O que sai

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A história é dividida entre uma narração e os pensamentos de Dylan. Frases marcadas com 《》 expressam os pensamentos do rapaz.*








- Alguém viu a Shelley? Tinha pedido para ela passar um vestido meu, mas não a encontro em lugar algum.
- Não a vejo desde ontem a noite.
- Dylan, se a vir, me avise e a cobre do vestido. Aliás, preciso comprar umas coisas, vai comigo até o centro?
- Se quiser ir agora...
- Vou buscar minha bolsa. Martha, a senhora viu a Shelley?
- Me desculpe senhorita, não a vejo desde ontem.
- Tudo bem, Martha, obrigada. Faz frango com queijo pro almoço?
- A senhorita é quem manda.

As viagens de carro ja não eram como aquela do fatídico dia em que Charles chegou. Piadas, músicas, apesar da diferença de idade entre os dois, era inevitável negar o quanto se davam bem. Há quem dissesse que algo aconteceria além da amizade que criaram. Se conheciam a poucos meses, mas se comportavam como amigos de longa data.

A porta do carro bate. O caminho começa.

- Dylan, falta 1 semana pro meu aniversário, queria fazer algo, mesmo uma festa pequena ou algo parecido...
- Podemos comprar umas coisas, chamar umas pessoas...
- Eu sei que ultimamente a gente tem saído muito, mas, nossos amigos de festa não me parecem propícios para isso. É algo muito intimista... Quero comemorar em casa, com a família e...

O carro freia bruscamente. Ambos se assustam com a cena a sua frente.

- SHELLEY! MEU DEUS!
- O que é isso...
- DYLAN...

Choro.
Gritos de desespero.
Liz desmaia no banco do carro e Dylan se desespera.

- Liz... ACORDA LIZ...

Dylan tenta acorda-la, mas não obtém sucesso. Assim, liga para a polícia e depois, para Charles.
Nesse meio tempo, Dylan que ja estava fora do carro ouve os gritos desesperados de Liz que com o nervosismo, não consegue tirar o cinto de segurança.

- Calma Liz, só tenta manter a calma.
- Como eu posso manter a calma com isso, Dylan. Me diz! Meu deus...

Liz mal consegue falar, o choro e o desespero tomam conta de seu semblante. Charles chega ao local antes da polícia e encontra Liz desesperada nos braços de Dylan.

- Dylan, o que aconteceu?
- Olha na frente do carro...
- MEU DEUS... O que é isso? Eu não...

Dentre os três, só o choro de Liz é ouvido, Charles e Dylan apenas não conseguem descrever o que acabaram de ver.

- Sou a oficial Patrícia, quem achou o corpo?
- Fui eu... Eu estava a levando para a cidade e nos deparamos com... Isso.
- Mark, liga pra perícia, precisamos contatar a família dessa mulher.
- Na verdade, ela morava conosco.
- Qual é o nome do senhor?
- Charles Kairos Western, senhorita. Essa mulher era nossa arrumadeira.
- Ha quanto tempo não a viam?
- Acho que fui a ultima pessoa a falar com ela...

Ela mal consegue falar, Liz está em verdadeiro estado de choque.

- Qual o seu nome mocinha?
- Liz, senhorita. Elizabeth Western.
- Quando falou com essa senhora pela ultima vez?
- Shelley. O nome dela é Shelley. Eu a vi por volta das 18 horas, a entreguei um vestido para lavar e passar. Quando acordei, procurei por ela, mas não a achei.
- Pelo estado do corpo, presumo que ela esteja aqui desde ontem.

No telefone:

- Danielle do setor da perícia para Patrícia.
- Patrícia na escuta.
- Qual o estado do corpo no atual momento?
- Esta possui alguns cortes aparentes. O que mais chama atenção é que a mulher está pregada a uma cruz. A primeira vista, a cruz está presa ao chão.
- Entendido. Algum palpite sobre a hora da morte?
- Suponho que o corpo esteja aqui desde ontem. Há muito sangue no chão. Acho que a vítima foi trazida para cá e assassinada aqui mesmo.
- Mandarei a equipe forense para o local. Em frente ao lago roosevelt no meio da estrada?
- Exatamente, ha mais ou menos uns 100 metros da residência dos Western.
- Estamos a caminho.

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