Arma

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POV LAUREN

Me jogo ao lado da minha pequena, arrumando seu cabelo para ver seu rosto e vejo seu rostinho choroso.

-Você vai ficar bem, eu juro. Acredita em mim, pequena! - Alguém falou que já tinha chamado a ambulância, mas não sei quem.

-Dó…

-Shh, não fala nada, fica quietinha. - Com a visão periférica, vi alguém cobrindo minha Camz. - Eu tô aqui com você, princesa. Logo vamos pra casa!

-Chris, para!

-Robb!

Ouvi gritos e me levantei indo até o local e vi os dois espancando alguém caído no chão e, assim que cheguei perto, vi a arma caída no chão, movida por um ódio descabido peguei a arma e apontei pro homem caído no chão.

-Lauren, baixa essa arma! - Ouvi uma voz que não reconheci e, imediatamente meu irmão e cunhado se viraram para mim, levantando as mãos, como se pedissem calma pra mim. A arma continuava apontando pro homem no chão, o homem revirou e finalmente vi seu rosto, mesmo coberto de sangue, eu reconheceria aquele canalha mesmo fatiado. Ty.

-Lauren, não vale a pena. Não vale a pena ir pra cadeia por causa dele!

-Se acontecer alguma coisa com a Camz, a última coisa que me importo é ir pra cadeia. - Engatilho a arma prateada

A imagem da Dinah apareceu na minha frente, ficando na frente da arma, tendo o cano encostado em sua barriga.

-Sai da frente, Dinah.

-Não. Não vou deixar você acabar com sua vida! Olha no meu olho. - Vendo que eu não faria o que pediu, ela grita. - AGORA! - Meu olhar vai ao seu rosto. - A Camila precisa de você agora, ela precisa de você cuidando dela! Como vai fazer isso se estiver presa? Ela tá morrendo de medo naquela cama, que caralhos você não está lá cuidando dela? - Viro meu rosto e vejo seu corpo frágil tremendo na cama, nesse momento de distração, Dinah tira a arma de mim e ouço o barulho característico da arma sendo travada. - Vai ficar com ela.

Nessa hora, o barulho da sirene se fez presente e logo paramédicos apareceram, guiados por Ari.

*-*-*-*-*-*-*

As últimas horas passaram como um borrão: a chegada dos paramédicos e da polícia, o caminho até o hospital, o olhar choroso dela.

Agora já faz horas que ela foi levada para a sala de cirurgia. Não sei se passou 10 minutos ou 15 horas.  Cada segundo sem notícia, é uma eternidade e faz o pavor crescer. Nem lembro em que momento me vesti ou se fui vestida.

-Lauren? O que aconteceu com a Camila? - Sofia surge na minha frente, com Sinu ao seu lado, chorando.

-Ela não tem o direito de estar aqui! - Digo, olhando diretamente pra Sinu.

-Lauren, agora não é hora pra discutirmos isso! - Ally fala, se colocando ao meu lado. - Ela levou um tiro, Sofia. Não temos nenhum detalhe ainda, eles estão com ela. - Eu desabo ela centésima vez. Minha mãe me abraça, me acolhendo.

-Eu não posso ficar sem…

-Shh… Ela vai ficar bem, filha.

-Mas…

-Sem pessimismo agora. Ela precisa de toda nossa positividade e amor.

-Familiares de Karla Camila Cabello Estrabao. - Rapidamente me desfaço do abraço de minha mãe e sigo em direção à voz da mulher de branco. - Meu nome é Demetria, sou a médica responsável pelo caso dela. Respirem aliviados. - Ela sorriu. - Ela perdeu bastante sangue, mas o tiro não acertou nada vital. Demoramos um pouco para fazer a limpeza, já que a bala estava em péssimas condições de sujeira e ficou alojada no organismo, mas ela vai ficar bem, só vai ter uma cicatriz.

Dinah me abraçou e eu me agarrei nela, como se precisasse dela pra me manter em pé e, naquele momento, eu precisava.

-Aposto que está me agradecendo por não ter deixado você atirar nela. - Ela riu baixo e acariciou meus cabelos. - Me dá um amigo do tamanho do Senhor Floquinho que ficamos quites! - Ela disse baixo, arrancando um sorriso meu.

-Posso ver ela? - Dois por vez.

-Nós vamos. - Dinah disse, me puxando em direção à porta.

Logo a médica nos guiou pelo corredor, parando em frente a porta, abrindo-a lentamente e eu vi o corpo pequeno da minha pequena ali na cama.

-Só não façam muita bagunça, ela precisa descansar. Se precisarem de algo, só apertar o botão em cima da cama. - Saiu do quarto, fechando a porta atrás dela.

-Bebê, você tá bem? - Vou até ela, fazendo um carinho suave em sua bochecha.

-Dodói. U qui acunteu, Mommy?

-Homem mal tentou machucar minha bebê, mas não conseguiu, a polícia já tá cuidando dele.

-Chancho teim qui ficávamos beim logu pa bincá cumprimentos a CheeChee, u Gabiel, neném Mani… - Ela ia contando nos dedos enquanto dizia os nomes. - Angola, vou lá fila, puque teim um montãozão di genti quelendo ti vê. - E sai pela porta.

-Mommy?

-Oi, meu amor.

-Tô cum medo. - Aquela voz assustada me quebrou.

-Mommy não vai deixar mais ninguém machucar minha pequena. Não precisa ter medo!

-Quelo caminha da Mommy.

-Logo, logo, meu amor. Você precisa ficar aqui mais um pouquinho.

-Eu.. Posso entrar? - A voz trêmula vem da porta e logo me viro, encontrando Sinu parada na porta.

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