Então, hoje não sei como consegui manter você, mas vamos lá!Saímos da casa do Willer nos sentindo preparados para a luta. Tudo estava em um clima de real capacidade entre todos nós. A batalha era algo desejado, sentíamos um fogo e desejo imenso subindo pelas nossas veias e para isso estávamos preparados. Tínhamos de cruzar parte da planície do estreito de Arcman e cruzar uma ponte pelo desaguamar até uma região próxima a floresta dos primeiros filhos. Lá conseguiríamos encontrar o ponto marcado com x no mapa.
A distância tinha, em média, uns 8 dias de viagem e comida era algo que também havíamos planejado direitinho para levar. Nos primeiros dias o peso incomodava, mas seguindo o tempo a carga diminuiu e o fardo acalmou.
Durante nosso terceiro dia encontramos uns seres que mais pareciam cachorros rabugentos pequenos e ardilosos. Os meus companheiros os chamaram de kobolds, mas nunca havia ouvido falar sobre aqueles seres de voz tão irritante. Eles não sabiam conjugar verbos, mas brandiam corretamente espadas enferrujadas e mortais.
Estávamos caçando uns coelhos para melhorar nosso almoço e foi quando demos de cara com um grupo de dez kobolds. Eles meio que protegiam a ponte na qual precisávamos cruzar. Parecia que eles haviam sido colocados lâmpada impedir qualquer um de passar, já que agiram como selvagens assim que nos aproximamos. Não houve muito tempo de escolher entre nós defender ou começar a atacar, mas fomos mais rápidos e conseguimos derrotar eles. Mais uma vez me espantei com a técnica aprumada e rápida de Cyob e o jeito mais bruto e potente de Krutnar, que com uma só investida conseguiu derrubar três desses cachorros feiosos. Lutamos bastante mas no final conseguimos conquistar nosso alimento, mesmo que um tenha fugido no meio da batalha. Escutei um dos falecidos gritando por Aubof mas este deu as costas e fugiu em direção a ponte. Não nos importamos muito e deixamos ele escapar (até queria usar a besta, mas preferi não fazer pelas costas do inimigo).
Após essa batalha tivemos um bom almoço e, próximo ao entardecer já havíamos passado da ponte, mas escolhemos, ainda próximo do rio, levantar acampamento para seguir no próximo dia, pela manhã.
O dia raiou e tudo parecia completamente normal, exceto pela urgência que começava a bater em nossos corações. O bilhete que havíamos conseguido pelos orçamentos nos deram uma pista que só agora havíamos percebido, o quatro e dia poderiam estar se referindo ao 4° dia da clemência, um dos momentos em que os povos normalmente rezam para aqueles que os podem dar magia. Esse dia estava próximo e pouco entendi mais do que o reato queria dizer.
Arrumamos nosso acampamento e seguimos pelos montes que se desenvolviam a todo caminho, e entre um desses, podemos observar uma entrada de gruta bem convidativa para mais uma noite que precisávamos nos abrigar.
Porém, esse foi um gigantesco erro. Ao entrarmos nos deparamos com um ambiente silencioso, mas nós primeiros passos já damos surpreendidos por guardas armados kobolds, só que diferentes. Esses possuíam asas, bem no estilo unicórnio/demônio só que sem chifre e com muito mais sede nos olhos. Lutamos contra os quatro que apareceram de guarda e, ainda não entendo quem foi o doido que quis continuar, mas entramos na gruta para explorar. Eu não conseguia enxergar nada, Cyob e Krutnar pareciam andar num dia ensolarado.
Mesmo sem enxergar estava receoso e esse meu receio fez os dois irem mais cautelosos, o que nos ajudou e muito, já que lá dentro uma armadilha, caso eles tivessem entrado rápido, poderia ter finalizado essa nossa aventura louca.
Após uma torrente de pedras cair e inviabilizar um caminho, ouvimos algumas vozes e mais kobolds apareceram. Eu não conseguia enxergar nada e preferi correr para a entrada da gruta, mesmo percebendo que os dois estavam dando um bom cacete nesses animais asquerosos.
Essa saída, na realidade, me rendeu um dos momentos que mais fui besta. Aubof saia esgueirando-se pela gruta, percebi que era o mesmo que no dia anterior o vi correndo pelo seu problema no braço, que só o permitia carregar a pederneira, deixando a lança em suas costas, sem se armar com ela. Consegui colocar ele contra uma parede, o amarrei pelos punhos e aguardei os dois retornarem. Sabia que esse animal não tinha um dialeto tão bom, muitos erros de flexão verbal ou mesmo de coerência no que falava, mas também sabia que ele poderia nos dar informação sobre o local ao qual procuramos.
Não demorou muito e Cyob e Krutnar saíram banhados de sangue e limpando suas armas. Ao ver o pequeno kobolds próximo Cyob, em uma agilidade inacreditável, pegou uma adaga e se colocou próximo ao pescoço do bicho, o precisando a falar. Foram longos 20 minutos de espera, a noite já tomava conta e eu havia feito um pequeno fogo para não chamar atenção, já que o campo era aberto.
O interrogando mais fortemente nós conseguimos extrair as respostas mais desconexas que havíamos conseguido até agora.
"A mãe dragão cuida nóis" , "falar é igual se matar, dente da mãe tritura nóis", "na boca aberta bafo de dragão dente vem tirar", fora muitos outros que ele liberou. Acabamos por ver ele chorando muito e bem inconsolável e decidimos que ele poderia fugir e tentar se manter vivo, mas eu me mantive em alerta, sabia que isso não era o melhor a fazer. Nossa segurança só dependia de nós mesmo, e ali eu vi que eu era o:
Liam, o pé atrás(prefiro não comentar).
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Os passos em Nemunus
FantasyEssa história é uma criação baseada em uma mesa de RPG D&D 5.0 realizadas nas quintas-feiras desde novembro de 2018. Mostra a relação entre os jogadores e um novo mundo que os é apresentado. Nesse conto, temos a visão de Liam, um ser humano saído d...