Acordei com a luz entrando pelas cortinas do quarto. Os sons da rua movimentada lá fora não deixavam eu voltar a dormir. Olhei pro outro lado e ela estava em um sono tranquilo...
Quando pensei que daqui a pouco teria que voltar para Sorocaba comecei a sentir um aperto no peito, pois eu sabia que demoraria até vê-la de novo, só pensava em aproveitar o máximo que podia.
Me aproximei dela e a abracei. Ela se mexeu só para encaixar-se melhor no abraço. O corpo dela estava quente demais, me preocupei achando que era febre ou algo assim... Mas ela dormia tão bem que nem quis acordá-la.
Ficamos um bom tempo abraçadas. Eu pensava em 1 milhão de coisas que ainda queria fazer com ela... os passeios, os lugares pra visitar e todas as noites que eu talvez fosse passar com ela e acordar feliz por poder me virar pro lado sabendo que ela estaria ali dormindo tranquilamente.
Quando abri os olhos a luz estava mais forte e então eu sabia que as horas estavam passando mais rápido que o normal. Ela respirou fundo e virou-se para mim. O sorriso que ela deu nunca vai sair da minha memória... A carinha de quem tinha dormido pouco, mas que estava bem, era a moldura perfeita naquele momento. Eu sorri de volta e nos beijamos.
- Bom dia amor. - eu falei.
- Bom dia. - ela respondeu, se esticando em uma espreguiçada gostosa.
Quando eu sequer esperava, ela passou por cima de mim e começou a me beijar. Os beijos eram intensos e mesmo nos intervalos entre os beijos era como se precisássemos continuar mantendo contato entre nossos lábios...
O desejo aumentava e era como se o fogo todo da noite passada não tivesse amenizado. O meu corpo ainda precisava do toque dela bem como o dela se sentia atraído pelo meu de uma forma quase que magnética.
Nossas mãos já conheciam um pouco dos caminhos os quais percorrer, a respiração ofegante ditava o ritmo com o qual nos mexíamos. O coração dela estava tão acelerado que eu podia sentir ele pulsar quando eu encostava o corpo dela bem firme junto ao meu.
Ela sorriu pra mim do jeito que eu entendia direitinho o que estava por vir...
Conforme ela foi descendo com os beijos eu já sentia o meu corpo todo pronto para tremer quando ela finalmente chegasse entre as minhas pernas.
Foi a melhor forma que eu achei que poderia acordar. Sexo matinal, mesmo que te faça suar, te deixa relaxada pelo resto do dia.
Eu acho que nunca olhei com a cara tão boba pra alguém quanto eu a olhava ali naquele momento. Já sentia um grande respeito pelo seu corpo mesmo sem o ter tocado, e agora que conhecia a energia de sentir cada pedacinho dela com as mãos eu não queria parar. Estar encostando nela de qualquer forma era reconfortante, sentir que aquele momento era real, que tinha um sentimento maravilhoso, que estávamos confortáveis uma com a outra e que o sexo com ela era incrível, me fazia pensar que era ela que merecia tudo de melhor que eu podia oferecer.
Quando lembramos que teríamos que encontrar o primo dela ainda, decidimos levantar para arrumar as coisas e ir embora.
A verdade é que parecíamos parceiras de longa data. Que não era nossa primeira noite juntas, por mais que, de fato, fosse a primeira transa.
- Queria poder acordar assim todos os dias...
- Se tem jeito melhor de acordar, eu desconheço. - ela respondeu enquanto vestia as roupas.
Eu olhei pra baixo e a garrafa de White Horse estava lá...
- O que faremos com essa bebida ?
- Acho que a gente pode deixar aí. Ou você quer levar ? Porquê não tem como eu esconder lá em casa.
Decidimos deixar a garrafa onde estava, fingir demência e ir embora.
Fizemos o check-out na recepção do hotel e chamamos um uber.
Ficamos caladas durante o trajeto até a estação de metrô, só trocando carinhos nas mãos.
Eu estava calada pensando em como voltaria pra casa e pensando também que não queria ir embora. E ela percebeu que eu estava um pouco séria..
