Matheus Borges
Chego em casa depois de mais um dia super cansativo entregando currículos por toda cidade. É... a vida não está fácil para ninguém, nem para mim que já estou desempregado há três meses.
Solto um suspiro e fecho a porta atrás de mim, seguindo para o sofá em seguida, me jogando no mesmo. Fecho meus olhos por alguns minutos, mas logo os abro novamente quando escuto meu celular tocar. Pego o aparelho em meu bolso e abro um sorriso ao ver o nome de minha melhor amiga escrito na tela.
- Oi, piranha! - Falo, atendendo a ligação.
- Piranha é a sua mãe! - Ela diz indignada e eu solto uma risada.
- Pior é que ela é mesmo... uma piranha sem amor. - Falo e meu sorriso vacila um pouco.
- Desculpa, Ma, mas vamos esquecer disso. Te liguei para fazer um convite. - Ela diz e isso me anima um pouco.
- Manda, espero que seja alguma festa... estou precisando espairecer. - Falo e me sento no sofá, começando a tirar meus tênis em seguida.
- É isso mesmo, o amigo do Fábio vai dar uma festa de carnaval na casa dele. Ele é ricaço, então você imagina como deve ser. - Ela diz e isso me deixa um pouco inseguro.
- E você quer me levar numa festa dessas? Amiga eu não combino com isso não, nem devo ter roupa para uma festa dessas. - Falo e me levanto, seguindo para a pequena cozinha da minha humilde residência.
- Vamos por favor Ma, eu não conheço muitas pessoas que vão estar lá. E o amigo do Fábio é super gente boa, apesar de ser rico, ele é uma pessoa simples. - Ela tenta me convencer, mas ainda não sei.
- Posso te dar a resposta mais tarde? - Pergunto e pego um copo de água na geladeira.
- Tudo bem, mas não demore a dizer. A festa começa às 23hr e se você for, Fábio e eu vamos te buscar. - Ela diz e eu assinto com a cabeça, mas lembro que ela não pode me ver.
- Ok! Agora deixa eu desligar, estou esperando me ligarem de uma empresa onde deixei meu currículo. - Falo rindo e sei que ela deve estar revirando os olhos para mim.
- Tá, boa sorte! - Ela deseja e logo em seguida encerra nossa ligação.
Termino de beber minha água, e coloco o copo na pia. Saio da cozinha e caminho até meu quarto. Tomo um banho rápido e coloco uma roupa mais confortável.
Escuto o barulho dos blocos de carnaval passando pelas ruas, mas isso não me anima muito. Apesar de gostar de festas e tudo, não sou muito fã de blocos de carnaval. Acho que sou um meio termo, ao mesmo tempo que gosto de curtir, também amo ficar em casa lendo um livro, ou simplesmente não fazendo nada.
Saio do quarto depois de pronto, e faço uma coisa rápida para mim comer. Olho mais uma vez para meu celular e não vejo nenhum sinal de ligação.
Estou apreensivo para conseguir logo um emprego. Sei que as oportunidades não são muitas, ainda mais para mim que não tenho graduação, apenas alguns cursos, mas temos que tentar e não perder a esperança.
Me sento no sofá com meu prato em mãos, e começo a comer minha macarronada. Ligo a TV e passa um filme qualquer de romance, que acaba se tornando meu foco.
Estou prestes a pegar no sono, quando escuto meu celular tocando. Isso me faz dar um pequeno pulo no sofá, mas pego o aparelho com pressa, e sinto meu coração acelerar quando vejo um número desconhecido na tela.
- Alô! - Falo atendendo a ligação, me sentindo um pouco nervoso.
- Boa tarde, gostaria de falar com o senhor Matheus Borges. - Uma voz feminina diz do outro lado.
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Contos da Juh - LGBTQIA+
ContoContos avulsos de personagens já existentes ou novos. Plágio é crime! Seja criativo e dê asas a SUA própria imaginação. ©2021/Juliana Souza