CAPÍTULO IV - TWO FINGERS

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Eleanor esperava sentada na varanda em frente a sua casa, checando impacientemente o celular a cada segundo que se passava. Irvine havia dito que passaria para buscá-la para mais um dia de interrogatório na escola e ela resolveu não questionar o raro comportamento gentil da colega.

— Está atrasada. — não pôde deixar de comentar quando a ruiva estacionou o conversível em frente ao seu portão.

— Bom dia para você também! — cumprimentou sem olhar pra menina enquanto ajeitava seus óculos de sol no retrovisor. — O que você acha? Tá legal? E o atraso foi por causa desses dois aí — respondeu indicando os dois rapazes no banco de trás ajeitando os cabelos ondulados.

— Tá linda, mas pra que tudo isso? — questionou se ajeitando no banco do carona ao lado da garota. — Não entendi quando você disse que viria, pensei que quem já tivesse sido interrogado estaria liberado.

— O que você acha? Ta se arrumando pro tal ruivo lá, é só por isso que ela vai. — comentou Josh sentado atrás de Eleanor e ela riu com a constatação.

— E ainda fala que o atraso é culpa nossa. — acrescentou Kevin, enquanto acendia um cigarro calmamente.

— Ciúmes meninos? — brincou correndo a língua pelos lábios encarando-os no retrovisor. — EI! Será que seria pedir muito não fumar no carro da minha mãe?! — pediu ao notar pelo mesmo espelho que Kevin havia acabado de acender um cigarro.

— Mas o carro nem tem teto, como é que ela vai notar? — perguntou, mas rapidamente Josh pegou o cigarro de sua mão e jogou na rua, resolvendo rapidamente a pequena discussão dos dois — Ei! — protestou olhando indignado para o amigo ao seu lado.

— Pronto Vine, agora vamos logo, já estamos atrasados... — O garoto disse e a ruiva se ajeitou no banco ainda rindo da atitude dele para dar partida no carro.

Assim que chegaram no ginásio puderam notar que pouco havia mudado desde o dia anterior, ainda haviam muitos jovens a ser interrogados e todos sabiam que aquele processo iria ser lento. Os quatro logo foram surpreendidos, o mesmo oficial que havia levando Irvine no outro dia vinha caminhando apressado na direção deles, tentando adiantar o trabalho de alguma forma já que durante os interrogatórios toda calma era necessária para colher as devidas informações, carregava uma prancheta marrom que checava conforme se aproximava dos jovens.

— Bom dia crianças — cumprimentou educado enquanto conferia mais uma vez as folhas que carregava e Irvine se esticava para tentar enxergar o que havia escrito nos papéis do homem ansiosa — Eleanor Taryn e Kevin Lake, me acompanhem por favor. — disse o homem sem esperar qualquer resposta já se direcionando ao local para onde conduziria os jovens. Os dois apenas trocaram um olhar confuso, olhar este que Eleanor havia evitado durante todo o caminho até ali, e acompanharam o policial. Rapidamente ela reconheceu o caminho que levava a sala de músicas da escola e não teve tempo para questionar coisa alguma, o oficial que os conduzia abriu a porta e indicou para que eles entrassem. Kevin entrou primeiro, seguindo-o, ela notou que a sala estava com uma disposição diferente e os instrumentos estavam amontoados em um dos cantos do ambiente.

— Sentem-se por favor. — seu olhos foram atraídos para a voz do detetive e ela não foi capaz de disfarçar a expressão de susto em vê-lo ali. Sua voz parecia mais grave do que ela se lembrava, mas agora tão perto, não havia nenhuma dúvida de que se tratava de Frederick Harland. Sentou-se atordoada em frente ao mesmo, incerta de que conclusões poderia tomar rapidamente.

— Fiquem a vontade, na medida do possível — acrescentou Dora com a voz calma, e foi a primeira vez que Eleanor notou a presença da mulher na sala, sentada ao lado de Frederick.

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