capítulo 3

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Era verão, mas uma leve chuva caía limpando o ar e a vegetação ao redor do castelo, e até as próprias pedras do castelo. Severus olhava através da janela a chuva que caía, fitava as nuvens cinzentas e pensava que ele também se sentia assim: cinza e sem força. Começava a sentir saudades da sua enfermeira. Não que ele tivesse algum apreço especial pela jovem, mas... ninguém tinha ido visitá-lo. Inclusive Minerva tinha deixado de ir vê-lo, porém, ele não a culpava; sabia exatamente quanto trabalho implicava ser Diretor de Hogwarts por experiência própria, e além do mais... bem, ninguém estaria ansioso para ver uma pessoa como ele. Então ele estava resignado a esperar por sua enfermeira.

- Olá professor. Como se sente hoje?

Severus escutou a voz de Hermione e se alegrou, ficou feliz com a volta dela. Claro que não ia deixá-la notar, mas isso não significada que não tinha se alegrado sinceramente.

- Tarde hoje, senhorita Granger?

- Não, não é tarde. Tive aula. A maioria dos meus professores decidiram dar-me leituras e exercícios para concluir meus estudos, porém tem duas aulas que preciso estar presente: Defesa Contras as Artes das Trevas e Poções.

- E quem está lecionando Poções? - perguntou Severus com aborrecimento. Apesar de não dar aulas de Poções há dois anos não pôde evitar sentir como se alguém estivesse se metendo em seu território.

- O professor Slughorn.

Severus fez uma cara de incredulidade e Hermione continuou explicando.

- Ninguém mais quis ficar no seu lugar. A professora McGonagall me disse que não queria contratá-lo,depois de ter visto como ele se comportou durante a batalha, mas agora há um rumor de que o cargo é amaldiçoado como era Defesa Contras as Artes das Trevas.

- E quem acham que amaldiçoou o cargo de Professor de Poções? - Snape perguntou um tanto confuso. Voldemort já estava morto, os Comensais fugidos... quem iria querer fazer algo assim?

Hermione se afastou da cama fingindo que necessitava de algo da mesinha. Nestes casos, a localização sempre era o mais importante.

- O senhor professor, quem mais?

Severus a olhou incrédulo e logo começou a rir, mas um sorriso amargo. É que jamais iam … não diremos perdoar, porém... deixá-lo em paz? Hermione queria dar-lhe alguma palavra de consolo, dizer o que sentia, que não deveria se importar, mas sabia que era melhor manter-se calada. E para preencher o momento de constrangimento começou a balbuciar sobre seus estudos.

- Preciso de aulas de Defesa porque é um ramo eminentemente prático. Claro que aprendi muito com Harry e com a guerra, mas... – suspirou – … e bem poções. Por alguma razão sigo tendo certos problemas com essa matéria. - Abriu uma estante que havia no quarto e começou retirar frascos de poções e ungüentos para a ferida – Hoje por exemplo ficou difícil engrossar a minha poção Anti-hemorrágica.

- Moeu a baia do sabugueiro?

- Não, as piquei como disse o livro.

O professor arqueou uma sobrancelha, pegou sua varinha que estava sobre o móvel.

- Existem certas coisas que podem ser melhoradas nesse livro. Accio Moste Potente Potions!

Severus levantou uma mão e esperou que o livro que Hermione havia deixado sobre a mesa se movesse, mas não se moveu.

- Oh! - Hermione soltou uma exclamação ao compreender o que acontecia.

- Accio Moste Potente Potions!

Nada.

O professor deixou o braço cair sobre a almofada e fechou os olhos.

- Sabia disso também?

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