O que você faria se recebesse poemas anônimos?
Frank Zhang sempre estava cansado. Cansado de tudo. Cansado da faculdade, cansado do trabalho, menos de admirar Hazel Levesque, a moça dos olhos dourados e coração partido que sempre visitava a cafeteri...
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Hazel sabia que mesmo que uma, duas, três semanas tivessem se passado, algo ainda parecia incompleto.
Para ser honesta, Hazel nunca foi tão mimada por Sammy Valdez em toda a sua vida. Buquês de flores, mensagens carinhosas por SMS, fotos fofas nas redes sociais e textos enormes em que Samuel declarava seu amor eterno por Hazel Levesque. Ela não negava que era maravilhoso acordar com presentes do lado da cama, ou com mensagens de bom dia e visitas surpresas para alegrar-lhe o dia, era simplesmente fabuloso. Hazel vivia um conto de fadas, e mesmo as vezes tendo de suportar umas grosserias, valia a pena, afinal, Sammy não fazia de propósito. Ele dizia que a amava com todo o coração e isso era suficiente.
Como ele poderia mentir sobre isso?
No início da terceira semana, estava mais calor que o normal. Apesar de viver em uma cidade friorenta e chuvosa e até mesmo apreciar isso, sentir o calor do sol acariciando-lhe a pele era confortante e delicioso. Levantou da cama animada, sorrindo atoa e caminhando até o banheiro.
Ela se sentiu bem, depois de tanto tempo trancafiada em casa e cheia de medo, finalmente parecia que um dia verdadeiramente bom tinha chegado. Fez sua higiene matinal como sempre, ouvindo Beyoncé no celular e dançando feito louca enquanto escovava os dentes. Aquele dia ia ser O Dia. Enquanto se vestia, teve seus pensamentos otimistas interrompidos por uma ligação vinda de seu smartphone. Era Sammy Valdez. Sem mais delongas, ela atendeu.
— Oi, minha vida! — Sammy exclamou, do outro lado da linha.
— Oi, amor. Aconteceu algo?
— Aconteceu. Eu me apaixonei por uma mulher linda e quero levar ela pra uma sorveteria, esse tempo tá demais e a minha garota não merece passar calor e nem eu. Você acha que ela aceita? — Hazel sorriu, analisando seu reflexo no espelho de casa.
— Olha, ela me disse que ela quer ir, com certeza.
— Então tá marcado, eu vejo você depois da hora do almoço.
— Tudo bem, vou estar na casa do meu pai... Eu te amo, Sammy.
Sammy respirou profundamente do outro lado da linha.
— Também. Beijos.
E foi assim que a ligação acabou. Hazel sentiu uma pontada de decepção por não ter ouvido as exatas palavras que queria, mas lembrou-se que se ela colocou expectativas demais em algo, a culpa pela decepção era inteiramente e unicamente dela. Era culpa dela e de mais ninguém.
Agarrou suas coisas e naquela manhã pela primeira vez não sentiu receio em encontrar seu pai. Simplesmente pegou um táxi na frente do ponto e foi, sem receios. Apesar de todos os almoços de domingo que eram em família serem excessivamente esquisitos, aquele em especial ia ser ainda mais esquisito que o normal. Pelo o que Hazel sabia, Nico tinha algo importante pra contar, mas não sabia o que era. De qualquer forma, o caminho até a casa de Hades não era longo, então em pouco tempo já estava nos enormes portões negros como carvão tocando a campainha.
