DROGA?
Estou no ônibus a caminho da delegacia e um misto de medo e apreensão toma conta de mim.
Olho para fora da janela sentindo o cheiro de fumaça no meu rosto até que uma mulher com um bebê entra no ônibus. Obviamente, levanto para ela sentar. O bebê fica olhando para mim sorrindo e eu sorrio de volta pra ele.
Meia hora depois finalmente chego na delegacia.
Assim que entro, meus olhos tentam encontrar a Carol, mas é em vão, pois não a vejo.
Caminho até a atendente e quando estou prestes a dizer algo, ouço alguém me chamar:
— Luana?
Reconheço a voz de imediato, mas me viro para me certificar de quem se trata.
Assim que vejo a pessoa, me surpreendo. Se trata do meu pai, meu verdadeiro pai.
Quando nossos olhos se encontram, ele abre um enorme sorriso e me abraça.
Ele é policial e estava em um batalhão em outra cidade. Será que só está de visita? Faz quase três meses que não o vejo.
— O que você está fazendo aqui? Tudo bem? — Ele pergunta preocupado.
— Tudo, eu só vim salvar a Carol, como de costume. — afirmo ao suspirar. — Estava com saudades.
Eu e a Carol somos amigas de infância e o meu pai a conhece. Quando eu ia passar as férias com ele, a Carol ia algumas vezes comigo. Ninguém segurava nós duas.
— Eu também estava, filha. — Ela sorri. — O que a Carolina aprontou dessa vez?
— É o que eu estou tentando descobrir. — respondo ao morder o lábio inferior. — Pode resolver isso pra mim?
Ele assente, diz que vai descobrir o que está havendo e entra em uma sala.
Me sento em um banco e espero ele voltar.
Olho no celular e vejo que já são nove horas da manhã. Espero que não tenham notado que eu saí da escola.
Depois de algum tempo, meu pai sai da sala e a Carol sai logo depois dele.
Caminho até ela e a abraço.
— O que aconteceu? — pergunto preocupada com ela.
— Armaram contra mim, colocaram droga na minha bebida. — Ela diz pra mim.
O que? Droga? Como assim?
Penso enquanto Carol me olha com os olhos lagrimejados.
— É o que todo mundo diz, Carolina. Você se drogou, assuma pelo menos. — Meu pai pede.
— Não me droguei porra nenhuma! — Ela grita em um tom de voz alto e todos olham para gente. — Amiga, acredita em mim, por favor! Eu não me droguei!
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Alicerce | HIATUS
Novela Juvenil" - Sério, Carol? Sério que você está me dizendo isso? - Suspiro tentando segurar o choro. - Lembra quando nos conhecemos? Nós tínhamos seis anos, eu havia acabado de me mudar pra cá e quando eu fui naquela pracinha... - Aponto para a pracinha ond...