferido de Oxford. — Respondeu calmamente ainda olhando para mim, deixando uma tensão no ar.  — Sabe, não é só porque você não compreende as coisas que elas sejam uma doença, a paixão pode sim levar a loucura, mas não quer dizer que ela seja a loucura, talvez um dia quando se apaixonar veja que não é o fim da sua sanidade mental, não progete seus traumas ou medos em coisas que você ainda não viveu, seus bloqueios provavelmente não permitem que você viva a coisa mais gostosa e terrível que é a paixão, um grande pesquisador só pode dar seu ponto de vista quando sente o gosto da coisa que está sendo estudada, de uma oportunidade para a paixão. — Louis respondeu a mim se aproximando lentamente a mim, passo por passo, com um ar de superioridade e mansidão, me provocando um sentimento incompreensível mais parecido com um misto de raiva, estresse e nervosismo.

— E quem te disse que nunca me apaixonei? — Prguntei curioso com sua resposta e dando um único passo a sua direção.

— Eu vejo em seus olhos, podem ter um tom intenso esverdiados, mas ao mesmo tempo são cinza, como se não tivesse vivido a emoção do inesperado e a tensão que a paixão provoca. — Respondeu ficando de frente a mim. — Se tivesse provado o gosto da paixão não estaria aqui tentando provar que o amor é uma doença. — Retrucou Louis com seus olhos queimando em mim, seu olhar tocava cada parte de mim, como se estivesse curioso em me explorar, nunca tinha sentido um olhar causar tanto incômodo e falta de ar, soltei o ar que nem sabia que estava prendendo e saí da sala rapidamente sem expressão e com muita pressa. Logo em seguida o sinal da ultima aula tocou.

                                       •••

— "Leve-me as estrelas senhor Styles", é o que elas dizem. — Liam um dos meus amigos disse se sentando na mesa do refeitório, provocando risadas de Zayn e Niall. — Por que o nosso Christian Grey está com uma cara tão fechada?— Perguntou Liam para os garotos.

— Um babaca novato questionou a tese de meses do Harry e agora ele está fazendo greve de silêncio. — Zayn respondeu fazendo uma careta divertida de quem não se importava.

— Eu vi ele ensaiando e estava incrível, eu li algumas partes que me fizeram realmente pensar, o Harry é um gênio. — Niall respondeu.  Ele e Liam não cursavam psicologia e então não viram a apresentação, só quem participou foi a turma de artes do Zayn, eles tinham que fazer o mesmo trabalho, mas sobre história da arte.

— Mas parece que Louis Tomlinson não achava, então ele está em silêncio desde que eu e Niall achamos ele aqui sentado olhando para o nada. — Zayn explicou diretamente ao Liam.

— Harry... — Suspirou Liam. — você é extremante inteligente, por que se importa? — perguntou.

— Eu não me importo, é que eu estudei meses nisso, dei duro, para em 5 minutos um cara que eu não conheco me contrariar na frente de todos e me fazer duvidar da minha própria tese, e isso me irritou. — Respondi em tom firme e estressado sentindo uma vontade imensa de me desfazer ali e explodir, aquilo realmente mexeu comigo, e duvidar da minha própria forma de pensar me deixava bastante irritado, talvez soe meio ignorante, mas eu não podia evitar, e sabia que transferiria esse ódio todo para o causador, Louis Tomlinson.

— E que tal uma festa para acalmarmos os nervos?!— Liam tentou mudar de assunto na espera de mudar o clima pesado que pairava em nossa mesa. — A medicina está acabando comigo. — Concluiu soltando um sorrisinho.

— Eu topo, preciso relaxar, odontologia está mexendo comigo, ando muito estressado com as provas. — Niall respondeu.

— Eu também, levarei uma mina pra lá, pode ser? — Perguntou Zayn se relaxando na cadeira.

— Ok, pode levar... e você H? nenhuma menina ou menino para te fazer distrair? ou beber com os amigos? vamos, você se esforçou intensamente nisso precisa muito de um tempo, foda-se Louis Tomlinson e suas opniões. — Liam dizia enquanto comia seu almoço.

Apenas concordei com a cabeça abrindo um livro de freud para passar o tempo.

DON'T FALL IN LOVEOnde histórias criam vida. Descubra agora