O Garoto Mau Caiu - Livro I [EM REVISÃO]

Capítulo 1

Dia 01: Sem Sucesso

  O som estridente do despertador me fez saltar como um gato assustado. Olhei ao redor, percebendo que havia adormecido numa posição digna de um contorcionista, com o rosto estampado em um livro na minha mesa de estudos.

— Não era um pesadelo — eu resmunguei com indignação.

Havia dedicado o restante do meu valioso final de semana à leitura de romances clichês. Minha cama estava repleta deles, espalhados ao acaso, enquanto meu notebook repousava aberto em uma página;

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Tá, eu realmente apelei, mas foi o melhor método que consegui pensar.

Embora eu tenha uma aversão particular por clichês, sou atraída por romances que se entrelaçam com aventura e ação. Acredito que compartilhar riscos e emoções com alguém que se ama pode ser uma experiência incrivelmente divertida. 

O que realmente me perturba é a consciência de que tudo se inicia hoje. Não estarei mais apenas lendo, mas vivenciando cada palavra que absorvi. Um mês é um piscar de olhos, então preciso dar o pontapé inicial o quanto antes.

O baile de inverno vai ser na noite de Natal.

Refletindo profundamente, mordia o lábio inferior após um longo banho. Naquele instante, calçava meu All Star rosa, que harmonizava perfeitamente com minha regata branca, saia bege estampada com flores e um cardigan rosa claro. O tecido do cardigan descia até as coxas e suas mangas longas ainda cobriam minhas mãos.

Meu cabelo apresentava ondas e uma certa bagunça, mas o cansaço me levou a aceitá-lo como estava. Agora, o que restava era aguardar a chegada de Lisa, enquanto eu caminhava inquieta de um lado para o outro na sala.

— Por que está como uma barata tonta? — Minha mãe perguntou, apoiada casualmente no batente da cozinha, com uma mão descansando na cintura e a outra na porta.

Minha mãe, Gracie Miller, com seus belos olhos verdes e cabelos negros, lançava-me um olhar desconfiado. Ela tem um charme inconfundível, uma qualidade que, infelizmente, não parece ter passado para mim. Na sua juventude, ela era o centro das atenções dos garotos, uma popularidade que certamente não herdei.

— Vem tomar café! — mandou, voltando para a cozinha.

Sentada com meu pai à mesa, minha perna não parava de balançar embaixo dela, o que a fazia tremer. Eu estava inquieta e mordia tanto meu lábio que já doía.