09. Regressando um começo

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Já se passavam das seis horas da noite e ainda eu caminhava por vielas e becos daquela cidade procurando local seguro pelo menos pra criança que dormia em meus braços, fazia um longo período de tempo que a menina tinha se alimentado em uma lanchonete do subúrbio e isso me preocupava demais, alguns habitantes da cidade suspeitariam se vissem um homem com mochila enorme sobre o lombo carregando uma criança como assim testemunhas e pessoas ligadas ao governo descreveram, falavam para não se aproximarem ou tentar algo contra mim pois entitulavam-me perigoso e de psicológico frágil, "homens devem conhecer homens" antes de julgar-los sem ter pena ou condenação certa, pois assim saberão de quem falam tendo artigos e indícios de acusação. Foi uma temporada muito boa quando fiquei com Ester durante alguns meses, ela me libertou apenas do sofrimento da perda horrível ensinando-me o caminho a percorrer de cabeça fria, todos os dias olhava ela dormindo sobre a minha mochila, seu sono era tão calmo apesar de ter a lacuna da perda também, parecia não mostrar dor, muito menos qualquer tipo de resistência a mim; perguntava eu à ela o básico e essencial para tê-la respirando nessa vida.
Falaram tanta coisa em meu respeito naquele dia tal como se passava que duvidei parcialmente de tudo dito, as redes televisivas foram mais contundentes nas mentiras ao invés de verem os fatos como tinha de ser, fakes news ganham rapidamente o seu lugar ao redor do mundo, e já por derradeiro tardar do fim do dia já chamavam-me "estrupador de menores", havia apenas uma foto, mas tirada de relance por câmera escondida na porta do último closet que visualizei, sorte foi a portada que vestia uma touca ninja e roupas pretas, para esconder marcas cicatrizadas pelos inúmeros conflitos travados nos campos de guerra e nos campos urbanos, a imagem identificava meus olhos superficialmente na escuridão total no teor do problema formalmente resolvido na casualidade daquele dia.
A criança para mim servia de escudo protetor contra os que não entendiam o motivo dos meus sofrimentos e das dores que me sufocavam, todos que são infelizes por conta da maldade vos causada procuram solucionar o que a vida tem nos proporcionado pro amanhã, ouvimos tantos relatos de superações extraordinárias por aí em diferentes pontos do mundo, mas desgraçadas em parcialidade separada da sociedade tem dificuldades tenebrosas para fugirem de seus medos deixados como herança pelp passado ou o presente. Conhecemos a motivação na realidade conhecida por vários como a destruição do corpo e da alma, batalhamos com o futuro de cabeça quente porque o mundo lá fora machuca e dói mais do que levar um tira a queima roupa, torturas encontramos no caminho pra conseguirmos a paz. Contive o terror para ter consciência cabível pra cuidar da menor que ja se lamentava de fome e sede ao pé do meu ouvido, rme restava pouca quantidade de água no cantil que carregava junto a mochila, não deixaria a criança passar necessidade, ainda mais estando numa situação horrível daquela em questão, revirei meus utensílios buscando algum alimento para oferecer a criança, recolhi em meio a alguns carregadores de pistola, um sanduíche ainda em bom estado; reparti ele com Ester dando maior parte para quem mais precisava se alimentar devido o longo tempo sem comer, a imaginei como minha família, estar em casa seguro, rodiado do mais puro amor e os laços que envolvem todos num único sentimento, isso mantém um homem vivo em sociedade sobrevivendo com os requerimentos que ele possui, vivia de emoções o tempo todo na razão consentida de que jamais algo assim teria um fim.
Ester não foi minha ruína, destruição ou algo do tipo, ela me libertou do pesadelo que aprisionou-me por anos mostrando como é bonito poder viver de novo depois de ter morrido, carrego um buraco no peito dentre tantos outros fechados e cicatrizados, mas ainda não chegou o momento de contar a s versões como a garota ajudou-me nessa minha escuridão, Ester se tornou a luz no final do túnel antes dela partir para um recomeço.
Regressei no meu passado para vocês entenderem completamente as causas doloridas que machucaram não só o corpo mas a alma apagada e desnutrida que habitava em mim.

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