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A história é dividida entre uma narração e os pensamentos de Dylan. Frases marcadas com 《》 expressam os pensamentos do rapaz.
Frases com ~ expressam o pensamento de Liz.*



- Danielle. Temos outro corpo.
- Qual o estado, senhora?
- Enforcamento. Não há sangue mas há muito vômito, fezes e urina no chão.
- Estou mandando a equipe senhora. E a vítima?
- Uma senhora parda de aproximadamente 50 anos. Provavelmente uns 90 quilos.
- Dentro da casa dessa vez?
- Sim, Danielle.
- Estamos a caminho.

Liz vai ao jardim para tomar um ar. Nem ela sabe o quanto ainda pode suportar.

- Liz!
- Dylan, lembra do que te disse sobre meus pais terem sido assassinados?
- Sim.
- E se isso for verdade? E se o assassino voltou pra me buscar? Ele ta levando todos a minha volta pra me ter como prato principal.

Choro.

Descontrole.

- Dylan eu não quero morrer... Não quero que você morra... Faz parar, por favor, faz isso parar...
- Liz esse caso é diferente. Ela se enforcou...
- E se tiver mais alguém nessa casa Dylan? Eu não quero mais ficar aqui. Essa casa cheira a morte. Tudo o que encosta nela, morre, Dylan. Eu não quero que ninguém morra.

《Ela parece bem pior do que estava ontem. Eu não posso ajuda la.》

Ninguém pode.

-  Não vai acontecer de novo.

Ele a tem em seus braços.

- Eu não vou deixar nada acontecer com você Liz. Nada.
- Você promete?

《Ela me olha fixamente. Tem um olhar apático. Um rosto coberto por lágrimas e olhos inchados pelo choro da noite anterior.》

- Prometo.

- Liz, Vamos interditar o quarto dela, precisamos saber se há alguma ligação entre a morte dela e a de Shelley.
- Não tem problema...

Liz continuava nos braços de Dylan.

- Você tem alguma ideia do que possa ter acontecido? Seja sincera.
- Sim, e...

Dylan subitamente a interrompe.

- Ela não tinha família, Shelley era sua única amiga, com a morte dela acho q não tenha visto mais sentido em ficar aqui.

Liz o encara. Tenta assimilar o que Dylan acabara de dizer.

- O que sabe sobre isso? É recém chegado aqui.
- Desculpe... Tudo o que sei foi Charles quem me contou. Isso foi só um palpite...
- De qualquer forma, não era a sua opinião que estava esperando ouvir. Liz, tem algo que você queira dizer?
- Sim! Eu acho que a pessoa que a matou também matou a Shelley e os meus pais.
- Os seus pais?
- Eles eram ricos, meu pai possuía grande partes de ações nas empresas mais bem sucedidas do país. Não acha que os queriam mortos?
- E qual a relação com Shelley e Martha?
- Talvez ele tenha voltado pra mim...
- Liz... Seus pais foram encontrados com uma grande quantidade de entorpecentes no carro, quarto do hotel em que estavam e em seus sangues. Seu pai perdeu o controle porque estava alterado. Não sei se te contaram toda a história, mas...
- Eu sei disso... - Olhos marejados - Infelizmente sei disso.
- Enfim... Vamos investigar mesmo assim, Shelley morreu de um modo brutal e o assassino não ficará impune, você pode ter certeza. Estou voltando à delegacia, quando tiver mais informações, vocês saberão.
- Obrigada!
- É só o meu trabalho.

Após a partida de Patrícia, um silêncio cortante toma conta de Dylan e Liz.

- Por que você me interrompeu?
- Eu só tente...
- O que? Você não acredita em mim, não é? Acha que é loucura eu achar que meus pais foram assassinados?
- Liz... Você ouviu o que ela disse. Charles ja havia te falado sobre a relação do seu pai com drogas...
- É tudo muito surreal pra mim.
Um mar de lágrimas volta a se formar na face de Liz.
- Compreendo que é difícil aceitar. Eles foram negligentes Liz, eles se entregaram a morte e ela os aceitou. Você não pode colocá-los num conto de fadas. Eles erraram e pagaram por isso.
- Eu só queria... Ter passado mais tempo com eles... E por que Shelley? E Martha?
- A polícia vai descobrir de fato o que aconteceu com Shelley. Ja sobre Martha... Não acho que há muito o que explicar...
- Ja retiraram o corpo da casa? Quero ir pro meu quarto. Ficar sozinha...
- Provavelmente, sim. Quer que eu te acompanhe até lá?
- Não. Eu quero ficar sozinha.

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