Capítulo 18

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Dia 13: Pequenas confissões

Fiquei maravilhada por um momento, impressionada com a grandiosidade e beleza do espaço. A escuridão ainda reinava, graças às cortinas cerradas, mas era possível ver uma cama de casal bem grande, posicionada no centro do quarto.

Só me dei conta de que estava imóvel quando notei Jason já acomodado em sua cama, com os braços descansando sobre as pernas e uma tosse incessante perturbando o silêncio do quarto.

— Maldição... — murmurou, deslizando ambas as mãos pelos cabelos, com uma expressão visivelmente abatida.

Com pressa, me dirigi para abrir as cortinas situadas à direita da cama, um pouco deslocadas. Ao me virar, fui tomada por uma surpresa ainda maior ao ver o quarto banhado pela luz. O ambiente era dominado por tons de cinza e preto, com alguns toques de branco. As cortinas cinzas se harmonizavam com as paredes e a roupa de cama do mesmo tom. Em contraste, um saco de boxe preto se destacava, posicionado um pouco à parte no outro lado do quarto.

E o mais surpreendente de tudo... Ao meu lado, em um canto próximo à parede, repousava um piano. Ao lado dele, o violão de Jason, protegido por uma capa preta. Além disso, uma TV de grandes dimensões adornava a parede em frente à cama, completando o cenário.

Esses foram os detalhes mais marcantes que consegui captar em uma rápida olhada. Não pude deixar de me perguntar: como alguém como Jason poderia ter uma paixão tão profunda pela música, especialmente pelo piano? É realmente intrigante...

— Por que está com essa cara? — Sua voz chamou minha atenção.

A mão dele repousava sobre a própria coxa, servindo de apoio para o braço. Essa posição permitia que ele me lançasse um olhar por cima do ombro.

— Seu quarto é tão imenso e organizado... — Pisquei, atordoada. — Estou impressionada. — Deixei escapar um sorriso.

Acredito que este quarto seja duas vezes o tamanho do meu. Ainda mantinha uma certa penumbra, talvez devido ao toque masculino, mas era incomparavelmente mais acolhedor do que o restante da casa dele, que tinha uma atmosfera quase mausoléu de tão peculiar.

— Um cara não pode ser organizado? — perguntou, enquanto tirava a jaqueta de couro negro.

— A maioria não é. — retruquei.

Jason me olhou desconfiado.

— Você deve ter visitado muitos quartos para fazer tal afirmação. — provocou.

— Ah, com toda a certeza. — respondi em tom de brincadeira, aproximando-me e percebendo o quanto ele estava suado. — Talvez você devesse considerar tirar a camisa.

Jason estreitou os olhos, mas acatou minha sugestão. Imediatamente, tentei ajudá-lo a tirá-la, mesmo que não precisasse de ajuda. Me olhou bravo depois disso, como se me perguntasse se eu achava que ele não sabia tirar a própria camisa.

— Peço desculpas. — Forcei um sorriso, sentindo um leve rubor de constrangimento. — Agora, vou preparar algo para te ajudar a melhorar e você precisa descansar. — Alterei minha postura, assumindo um tom mais autoritário.

Jason lançou-me um olhar irritado novamente, levantando e aproximando-se a ponto de seu olhar pairar diretamente sobre mim. Fiquei alarmada de surpresa.

— Você deveria ir para casa, senhorita teimosa. — Ele ordenou, sério. — Seus pais devem estar preocupados.

— Não vou deixá-lo aqui sozinho e doente. — respondi com a mesma seriedade. — Você vai descansar aqui e me permitir cuidar de você. — Empurrei-o de volta para a cama, fazendo-o sentar novamente.

O Garoto Mau Caiu - Livro I [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora