Sex Distraction • jjk + pjm [HIATUS]

• Capítulo I

Limpo o suor que escorria pela minha testa com a manga do moletom, encarando a marca úmida deixada nele. O tempo era bipolar demais, mais cedo o tempo estava frio e agora parecia que o diabo resolveu passear pela cidade.

Com as costas coladas no muro, sinto a irregularidade da parede da faculdade enquanto espero meu melhor amigo debaixo daquele sol escaldante.

Seokjin sempre se atrasava porque inventava de passar na pequena cantina do refeitório para conversar com as tiazinhas e ganhar mimos.

Totalmente o oposto de mim, Seokjin era amigável e gentil, enquanto eu só quando necessário. Nós crescemos juntos por nossos pais trabalharem no mesmo ramo, o mesmo do qual pretendo seguir assim que for designado para minha primeira indicação. Já Seokjin sonha em ser ator ou modelo e repudia qualquer vínculo com o trabalho de nossos pais.

Enfio a mão no bolso da calça quando meu celular vibra. Mensagens do meu pai raramente são um bom sinal, e ao ler o nome dele no visor meu estômago embrulha.

Pai👹

|Escritório em vinte minutos.

Curto e grosso.

— Demorei? — Seokjin fala parando do meu lado, com um pacote de Doritos nas mãos. — Que cara é essa? Você não comeu ostras de novo não né? É a mesma cara de quan-

— Não, eu não comi aquela merda! — resmungo acompanhando seus passos. Malditas sejam as ostras. — Recebi uma mensagem do meu pai, ele me quer no escritório em vinte minutos.

— Cê' tá fodido. — ele diz.

— Mas eu não fiz nada! — bufo irritado.

— Por isso mesmo. — ele ri batendo em minhas costas. O encarei sério, ele morde o lábio e sorri. — Mas talvez seja algo bom, veja pelo lado bom.

Seokjin dá de ombros desviando o olhar para um gato em cima do muro. Se tratando do meu pai nunca tem um lado bom, mas se for para ir eu não vou sozinho.

— Hey Jinnie hyung... — olho para ele com minha melhor expressão de cachorrinho. — Se você for comigo talvez ele não grite tanto.

— Se eu for com você talvez meu pai grite. — ele suspira dramático. — É difícil querer seguir seus sonhos e não viver a vida que meu pai quer para mim.

Sinto a indireta em seu tom de voz.

Eu realmente queria ser como meu pai, mas o trabalho o deixou rude e sem emoção. Eu não quero ficar igual a ele. Outra coisa que eu gosto tanto quanto, é artes cênicas e a dança; eu e Seokjin fazemos teatro juntos.

Meu pai apenas concordou quando usei a desculpa de que me ajudaria a interpretar meus disfarces quando conseguir entrar no ramo.

— Eu vou com você. — ele diz, me deixando confuso.

— Como?

— Naquela merda.

Ah.

— Obrigado hyung, fico te devendo! — suspiro um pouco mais aliviado.

— Me deve mesmo.— ele enfia um punhado de seus Doritos na boca. Seokjin sempre foi meu porto seguro.

Fazem exatos dez minutos que estou sentado com Seokjin do meu lado próximos a sala do meu pai, ambos nervosos.

Limpo o suor da palma da mão na calça jeans preta desbotada. Seokjin coloca sua mão sobre a minha trêmula, levanto meu rosto e ele sorria me encorajando e passando segurança.

— Park? — Yumi, uma das agentes mais velhas sai da sala do meu pai. Me levanto. — Seu pai está te esperando. — ela sorri.

Murmuro um obrigado andando até a grande porta preta, coloco minha mão sobre a maçaneta fria sentindo o bolo em meu estômago se agitar.