Capítulo 17

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Chloe Foster

Eu sabia que hora ou outra eu teria de enfrentar esse meu passado. O que não esperava, era que essa merda fosse me acontecer justamente agora.

Nathan é um filho da puta por me expor daquela forma. E pior, ativou o gatilho da curiosidade de Noah, que por completo milagre, ainda não me perguntou o que aconteceu.
Mas sua cara fechada diz que isso está perto de acontecer.

Eu preciso pensar em como contar toda a verdade a ele.
Preciso saber o que fazer agora.
Noah pode me odiar pelo resto da vida. Ou pode me amar o suficiente para não deixar que meu passado interfira naquilo que começamos agora, no presente.

Mas juro que, o medo que sinto neste exato momento, é enorme.

- Noah... você...

- Depois, Chloe. Depois.

- Não. Eu preciso saber se está tudo bem entre a gente.

- Tudo bem?! Porra, o que foi que aconteceu lá dentro?

- É um assunto delicado. E muito complicado.

- Espero que valha a pena te defender. Minha mão ainda dói.

- Isso só quem pode me dizer, é você.

- Quando vai dizer o que aconteceu com você? Quando tiver pronta? Ou quando eu tiver que estourar a cara de mais alguém?

- Não tem como eu te contar tudo assim. Meu passado é como um livro. Não é difícil de ler, nem de entender. Mas é grande e pesado... e nem todo mundo lê até o final.

- Uma analogia e tanto. Melhoraria se eu pudesse saber com o que estou lidando. - Ele diz e volta a fechar a cara.

- Nathan é um cara que conheci em uma das viagens de negócio do meu antigo chefe. Fomos para Portugal em uma reunião de negociação, e lá estava ele.

Fecho os tento recordar dos fatos na ordem em que ocorreram.

- Na saída da reunião, Nathan e eu fomos para a mesma cafeteria. Eu tinha pouco dinheiro, e pouca idade também. - Continuo. - Meu chefe havia sumido, não havia como falar com ele. Eu estava faminta quando ele me viu pedindo um café simples e se ofereceu para pagar algo que eu pudesse comer. Agradeci e começamos a conversar ali mesmo.

Meus olhos se enchem de água de uma hora para outra. Merda, eu não deveria chorar. Vai parecer vitimismo.

- Então, em algum momento da conversa, ele sugeriu que fossemos até seu quarto no hotel, quando perguntei o que ganharia disso.

- E ele te ofereceu o que?

- Ele brincou, dizendo que já que consegui comer. Agora teriamos bebida, uma boa cama macia e muita diversão. Quando eu disse que isso eu encontraria no meu hotel, ele me ofereceu mil dólares.

- E você aceitou?

- Não. Quer dizer, mais ou menos. Nos sorrimos e depois saímos da cafeteria. Seguimos andando por uns quinze ou vinte minutos, até que chegamos no hotel em que ele estava hospedado. No lobby, disse a ele que iria embora, e ele não deixou, disse que sabia da minha falta de dinheiro e que, se eu transasse com ele, ele me pagaria muito bem. Eu precisava daquele dinheiro, então aceitei.

- Quantas vezes isso aconteceu?

- Sempre que nos encontrávamos. Sabe... eu tive uma época da vida, que não me orgulho. Coisa para outra conversa. E acredite, eu ainda não havia amadurecido o suficiente para perceber o quão grande era a merda que estava fazendo.

- Quanto tempo faz isso?

- Uns cinco anos.

- E o que aconteceu depois de tudo isso?

- Meu chefe, ele tentou transar comigo na sala de reuniões. Não aceitei então ele me demitiu. Quando o presidente da empresa, que é amigo do meu pai, soube do ocorrido, me pagou uma baita grana pra que eu ficasse de boca fechada e não vazasse para a mídia o que houve lá dentro. Eu peguei o dinheiro e saí da cidade. Foi então, que me perdi.

- E como chegou aqui?

- Quando quis dar um rumo na minha vida, voltei para a cidade em que trabalhava, e pedi ao presidente que me desse uma carta de recomendações. Ele disse que faria melhor, que me arrumaria um emprego... mas que seria fora do país. E eu aceitei.

O silêncio de Noah passa a ser assustador. Eu preciso saber o que está passando por sua cabeça. Preciso saber se está tudo certo entre nós.

Noah não pode desistir do que começamos por algo que aconteceu há muito tempo. Eu não imaginava o conhecer, não imaginava nem se quer que um dia pararia com o sexo sem compromisso e as bebidas. Eu não imaginava ter que explicar a alguém que tinha apenas 19 anos quando tudo aconteceu.

- Você... você tentou me seduzir para conseguir uma promoção? - Ele pergunta com a voz embargada e os olhos completamente molhados.

- Não. Claro que não. - Respondo incrédula. - Noah, eu me demiti da Price's por não aguentar estar apaixonada e acreditar não ter chance alguma. Eu recusei a promoção justamente pelo fato de não querer que pensem isso de mim.

- Eu preciso pensar. - Ele diz e para o carro em frente a minha casa. - Nos... conversamos amanhã. Tudo bem?

- C-claro.

- Eu te... ãn... te vejo amanhã.

***

Oii amores
Tudo bom?

Ta aí, mais um capítulo quentinho pra vocês.
Espero que gostem!
👄👄👄👄👄👄

De quem vcs querem que seja o próximo capítulo?

Permita-me AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora