O perfume de um anjo. (2)

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Depois de jantar com a minha família e tomar um longo banho pensando na última pergunta que ele me fez, vou para meu quarto com meu pijama e meia favorita ligar pra Naty.

— Naty? —

— Oi Liv, e ai? Chegou inteira em casa? —

— Claro que sim, não sou de açúcar. —  respondo descontraída. — Vim de carona com o Lee. — finjo dar pouca importância.

— Oi? O que foi que você disse? — sinto meu ouvido zumbir pelo grito repentino de Naty.

— Ele veio me deixar em casa, e a blusa dele ficou comigo. Daqui a pouco vou tirar da secadora. — digo sorrindo de orelha a orelha.

— Conta tudo!!! — sinto meu tímpano quase estourar outra vez.

— A gente veio conversando no caminho, e ele foi super gentil e cuidadoso acredita? Quando chegamos ele me acompanhou até a porta e ainda me deu um beijo de despedida... — sinto o calor e o entusiasmo invadirem todo o meu corpo me fazendo rodar de um lado para o outro da cama.

— Ahh, não acredito, que romântico. — O grito estridente da Naty me interrompe. — Será que ele gosta de você? -

— Ele acabou de me conhecer Nataly, se toca. — digo com indiferença e um pouco de irritabilidade.

— Você nunca ouviu falar em amor a primeira vista? — ela retruca ousada.

Fico pensativa por um instante.

— Ele me perguntou se eu tinha namorado. — digo pensando em que aquilo realmente poderia significar.

— E o que você disse? — ela pergunta muito curiosa.

— Eu falei a verdade —

— O que foi que ele falou?! —

— "Isso é bom", mas foi tão intrigante o tom de voz dele. —

— Ahh, não acredito. Ele tá gostando de você, eu sabia. Ahh eu estou muito feliz. — ela grita completamente entusiasmada. — Espera, mas e você o que sente? — ela muda repentinamente seu entusiasmo pela preocupação.

Era incrível o fato de ela conseguir fazer essa mudança num curto período de duas frases.

— Eu não sei descrever Naty, é algo surreal sabe? — suspiro aliviada de certa forma.

— Era o que você sentia quando estava com o Maurício? — ela pergunta exitante.

— Não.... Eu nunca tinha sentido isso antes com ninguém. — sorrio lembrando da sensação.

-— Ahhh que linda, minha bonequinha. — ela da uma pausa. — É bom finalmente ver você assim de novo, fazia muito tempo que eu não via você sorrindo tanto Liv — sinto sua voz embargando.

Eu realmente não sabia o que era felicidade a muito tempo, eu estava vivendo numa floresta escura de sentimentos confusos e conflitantes, mas a partir de hoje parecia que o sol estava finalmente surgindo em mim.

— É, realmente é muito bom se sentir assim. —

No meio da ligação minha mãe bate a porta avisando que a secadora tinha parado e que era para eu buscar a blusa.

A Cura Para Minha Dor. [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora