Capítulo 3

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Dia 03: Desistir?

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Dia 03: Desistir?

Eu precisava sair daquele lugar o mais rápido possível, então escolhi um sofá de couro preto para me sentar. Embora não fosse muito grande, tinha o mesmo cheiro agradável que eu havia notado em Jason. Ele também decidiu voltar, arregaçou as mangas da camisa e se acomodou no sofá à minha frente. Deitou-se com os braços cruzados e fechou os olhos.

Olhei para os lados, sem saber o que dizer, quando o pensamento do trabalho veio à minha mente.

— Então... — comecei, hesitante. — Estive refletindo sobre o que o professor disse e... — Parei abruptamente, percebendo o som do seu ressonar. — Você está dormindo? — perguntei, incrédula ao vê-lo adormecido.

Ele não respondeu, pelo visto não dava a mínima para esse trabalho.

Soltei um suspiro frustrado, apenas para ser interrompida pelo som do meu estômago roncando alto. Ainda não tinha tido a chance de almoçar.

— O que será que tem na geladeira? — perguntei a mim mesma, esperando que meu estômago não respondesse antes de eu chegar lá.

Lancei um último olhar para Jason antes de me esgueirar até a geladeira. A cozinha dele, pequena e aconchegante, estava integrada à sala, separada apenas por um balcão.

Abri a geladeira e fiquei paralisada, boquiaberta com o que vi. Inclinei-me para frente, espiando mais de perto para confirmar se o que eu estava vendo era real. A geladeira estava praticamente vazia, contendo apenas cerveja e água.

Do que ele vive, afinal? Álcool?

— Você é sempre assim? — ouvi a voz dele, surpreendentemente próxima de mim.

Virei-me rapidamente, quase causando um desastre com as cervejas na porta da geladeira. Jason estava logo atrás de mim, novamente muito perto, surgindo como um fantasma.

Pensei que ele estivesse dormindo.

— Assim como? — perguntei, nervosa.

Já era a segunda vez que Jason fazia isso em muito pouco tempo.

Fiquei com medo, ainda dá tempo de sair correndo?

— Mal entra em uma casa alheia, já sai procurando comida. — respondeu, pegando uma cerveja e voltando para o sofá.

Percebi que era a primeira vez que realmente escutava a voz de Jason. Antes, eu mal ouvia uma palavra dele, já que ele é notoriamente reservado e sério. Mas agora, pensando bem, acho que prefiro quando se mantém em silêncio. Sua voz é profunda e tem um timbre que me causa arrepios.

— Seu corpo é uma destilaria ambulante? — Franzi a testa, surpresa, ainda parada em frente à porta aberta da geladeira.

Dei uma boa olhada ao redor e me dei conta que nunca tinha visto tanta bebida em uma casa antes.

O Garoto Mau Caiu - Livro I [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora