Capítulo 4

1.9K 120 21
                                    

oooOOoooOOooo

A noite depois da discussão com Snape foi um verdadeiro pesadelo para Hermione. Foi direto para a cama sem jantar – como se pudesse passar algo na sua boca que não tivesse gosto de serragem - e dizendo que estava muito cansada fechou as cortinas do dossel da sua cama e lançou um feitiço para não perturbá-la mais um feitiço silenciador.

- Parvati? - testou primeiro se podiam escutá-la – PARVATIII! - gritou com todas as suas forças e não obteve resposta. Genial, ninguém poda ouvi-la, agora podia se entregar a sua raiva sem que pensassem que estava louca.

- Maldito...bastardo...seboso...ingrato...aaargh, maldito! - gritou enquanto golpeava a almofada ao ritmo dos seus insultos. - Depois de tudo que fiz por ele! Ninguém mais queria estar perto dele, e pensar que eu sacrifiquei minhas aulas para acompanhá-lo!

E continuou resmungando até que se deu conta de que havia marcas de gotas na almofada. Estava chorando de raiva, de impotência.

- Acalme-se Hermione – disse – ele não merece seu pranto. Morcego!

A manhã seguinte também não foi boa. Depois de uma noite agitada, cheia de sonhos incoerentes sobre seu professor, levantou com uma dor de cabeça descomunal e os olhos inchados.

- Mione? - perguntou Rony ao vê-la em tal estado na mesa do Salão Principal no café da manhã. Aproximou-se dela, pegou-a pela mão e apertou amorosamente contra seu peito. - Está se sentindo bem? Parece doente.

Hermione puxou sua mão dali sentindo-se um tanto quanto incômoda, não conseguia acostumar-se com as manifestações de afeto de Rony... sentia-se estranha.

- Só tive uma má noite, não se preocupe.

- É sério que parece doente, Hermione – rebateu Harry preocupado, tocando o rosto dela – Pelo menos não parece ter febre.

- Não é nada, só tive uns pesadelos ontem à noite. Creio que preciso descansar um pouco – disse pegando um par de torradas e levantando da mesa.

- Descanse, Mione. - Recomendou Rony e ela apenas assentiu retirando-se para o dormitório.

Harry ficou olhando para Rony com uma cara nada boa.

- Quê? - reclamou ele com a boca cheia.

- Não percebe, sério? Hermione nunca foi boa para mentir. É sério Rony, vai se casar com ela e ainda não a conhece?

- Só está cansada... deve ser porque passa tempo demais com Snape, deve ficar esgotada.

- Pense o que quiser, eu sei que algo acontece. Está diferente, nem sequer fez menção de ir ver Snape ou de ir a biblioteca.

- Sabe de algo Harry? - perguntou Rony presunçosamente – Acho que de tanto resolver mistérios para derrotar a Voldemort seu cérebro fritou. Vamos, é sábado de manhã e faz um dia lindo. Não podemos deixar passar sem ao menos jogar uma partida de quadribol.

Harry concordou, naturalmente, mas decidiu manter os olhos em sua amiga. Não gostava em nada do aspecto dela.

Não precisou esperar muito, no almoço ela não parecia nem um pouco melhor se dedicou a mover a comida de um lado para o outro do prato, bebendo copos e mais copos de suco de abóbora como se estivesse desidratada. Rony, por sua vez, parecia completamente alheio ao estado da sua noiva, conversando alegremente sobre seu futuro promissor como batedor do Chudley Cannons e para integrar Hermione dizia coisas como:

- E então saudarei a multidão e você estará no setor para as esposas dos jogadores e te mandarei um beijo.

O que ela respondia com um movimento de cabeça e um sorriso forçado.

Cetim Branco e Seda Negra Onde histórias criam vida. Descubra agora