• Capítulo VI

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A luz passou de meu olho direito para o esquerdo, me deixando temporariamente cego.

— Esta comendo a comida do hospital direitinho? — O homem de jaleco perguntou enquanto anotava as coisas em sua prancheta.

Movo minha cabeça em concordância.

— Sua cabeça dói?

Chacoalho a cabeça para os lados, negando.

— Quer ir embora?

— Muito! — Respondo.

O médico ri.

— Se eu soubesse que para ouvir sua voz era só perguntar isso, eu teria perguntado antes. — Seu sorriso era largo em seu rosto.

Abaixo o olhar frustrado. Eu não aguento mais esse hospital, eu odeio os remédios que me dão e principalmente a comida sem sal.

Odeio mais ainda ter que fingir todas as noites que estou dormindo quando Jungkook vem pra cá e fica a noite toda sentado na poltrona até cair no sono.

E deus como ele parecia inofensivo quando dorme, como um anjo.

O homem de jaleco fala sobre o remédio para o caso de algum coágulo aparecer, mas não dou a mínima. Meu cérebro estava bem, minha cabeça estava bem.

Quando abri os olhos pela primeira vez depois do acidente, tive uma crise de pânico e não me lembrava de nada, nem do meu nome. Me contaram que armei um circo ao tentar fugir pelado e mancando, por causa de minha peripécia arrebentei os pontos da perna e cuspi sangue ao forçar a garganta em berros ensurdecedores.

Os médicos não sabiam como eu não arrebentei as cordas vocais com tal ato. Por isso estou evitando falar. Depois do surto as enfermeiras me doparam, e no dia seguinte quando acordei zonzo minhas memórias tinham voltado.

Eu não me lembrei do surto, mas a dor na cabeça era insuportável. Seokjin conseguiu me visitar e chorou muito, me deu bronca e um sorvete para a garganta. Ele me contou o que aconteceu, e quem quase chorou foi eu.

Saber que morri por alguns minutos era estranho, o pior é que eu me lembro de vozes e principalmente a figura de uma mulher iluminada por uma luz ofuscante branca. Me lembro por último antes de abrir os olhos de ver o rosto dele.

— Você vai poder ir embora amanhã, não teve alteração ou inchaço. — O homem torna a dizer.

Reviro os olhos, e os paro em seus sapatos. Couro de crocodilo?

O que tem de tão atrativo em couro de crocodilo?

Encarei o homem, eu não sei explicar mais algo sobre ele não está certo. Ele estala o pescoço enquanto anota mais alguma coisa nos papéis, e vejo uma pequena ponta em seu pescoço, era uma tatuagem.

Foco meus olhos esperando ver o desenho,  uma das enfermeiras aparece na porta e ele vira o pescoço para respondê-la, então a figura pintada em sua pele fica visível.

Era um escorpião.

— Bom Jimin, por hoje terminamos. Vá descansar.

Sex Distraction • jjk + pjm [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora