CAPÍTULO II - TEEN IDLE

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Era estranho estar tão perto fisicamente da sua antiga vida e ao mesmo tempo tão distante emocionalmente. A vida conseguia ser uma grande ironia às vezes, era a única coisa que Frederick conseguia pensar enquanto estacionava sua moto em frente a principal escola da cidade. O céu estava nublado, como era de se esperar em um fim de outono, fato que o incomodou no dia anterior, um domingo, enquanto ele tinha de resolver tudo aquilo que era necessário para que se instalasse naquela nova cidade. Ao menos se sentia aliviado pela convocação aos interrogados já ter sido feita. Ele não pode deixar de notar com certo humor algumas garotas o observando do outro lado do estacionamento com certo olhar de admiração enquanto davam risinhos, pensando se elas se comportariam daquela mesma maneira durante o interrogatório. Caminhou em direção a porta principal onde se encontravam alguns colegas de trabalho aproveitando o momento de descanso para apreciar um bom copo de café, cumprimentou-os com um aceno de cabeça e prosseguiu em seu caminho. Ao atravessar a grande porta logo pode avistar o oficial Raginhard, quem o havia convocado para assumir o caso do acidente de seu filho, acompanhado de uma mulher de meia idade ruiva.

— Detetive Harland. — cumprimentou o oficial, e o rapaz não pode deixar de notar o olhar surpreso que a mulher que acompanhava George direcionou a ele, assustada com sua pouca idade. - Quero apresentá-lo a diretora da instituição, Martha Porsche.

— É um prazer conhecê-los apesar das circunstâncias. — cumprimentou de maneira polida com um aperto de mão tanto o oficial quanto a diretora.

— Bom, infelizmente nós não temos muito tempo para apresentações mas acredito que passaremos muito tempo trabalhando juntos e por isso as formalidades não serão necessárias — comentou Martha sorrindo educadamente e convidando o rapaz a acompanhá-la junto com o oficial em direção ao seu novo local de trabalho.

— Aposto que reparou a pouca idade do detetive Harland Martha! Apesar disso ele foi muito bem recomendado. — comentou — Espero que cumpra com as minhas expectativas rapaz. — acrescentou pousando a mão sobre um dos ombros do rapaz, que sentiu a boca secar nervoso pela pressão que havia sido posta sobre si.

— Agradeço a confiança xerife. — respondeu breve tentando não denunciar suas sensações enquanto a diretora abria a porta de uma sala para eles.

Frederick não sabia dizer se a sala em que os oficiais de polícia haviam sido alocados era realmente pequena ou se ele tinha essa sensação devido aos diversos instrumentos musicais que preenchiam o cômodo. Ao lado da porta havia sido colocada uma mesa comprida com cinco cadeiras, provavelmente destinadas aos policiais, no centro da sala havia uma outra mesa, menor que a primeira, com uma cadeira em cada ponta.

— Detetive, aqui estão as informações que conseguimos até agora, infelizmente sem os interrogatórios o material é escasso. — Frederick assentiu enquanto pegava os documentos já dando uma olhada por alto no conteúdo confirmando o que havia sido dito — Gostaria de te apresentar também Dora Parker, ela é a psicóloga da escola e se ofereceu para acompanhar o caso, como ela já conhece os jovens que o senhor vai interrogar creio que sua presença será de grande ajuda. — A psicóloga da escola era uma mulher baixa de aproximadamente uns quarenta anos e quadris largos.

— Prazer em conhecê-la doutora Parker, a sua ajuda será bem vinda. — cumprimentou a loira enquanto trocavam um aperto de mão.

— Espero ser útil — sorriu a mulher retribuindo-o.

— Bom, agora que já estão todos devidamente apresentados eu estarei na minha sala se precisarem de mim. — anunciou Martha a todos os presentes antes de se retirar do local.

— Ok senhor, todos os que estão trabalhando no caso estão aqui? — perguntou observando o ambiente cada vez mais apertado devido a novos policiais que haviam adentrado na sala. Sentia-se confiante novamente, era como se tivesse certeza de que aquele era seu lugar e o que gostava de fazer.

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