Tenho um amigo, Jeferson, trabalhava aqui conosco, nos ajudava bastante, fisicamente chamava a atenção por ser bem alto, quase dois metros, moreno, seus olhos cor de mel não passavam desapercebidos por nenhuma mulher que o olhasse olhos nos olhos, muito simpático, forte e bem prestativo, sem barba, 35 anos, tinha um porte físico de um jovem de 25. Rebeca fica doida até hoje quando o ver por perto. Na época estudava direito, formou-se recentemente, pedi ao Roberto se poderia dar um emprego para ele lá no seu escritório de advocacia, ele concordou. Que ótimo estou precisando mesmo de pessoal qualificado! Jeferson precisava muito daquele emprego, Roberto é um homem muito criterioso e zeloso pela credibilidade de seu escritório, logo que soube das qualificações de Jeferson ficou animado. Nossa! há bastante tempo esperava por alguém com as qualificações deste rapaz, já está contratado! Estudamos no colegial e seus pais sempre foram muito próximos aos meus. Enfim , Roberto tomou todas as providencias quanto aos documentos previstos, no dia seguinte o designou para passar a manhã no escritório fazendo relatórios, à tarde, visitar alguns clientes agendados. Roberto viajou para um congresso de uma semana da OAB, pediu minha ajuda enquanto estivesse fora, sendo assim, Jeferson prestava contas de suas visitas e relatórios pra mim, isso durante aquela semana em que Roberto estaria no congresso. Deixei Rebeca cuidando das nossas atividades e dei este apoio ao meu marido. Com o retorno de Roberto, Jeferson foi transferido para outro escritório, mas que ficava no mesmo andar que o nosso. Retornei ao meu trabalho, porém, o tempo em que trabalhamos juntos, tanto na época que ele trabalhava na empresa conosco, quanto lá no escritório de advocacia fez com que desenvolvêssemos uma amizade verdadeira, almoçávamos juntos quase sempre juntos , claro quando não conseguia ir em casa almoçar. Até mesmo depois que Roberto voltou ele me convidava para almoçar, se é que podemos chamar de almoço aquela correria. Estávamos tão atarefados; Eu com a orientação, o acolhimento e acompanhamento psicossocial de algumas pessoas e Jeferson com promoção da representatividade, fora os processos que tinha que revisar. O que faremos com tanto trabalho, Rebeca!? Aos poucos , com o passar do tempo, viramos uma espécie de confidentes, sabia de seus casos e de suas ex-namoradas e que estava sem namorada havia algum tempo. Eu tentava não falar de minha vida particular, sempre fui tímida para essas coisas, minha vida conjugal sempre foi muito fechada, apenas Rebeca sabia tudo sobre mim, mas como nossa intimidade e amizade estava aumentando, desabafei com ele, principalmente, por que já não ia muito bem, devido os últimos acontecimentos pelos quais passei. Minha confidente sempre foi Rebeca, ela ouvia todas as minhas lamentações, mas não sei explica, às vezes pedia conselhos para o Jeferson, como homem eu imaginava que ele tivesse uma visão diferente de algumas coisas, era experiente, teve um casamento de 5 anos, se divorciou. Ele me ouvia , sempre gentil comigo mesmo quando eu não estava legal ou estava de TPM ou coisa do gênero. Sempre me trazia um cafezinho, ou um bombom pra agradar-me, nossa amizade gerou um pouco de ciúme em Rebeca. Amiga somos melhores confidentes ! sabe que pode sempre confiar em mim, no entanto , Rebeca sabia que onde há fumaça, há fogo. Assim , sempre que podia me alertava sobre a aproximação do Jeferson. Leticia ! cuidado amiga, esse homem é um pedaço de pão doce, vai te levar para um mau caminho, riamos ... Ela sabia que não era algo inocente acontecendo entre nós.
Numa segunda feira, geralmente é um dia onde as pessoas não gostam muito de ir trabalhar, estávamos enfrentando uma onda de calor surreal. Não é à toa que se chama Rio 40 graus! Cidade maravilhosa! Roberto havia saído antes de mim. Sabe quando você acorda e quer se sentir desejada!? Eu acordei assim naquela segunda feira, vesti uma saia curta com um lascado fenomenal, uma calcinha minúscula, coloquei uma blusa que deixava-me com um decote bem sensual. Cheguei no prédio, dei de cara com Roberto. Leticia ! é você mesma? Uau ! que isso meu amor! Me deixou totalmente sem graça, passou por mim sorridente e seguiu seu caminho, minha sorte que não apareceu mais ninguém , bom, eu achei isso, mas quando estava dentro do elevador, Jeferson aparece numa correria, antes que se feche as portas do elevador ele entra me cumprimenta, olhando de cima a baixo, ainda fez uma piadinha. "Nossa! você parece uma amiga minha , muito igual!". Olhei para ele e disse: "Seu sem graça, sou eu mesma , que foi? Não gostou?
