É culpa de quem? (Capítulo oito)

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É CULPA DE QUEM?

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É CULPA DE QUEM?

   Vejo que meu irmão olha surpreso para o meu pai, acho que ele não sabia que ele estava na cidade.

   — Agora não, Gustavo! — Minha mãe interfere. — Não está vendo que estamos jantando?

   — Está bem. Então eu espero vocês terminarem.

   Estava um clima tão bom! Mas ele se foi assim que meu pai adentrou na cozinha.

   — Quer comer com a gente? — pergunto.

   — Não, ele não quer! — Minha mãe responde por ele.

    Meu pai sorri e balança a cabeça negativamente ao ver a atitude da minha mãe.

   Quando ele sai da cozinha, olho para a minha mãe seriamente.

   — Que atitude infantil! Depois você fala da Carol. — digo para ela.

   — Chega! Vamos tentar jantar em paz? Será que é pedir muito? — Meu irmão diz.

   Eu e a minha mãe nos entreolhamos e nos calamos. Ele deve estar confuso com tudo que está acontecendo. Nossa família desmoronou da noite para o dia, literalmente.

   Após o jantar, minha mãe leva o Davi para o quarto e eu caminho até a sala.

   Me sento ao lado do meu pai e esperamos a minha mãe voltar em silêncio.

   Depois de alguns minutos, ela volta e se senta na poltrona.

   — O depoimento de vocês está marcado para às uma da tarde na delegacia do centro. — Meu pai afirma sem olhar para mim ou para a minha mãe.

   Estranho a atitude dele e vejo que a minha mãe também. Nós duas permanecemos em silêncio até que, depois de alguns segundos, ele olha pra minha mãe.

   — Como você deixou isso acontecer? Não é possível, Elisa! Não é possível que você não tenha percebido nada! — Ele diz em um tom de voz elevado.

   — Você acha que eu quis que isso tivesse acontecido? Acha que eu quis que a minha filha tivesse passado por aquela situação? — Minha mãe diz no mesmo tom.

   — Nossa filha! — Ele dá ênfase na palavra "nossa". — Você com certeza deve ter tapado os olhos em relação a isso! Aquele filho da puta deve ter dado sinais e você não percebeu! Ou melhor, fingia que não percebia!

   Escuto os dois trocarem ofensas, sinto meu coração apertado e bate uma vontade enorme de chorar. Minha cabeça acaba me convencendo de que a culpa de tudo o que aconteceu é minha.

   — Você é um idiota! Acha mesmo que se eu tivesse percebido algo não teria feito alguma coisa? Você não me conhece mesmo! Todos aqueles anos que passamos juntos foram em vão, porque nem me conhecer você conhecia!

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⏰ Última atualização: Jun 29 ⏰

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