- Está tudo bem ?
- Oi ?! Ah! Tudo sim. Só um pouco pensativa.
Pegamos o metrô e depois o trem pra encontrar com o primo dela na estação de Osasco que também tinha uma rodoviária, eu pegaria um ônibus pra voltar pra casa. Mas quando fomos pra bilheteria comprar a passagem, o caixa exigiu meu RG e eu não tinha levado, esqueci em casa. Ele não aceitou a carteirinha de estudante como documento, por mais que tivesse a minha foto e o número do RG. Tivemos que pensar em outra estratégia. Então decidi pegar carona no Blabla Car. A próxima carona seria só às 18 horas, e ainda eram 11 da manhã.
Como não tinha outra saída, tive que ir pra casa deles. Estávamos apreensivas pensando no que poderia dar errado, pois a família dela não sabia de nós duas e eu teria que entrar escondida. Mas o primo dela estava tranquilo, ele tem uma confiança que assusta. Tudo sempre vai dar certo na concepção dele, muito positivo.
Pegamos o trem em direção a Barueri e depois um ônibus pra chegar na casa dela. O esquema pra entrar foi simples, um ficou de "guarda" enquanto o outro abria a porta pra eu entrar e subir as escadas. Fui direto pro quarto do Mauro e tive que me esconder no guarda-roupas dele enquanto ele tomava banho.
O medo de ser pega era uma emoção nova e por mais que a situação fosse constrangedora eu nem liguei e achei muito excitante, pra falar a verdade.
A Isa ficou no quarto dela pra não dar muita bandeira e aproveitamos pra dormir o que não dormimos de noite.
O Mauro voltou pro quarto e trancou a porta pra que eu pudesse sair. Tinha duas camas. Eu deitei, e por mais que tentasse, não conseguia dormir. Apenas uma parede separando nós duas. Eu já sentia saudades e o quarto dela ficava ali do ladinho.
Conversamos por Whatsapp e ela me passou a senha do Wi-Fi. Fiquei mexendo nas redes sociais enquanto o Mauro desmaiou na outra cama.
O tempo passou muito devagar...
E tudo o que eu pensava era que ela estava tão perto e não podia estar comigo.
Quando chegou a hora de eu ir embora, acordei o Mauro e avisei a Isa. Foi quando ele a chamou pra ir se despedir de mim e me ajudar a descer de novo.
Ela sentou na cama ao meu lado e pediu desculpas pela situação, coisa que nem precisava. Nos beijamos.
É incrível como cada beijo que trocamos, por mais inocente que seja, acaba acendendo o desejo de tirar a roupa... Ela já estava com as pernas entrelaçadas em mim quando o primo dela bateu na porta chamando baixinho pra gente descer.
Desci pra garagem que ficava a entrada da casa e ela desceu logo em seguida. Me surpreendeu na saída com muitos beijos. Do jeito que nos beijávamos, era capaz de transarmos ali mesmo.
- Vamo! Já pode sair! - uma voz do lado de fora da casa me chamava.
Deixar ela ali foi como deixar uma parte de mim também... tudo o que eu mais queria era poder levar ela comigo.
O Mauro quis me acompanhar até o lugar que eu iria encontrar a carona, conversamos durante o caminho. Posso dizer que ele é um cara muito parceiro. Ajudar a gente assim foi demais.
Quando cheguei na estação onde o motorista marcou o ponto de encontro, me despedi do Mauro e saí pra procurar o carro.
A viagem toda pra Sorocaba eu só conseguia relembrar tudo o que tinha acontecido e pensar no quanto eu estava feliz. No quanto ela tinha sido carinhosa comigo e paciente. Eu amei cada segundo que passei com ela e mal esperava a próxima vez que pudéssemos sair de novo.
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Todas As Canções Que Me Lembram Você
Romance"Se fosse pra montar uma playlist perfeita na qual as letras das músicas se encaixassem com a nossa história e melodia, não haveriam canções o suficiente para descrever o que essa mulher me fez sentir em tão pouco tempo, e por isso só peço que ela l...