Ficou vermelho na mesma hora, durante o expediente, notei que ele passou a me olhar de forma diferente, sendo mais atencioso e prestativo; quando eu precisava de alguma coisa, ele dava um jeito no que estava fazendo e me atendia, será que Rebeca tinha razão quando dizia que havia algo no ar? Não sei...acho que era impressão nossa, coisas de nossas mentes, depois de tantas coisas que passamos juntas, assim, ficava na minha, mesmo porque sou casada e ele sempre respeitou essa minha condição.
Apesar dele saber que sou casada e que o Roberto era o meu marido , oferecia-me carona no fim do expediente, eu, claro, recusava sempre, tenho o meu carro, Roberto que quase sempre vinha comigo, mas meu carro quebrou.
Roberto viajou para Florianópolis em mais um dos Congressos de Advogados , liguei para mamãe, pedi que pegasse Eleonora na escola e levasse para casa, pois precisaria passar na oficina mecânica, saber que dia iriam liberar o meu carro. Estava esperando o Uber em frente de casa quando Jeferson apareceu oferecendo uma carona. Não posso aceitar Jeferson! Seria contramão para você! Vou na oficina ver a previsão de quando posso pega-lo. Ele respondeu:
-Nem tanto, não me custa desviar a rota em uns 3 ou 4 quilômetros e deixar você lá, depois te levo em casa. Aceitei , o Uber estava demorando e a previsão era de 15 a 20 minutos, já estava perto de dar o horário da oficina fechar.
Entrei no carro, nervosa, alguém poderia me ver entrando naquele carro e ficar insinuando um monte de coisas, inventando mentiras. Quando chegamos na oficina o mecânico me viu e disse:
- Dona Leticia! Boa tarde ! como vai o doutor Roberto?
- Boa tarde Dona Leticia, como vai sr. Roberto?
-Ele está bem, eu quem não estou... o que aconteceu com meu carro Sr. Mauro?
-É Dona Leticia, o problema do seu carro é mais critico do que eu imaginava, seu carro não está ligando, estamos fazendo alguns testes nele...
- Mas ele fica pronto amanhã?
-Dona Leticia, infelizmente não, tenho muitos carros para consertar essa semana, só conseguirei liberar no fim da semana que vem.
-Não pode ser! Tentei argumentar com Sr.Mauro mas infelizmente sem sucesso...
-Dona Leticia se ficar pronto antes disso mando avisa-la.
- Ok, Obrigada. Não era aquela resposta que queria, pois essa é uma típica resposta que nem adianta, é só no final da próxima semana mesmo....aff.
Jeferson ficou no carro aguardando-me.
- E como foi Leticia?
- Na Verdade, não foi, o mecânico disse que tem muitos carros para fazer reparos e o meu estará pronto somente no final da semana que vem, com tantas visitas a fazer... E Roberto não está por perto, ele sempre sabe o que fazer... E meus pais estarão numa colônia de Férias com a criançada...Meu Deus o que vou fazer!?- Calma! Não se preocupe Leticia você dará um jeito, eu sei disso!
Antes de chegar em casa, pedi para ele me deixar a uns dois quarteirões, não gostaria que algum conhecido me visse descendo do carro dele. Ele, prestativo como sempre, concordou.
Claro Leticia , eu entendo! Sem problemas , onde gostaria que eu a deixasse?
Está entregue! Quando eu sai do carro, ele falou:" vê se descansa Leticia..."
Obrigada Jeferson e mais uma vez desculpa pelo incomodo...
Tomei banho para relaxar, beijei minha filha e liguei meu marido.
Roberto não pôde falar muito, pois tinha um jantar de negocio. Mas relatei a ele todo o problema com o carro... inclusive que peguei uma carona com o Jéferson até a oficina. Eu queria muito contar a ele o que havia acontecido na casa do Sr.Achilles, Mas não podia, não ali pelo telefone. Amor estou numa reunião, podemos conversar mais tarde? Preciso desligar ! Te amo! – Te amo. Respondeu Leticia e desligou.
Ainda bem que , haveria um passeio para jovens e crianças da igreja onde Eleonora estava inscrita, se bem que meus pais eram os responsáveis pelo evento, fiquei mais tranquila com relação a isso.
Conforme os dias foram passando virou uma rotina pegar carona com Jeferson, fomos ficando cada vez mais íntimos e confidentes a ponto de conversarmos abertamente sobre tudo, ele me contava de mulheres com as quais ele tinha saído e até mesmo chegamos a conversar sobre fantasias e preferencias na cama, um dia estávamos almoçando e confidenciei que meu casamento, embora fosse um bom relacionamento familiar que tínhamos, sexualmente, tinha caído numa rotina e que não era a mesma coisa de quando recém casados, talvez, por conta de nossas ocupações, enfim, apesar das nossas conversas girar em torno desse assunto, nunca o Jeferson fez algum tipo de brincadeira ou gracinha no sentido de me passar uma cantada, sempre nos respeitamos mutuamente, há uma amizade e porque não dizer, uma afinidade muito grande entre nós.

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DESCOBERTAS
SaggisticaCasados há 15 anos, Letícia e Roberto se envolvem numa intriga, as fantasias e desejos escondidos são descobertos, trazendo muitas dúvidas no relacionamento .