Capítulo 8

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Quando o mundo deixou de girar, Hermione abriu os olhos e se encontrou de pé em meio a uma grande lareira, abraçada ao seu professor. Ele a fitou por um momento para certificar-se de que estava bem e ela assentiu. De mãos dadas saíram da lareira para ficar de pé em um espaçoso e elegante salão. A garota tratou de não sentir-se impressionada, ou ao menos atuar como se não estivesse, mas era difícil, se o restante da casa era como o salão... então os Prince estavam podres de dinheiro. E pelo que parecia Snape pensava o mesmo, porque ela o ouviu murmurar baixinho:

- Malditos bastardos!

Um homem vestido com trajes formais limpou a garganta e aproximou-se deles com a mão estendida.

- Castor Robinson, muito prazer, senhor Snape. Sou o advogado da família Prince. E a senhorita, creio, é a senhorita Snape, sua filha?

Severus e Hermione se olharam surpreendidos. Sua "filha"? Esse homem não enxergava? Eram tão parecidos como o dia e a noite...ah, claro. Mas estavam de mãos dadas. Severus soltou a mão de Hermione, porém apenas para abraçá-la pelos ombros.

- A senhorita Granger não é minha filha. – Declarou solenemente, mas sem explicar nada mais, e o homem gaguejou visivelmente constrangido.

- Ah, sim claro... claro... Vamos aos assuntos que nos interessam agora, não se importa?

Sentaram à mesa e o advogado começou a tirar papéis e mais papéis, mergulhando em uma conversa que não tinha o mínimo atrativo para Hermione. Logo se deu conta que seu olhar vagava pela decoração da sala e desejou poder levantar para ir explorar a casa. Realmente não a interessava quanto dinheiro teria Snape, só estava ali para acompanhá-lo e ajudá-lo. Logo soaram três "craks" e apareceram três elfos domésticos diante deles, o que a tirou do sonho que tinha caído.

- ... e estes são Dixy, Mindy e Tabby. – Explicou o homem enquanto os elfos faziam uma reverência ao serem nomeados. – Eles estão a partir deste momento às suas ordens e mostrarão a casa. Alguma pergunta? Não? Pois bem, senhor Snape, foi um prazer. – Concluiu apertando a mão de Severus – E a senhorita também, foi um prazer conhecê-la, senhorita Gregson.

- Granger. – Corrigiram Hermone e Severus em uníssono, ainda que ele o fez mais como um grunhido.

- Granger. – Desculpou-se o homem e saiu via flu, deixando-os sozinhos na casa diante de três assustados elfos domésticos.

- Senhor? – adiantou-se o elfo macho, Tabby, tratando de ser corajoso por todos. Sempre tinham falado para eles que Snape era a pior escória do mundo, gente má e vulgar. Agora Snape era seu dono. – Há algo que Tabby possa fazer pelo senhor?

Severus os fitou seriamente e falou com a voz profunda, como que pensando.

- Dixy, Mindy e Tabby. Nunca tive meus próprios elfos domésticos. Que remédio. Cumpram com suas obrigações e serei justo com vocês. Mas uma advertência: não gosto de intrometidos, sejam da espécie que sejam, está claro?

- Sim, senhor. – Responderam num coro as assustadas criaturas.

- Agora a senhorita Granger e eu desejaríamos tomar nosso café da manhã, por favor.

- E se puderem trazer a cadeira de rodas também, por favor... – adicionou Hermione.

Depois de tomar café na finíssima porcelana dos Prince – agora de Severus – tomaram suas posições, ele na cadeira e ela empurrando-o, começaram a percorrer pela casa. Não chegava a ser uma mansão, mas indubitavelmente era grande e muito elegante. Tabby se ofereceu para guiá-los e mostrar os cômodos. Snape mostrou-se satisfeito ao ver que suas coisas já estavam arrumadas no quarto principal, mas em seguida percebeu que o elfo estava nervosíssimo e agarrou a parte superior da capa da almofada que servia-lhe de roupa, como se estivesse lutando com ele mesmo para falar algo. Hermione percebeu que a irritação dele ia crescendo, e lançando um olhar de súplica pôs sua mão sobre a dele para acalmá-lo, pedindo silenciosamente que não fosse muito duro. Ele a fitou e suspirou para si mesmo. Era capaz de negar algo a ela?

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